Clive ‘n’ Wrench – Review

Em uma época onde a maioria dos games consistem em mundos gigantes, dezenas de locais para explorar, sistemas de evolução numa pegada RPG e afins, é sempre muito bom encontrar títulos que despertam nossa nostalgia e nos fazem viajar no tempo. E foi com muita alegria e empolgação que joguei Clive ’n’ Wrench. Um game de plataforma 3D, projeto solo do desenvolvedor Rob Wass, publicado pela Numskull Games e que está completamente localizado para nosso idioma.

Em Clive ’n’ Wrench, a professora Nancy tem as plantas da sua máquina do tempo roubadas pelo nefasto Dr. Daucus. Ela, então, pede ajuda para nossos protagonistas: o coelho Clive e seu amigo, o macaquinho Wrench. Munidos de uma máquina do tempo com aparência de geladeira, no melhor estilo TARDIS de Doctor Who, cabe a esse duplinha impedir que os planos do vilão se concretizem. Para isso eles terão de viajar pelo tempo e espaço passando pelas mais diferentes eras como revolução industrial, Grécia antiga, e, até mesmo, era medieval, para citar algumas.

Clive 'n' Wrench

O game é uma verdadeira carta de amor ao gênero, tendo fortes inspirações de Spyro — com direito a uma magnífica referência — e outros títulos do gênero como Jak and Daxter e Crash Bandicoot. Clive pode correr e realizar diversos tipos de pulos, enquanto Wrench é super forte e nos ajuda com ataques giratórios e a alcançar locais mais distantes funcionando como um girocóptero ao melhor estilo cabelo da Dixie em Donkey Kong Country 2.

No total temos 11 mundos para explorar. Cada um deles possui um mini hub junto de dois portais: um levando para a fase e outro para o chefe. O objetivo das fases é simples: coletar o máximo possível de relógios e pedras antigas, pois será através deles que liberaremos os próximos níveis. A quantidade de relógios varia de fase para fase, mas as pedras antigas são dez por nível e podem ser encontradas espalhadas pelo cenários ou como recompensa de pequenas atividades, como, por exemplo encontrar filhotes de panda desaparecidos, apostar corridas contra uma tartaruga e, até mesmo, solucionar pequenos puzzles.

Clive 'n' Wrench

Durante a aventura iremos nos deparar com as mais inesperadas e divertidas referências. São monstros com cabeça de abóbora que desferem ataques fazendo moonwalker, um encontro pra lá de inesperado com uma possível prima distante de uma famosa exploradora do mundo dos games e até mesmo as palavras Bad Wolf espalhadas em diversos locais. As homenagens também estão presentes através do design de algumas fases, como escapar de uma pedra rolando em alta velocidade.

E por falar em fases, todas elas conseguem retratar muito bem a era que representam. São cheias de detalhes, com vários lugares para explorar e atalhos para liberar. Tudo isso embalado por uma trilha sonora excelente e que ajuda a ditar ainda mais o clima de cada nível.

O game também brilha ao trazer boss battles bastante criativas. Algumas são apenas arenas onde derrotamos o chefe e outras consistem em mini fases cujo desafio está em completá-las. Cada um dos chefes possui uma maneira diferente para ser derrotado, sendo que um deles tem uma conclusão tão absurda que acabou me arrancando boas risadas.

Clive 'n' Wrench

Clive ’n’ Wrench é um game extremamente divertido. Por diversas vezes, senti como se tivesse voltado alguns anos no tempo, quando passava tardes chuvosas me aventurando nos vários títulos já mencionados nessa análise. Em quase todos os momentos em que estive jogando, sua simplicidade já era suficiente para me divertir.

Digo quase, pois nem toda diversão é capaz de ocultar os problemas que o game apresenta. Apesar da beleza e riqueza de detalhes nas fases, a qualidade visual das cutscenes é muito inferior, chegando a lembrar games do Playstation 2. Os efeitos sonoros também acabam deixando a desejar sendo que os sons escolhidos para representar as vozes dos personagens chegam, por muitas vezes, a incomodar. Quanto a gameplay, o hit box de alguns inimigos pode acabar sendo frustrante e uma fase em específico possui uma curva de dificuldade um tanto desbalanceada para com o restante do jogo. Os inputs de pulo, em alguns momentos, acabavam exigindo uma precisão cirúrgica e por vezes me vi morrendo sem entender como o salto não tinha sido realizado. Outro ponto negativo é que ao completar uma fase, se quisermos voltar para ela atrás de coletáveis que deixamos passar, qualquer atalho que tenhamos aberto anteriormente estará bloqueado, nos obrigando a fazer todo percurso novamente.

Apesar dos problemas apontados acima, Clive ’n’ Wrench é uma grata surpresa para os fãs de plataforma 3D. Com tantos games que exigem horas de tutorias, mecânicas complexas e histórias densas, é bom, por algumas horas, apenas se divertir com um título mais simples, divertido e que é capaz de nos transportar de volta para a época de ouro do gênero.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Numskull Games.

Veredito

Clive ‘n’ Wrench é uma verdadeira carta de amor aos grandes games de plataforma dos anos 90, misturando tudo que havia de melhor neles. Simples, cativante, extremamente divertido e com uma trilha sonora viciante, ele acaba sendo um prato cheio para os fãs do gênero. Apesar de não escapar de problemas, Clive ‘n’ Wrench consegue mostrar muito potencial e, acima de tudo, nos transporta de volta para a era de ouro do gênero.

70

Clive 'n' Wrench

Fabricante: Dinosaur Bytes

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Aventura

Distribuidora: Numskull Games

Lançamento: 24/02/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Clive ‘n’ Wrench is a true love letter to the great platform games of the 90’s, mixing all that was best in them. Simple, captivating, extremely fun and with an addictive soundtrack, it ends up being a must play for fans of the genre. Even with problems, Clive ‘n’ Wrench manages to show a lot of potential and, above all, transports us back to the golden age of the genre.