A versão da TellTale de The Walking Dead talvez seja a melhor coisa que aconteceu ao universo de Robert Kirkman. A Comic e a Série de TV se fundamentam em colocar o interessado em um estado de espectador, enquanto o jogo vai além. O jogador é uma peça fundamental da história, com suas escolhas moldando o mundo pós-apocalíptico. O que, é claro, é muito mais imersivo.
E é por nesse aspecto apenas que 400 Days existe. É pela aclamada narrativa de um dos melhores jogos do ano passado que essa ponte entre a primeira e segunda temporada de The Walking Dead foi criada. Pra mostrar que a TellTale ainda consegue espremer situações inimagináveis de uma terra de ninguém. Para experimentar com ela, um pouco mais, sob a pele não de um personagem, mas de 5, em arcos distintos, porém no fundo conectados.
Vince, Wyatt, Shel, Russhel e Bonnie. Os que acompanharam a primeira temporada devem desconhecer os nomes dos cinco protagonistas dessas breves jornadas. Sim, 400 Days é um conteúdo adicional da primeira temporada, mas pouco se relaciona com ela, e a essa altura, é difícil saber como se relacionará com a segunda. Mas no decorrer de 400 dias, acontecendo em paralelo com a história de Lee e Clementine, os cinco vão passar por diferentes infernos até o eventual final, onde o palco é preparado para a próxima temporada. É quase completamente independente, não fossem os geniais toques espalhados nas cinco histórias que refletem algumas das escolhas feitas na aventura de Lee.
A jogabilidade permanece a mesma, em um adventure point-and-click que hora ou outra libera o jogador para explorar o cenário. Mas quase não tem tempo em cena. O DLC se foca mais na interação dentro do diálogo do que quando o controle está sendo efetivamente usado, em uma escala até menor que a do quinto episódio. Os que pedem uma boa história ainda terão seu investimento compensado, mas ao contrário do capítulo final da primeira temporada, onde a pouca interação era concebível dado o que já havia sido empregado em 4 anteriores, este episódio extra não tem precedentes para suportá-lo.
É difícil achar que 400 Days veio em boa hora. Ele não resolve o final da primeira temporada e pouco faz em criar empolgação para a segunda. Os 5 personagens são inteiramente novatos e têm tão pouco tempo de cena que ao chegar no quinto arco, você provavelmente terá esquecido quem protagonizou o primeiro ou o segundo. Em uma série que se prima tanto no quanto o jogador se importa com os personagens e na relação entre estes, 400 Days parece vir na hora errada. Nenhum dos 5 é memorável com seus 20 minutos de cena. Longe de ser ruim, mas o DLC funcionaria melhor de prólogo para a segunda temporada do que de epílogo para a primeira.
— Resumo —
+ Narrativa
+ Histórias
+ Escolhas
– Histórias curtas/Personagens com pouco tempo em cena
– Quase não existem partes jogáveis