MADiSON – Review

A temática de jogos de terror “dentro de casa” cresceu muito após o lançamento de P.T, e nós aqui no PSX já analisamos alguns deles, como Visage, por exemplo. MADiSON, jogo da BLOODIOUS GAMES, chega ao PS5 para tentar ganhar seu espaço em meio a outros jogos de peso, mas será que isso é possível?

MADiSON
Para sanar o problema com espaços, o jogo te dá a opção de guardar itens dentro de um cofre. Fonte: PS5 Create

A história de MADiSON é pertubadora e chama a atenção. O jogo fala sobre Madison Hale, uma mulher de 43 anos que matou e mutilou sua família inteira para completar um suposto ritual satânico. No entanto, enquanto ela tentava finalizar essa oferenda, uma policial descobriu seu paradeiro e a matou.

Anos mais tarde, com itens valendo até milhões de dólares, todos os bens de Madison e sua família foram leiloados, incluindo uma câmera polaroid. Luca, o personagem principal da história, é o novo dono do objeto, e várias coisas estranhas começam a acontecer. Agora, um demônio o atormenta para que ele termine o ritual iniciado por Madison no passado.

Como eu disse, a história é pertubadora, mas ela prende o jogador até o fim, pois faz você querer saber como aquilo tudo vai terminar e se Madison estava possuída pelo mesmo demônio que te atormenta.

Outra coisa legal do jogo é que eles focam na narrativa de objetos possuídos. Eu geralmente gosto bastante de títulos assim, pois se aproximam bastante das histórias que vemos e ouvimos na realidade, como a do casal Warren e o museu que contém a famosa – e supostamente maligna – boneca Anabelle.

MADiSON
A câmera Polaroid é usada para revelar diversos segredos durante sua jornada para escapar do demônio. Fonte: PS5 Create

Devo dizer que para um jogo indie, MADiSON fez um bom trabalho em vários aspectos. A iluminação, texturas e outros elementos dos cenários foram muito bem-feitos. O reflexo, por outro lado, está uma coisa caótica. Na água, por exemplo, você vê os objetos como se fossem espelhos. O tamanho daquilo que o cenário reflete não condiz com a realidade.

Outro ponto questionável é o personagem em si. Em pouquíssimos momentos você vê Luca, de fato. Ao contrário do jogo Fobia, no qual embora seja em 1ª pessoa, você ainda conseguia ver o corpo do personagem, aqui o jogador sequer tem essa percepção, a não ser quando ele levanta a mão para reclamar de fortes dores de cabeça.

Devo dizer que em determinado momento eu desejei que Luca simplesmente parasse de falar. A dublagem é irritante, e não digo isso pelo som da voz, mas sim em como ela é tratada no jogo. O tempo todo é como se ele estivesse chorando, e embora eu entenda que a situação dele ali não é das melhores, é extremamente chato e desgastante perceber que não há uma evolução do personagem. Mesmo passando por tudo aquilo, Luca continua parecendo despreparado para lidar com as situações, fato que não costuma acontecer em outros jogos ou até mesmo em filmes do gênero.

MADiSON
Efeitos realistas com reflexo são sempre bem-vindos, desde que eles não sejam porcamente e/ou desnecessariamente inseridos, como você vê na imagem. Fonte: PS5 Create

Embora eu seja um grande fã de jogos de terror, algo que me incomoda muito são os títulos que apelam aos jump scares para serem considerados minimamente bons. Alguns títulos analisados aqui por mim, embora tivessem momentos assim, conseguiam balancear muito bem com a tensão em si. Em MADiSON esse balanceamento não existe e a maior parte do tempo você passa tomando sustos desnecessários, fato que atrapalha um pouco o fluxo do gameplay.

Para compensar a quantidade desnecessária de jump scares e combinar com essa ambientação obscura, MADiSON também traz alguns puzzles. Existem segredos que podem ser revelados se você apenas procurar por um papel que indique a senha de algo, mas há outros que exigem que o jogador bata um pouco a cabeça para solucioná-lo.

No geral, o gameplay não é ruim, mas algumas coisas são estranhas. O primeiro ponto esquisito aqui é que você não sente que o personagem está andando, mas sim “deslizando” pelos cenários. Outra coisa que incomoda é em como a câmera balança para a esquerda e direita enquanto você caminha. Eu entendo que ali eles tentam imitar o “balançar” da vida real, mas o impacto desse efeito pesa muito mais para o lado negativo.

MADiSON
O jogo é propositalmente muito escuro e te obriga a usar o flash da câmera na maior parte do tempo para enxergar algo. Fonte: PS5 Create

Embora MADiSON não seja o melhor jogo de terror da biblioteca do PlayStation, ele consegue atender os fãs do gênero que querem uma experiência de jump scares. No entanto, existe um problema que devo enfatizar aqui e que vai influenciar muito na minha nota final: o título possui um bug que simplesmente corrompe o seu progresso.

Na cópia enviada pela BLOODIOUS GAMES, tive meu progresso corrompido três vezes e em todas as ocasiões eu com mais de 20% de jogo. O estúdio afirmou que esse bug não existiria na versão de lançamento, porém, mesmo após uma atualização no dia da queda do embargo o problema persistiu e não recebemos mais nenhum retorno sobre o caso.

Eu não posso afirmar que a versão da PlayStation Store tem o mesmo problema, mas antes de adquirir este jogo, recomendo que faça uma busca para saber se alguém mais teve este problema com a suposta versão final.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela BLOODIUS GAMES.

Veredito

MADiSON tinha tudo para ser um ótimo jogo de terror, mas existe um exagero desnecessário aqui. Além disso, a falta de amadurecimento do personagem na narrativa faz você pensar que está o tempo todo emperrado no início, tornando o título cansativo, principalmente com o choramingo insuportável de Luca.

60

MADiSON

Fabricante: Bloodius Games

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Terror

Distribuidora: Bloodius Games

Lançamento: 08/07/2022

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (Inclusive Platina)

Comprar na

Veredict

MADiSON had what it takes to be a great horror game, but there is unnecessary exaggeration here. In addition, the lack of maturity of the character in the narrative makes you think that it is stuck all the time at the beginning, making the title tiring, especially with Luca’s unbearable whimpering.


Rui Celso
Rui Celso
Jornalista que decidiu se aventurar no mundo gamer desde o tempo em que as revistas eram a principal fonte de informação deste mundo do entretenimento. Hoje eu expandi meu universo e também faço parte do backstage deste universo atuando como Assessor de Imprensa. Só pra constar: Paper Mario é o meu jogo favorito da vida.