Inkulinati – Review

Das propostas mais absurdas de jogos, pode ter certeza que Inkulinati entra fácil na lista das mais estranhas possíveis. Batalhas de artistas com desenhos sobre manuscritos enquanto feras lutam entre si num estilo de estratégia por turno é algo bastante ousado para colocar como aceitável numa escala de normalidade. De toda forma, dentro da sua própria lógica, Inkulinati é uma ideia funcional e que diverte mesmo não fazendo sentido.

Em resumo, o jogador assume o artista que desenha feras em papéis para batalhar contra outros inkulinates. Próprio se desenhando e assumindo o personagem na batalha como um “inkulinatizinho”, o objetivo passa a ser colher os resquícios de tinta espalhados pelo papel e usar isso para desenhar seu exército de feras. Realize ações de movimento, ataque ou efeitos especiais para cada tipo de fera distinta até vencer seu oponente, cumprindo o objetivo no campo de batalha ou eliminando o inkulinatizinho adversário.

Inkulinati (2)

Apesar de parecer simples a execução lendo, a percepção disso é algo difícil de assimilar a princípio. Boa parte disso é causado pelos controles confusos e complicados, mas também pela interface pouco funcional em apresentar clareza ao jogador. De certa forma, isso seria facilmente ajustado ao usar subfunções para cada ação ao invés de ações diversas por comandos diferentes. Por exemplo, ao controlar uma fera, o jogador usará analógico esquerdo, analógico direito e direcionais para funções diversas, além dos demais botões que serão combinados com esses últimos para mais ações. No fim, mesmo após horas de jogo, é evidente que não funciona bem e o jogador ficará batendo cabeça com algumas coisas vez ou outra.

As batalhas ainda conseguem ser divertidas e fazer bom uso da estratégia de combates por turno de forma tradicional mesmo com os problemas citados. Sempre aquele efeito de planejar passos, antecipar ações e movimentos e fazer cálculos de dano ou pontos de vida para evitar uma derrota ou arriscar uma jogada incrível. Se ignorar a loucuras da proposta e os controles sem refinamento, as batalhas formam o centro do jogo de forma excelente e eficiente.

Inkulinati (3)

Há ainda a montagem de seu exército com novas feras e ações que seu inkulinatizinho pode exercer no campo de batalha. Durante sua jornada será possível adquirir novas ações via duelos ou comprando em mercadores, melhorar seu pontos de vida geral com eventos que surgem pelo caminho ou reduzir o tédio do seu artista que aumenta à medida que desenha os mesmos tipos de fera. Confesso que essa última achei de uma criatividade imensa e muito bem colocado aqui.

Já a temática para essas batalhas acontecerem é da maior loucura possível. Vá em busca da morte e sua capacidade de reviver pessoas para trazer de volta seu mestre que foi levado pela própria morte como brincadeira. No caminho, dispute com cavaleiros, noviças, aristocratas e até mesmo com Dante Alighieri em batalhas de desenhos no papel para ver qual tem mais direito aos caminhos do conhecimento em Inkulinati.

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Como disse, a proposta é muito aleatória para se levar a sério e tentar agir assim pode ser a ruína de toda a experiência no jogo. A melhor opção é simplesmente aceitar os diálogos sem sentido, adentrar nas batalhas como elas precisam ser e tentar aproveitar um jogo de estratégia por turnos da forma como ele se oferece sem questionar muito. O maior empecilho fica pelos controles e não pela proposta, que no fim é mais apelo para a comédia do que qualquer outra coisa.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Daedalic Entertainment.

Veredito

Inkulinati se destaca com uma ambientação e tom maluco para um jogo que executa muito bem o estilo de estratégia por turnos, mesmo tropeçando em controles confusos e interface pouco inspirada.

75

Inkulinati

Fabricante: Yaza Games

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Estratégia

Distribuidora: Daedalic Entertainment

Lançamento: 22/02/2024

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Inkulinati stands out with a crazy setting and tone for a game that executes the turn-based strategy style really well, even though it stumbles over confusing controls and an uninspired interface.