Análise – Generation Zero

Existem idéias que não são o que demonstram em um primeiro olhar. O primeiro impacto pode ser propositalmente direcionado para um entendimento e, após algum evento, demonstra ser exatamente o contrário ou complemento de algo. Isso acontece nos já famosos plot twist e reviravoltas aplicados em várias histórias. Um grande porém com isso é acontecer exatamente o contrário: Prometer, preparar e não acontecer nada.

Generation Zero sofre exatamente disso. O jogo de mundo aberto da Avalanche Studios é situado na Suécia durante a década de 80. O jogador cria um personagem com bastante influência da cultura dessa época e se encontra e, após voltar de uma ilha, se encontra numa região completamente desolada. Cabe agora ao jogador explorar o gigantesco mapa do jogo, procurando as pessoas desaparecidas e descobrir o porque dos robôs de segurança do país terem ficado hostis.

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Acredite, muito do jogo é simplesmente jogado em forma de texto e pouco é explicado. Não existe cutscenes e diálogos que vão desenvolver a história. Nenhuma explicação é dada sobre eventos do local e principalmente sobre jogabilidade. Entretanto, o ar de mistério preenche bem o início do jogo e incentiva a exploração ao jogador, convidando o mesmo a buscar as respostas desse enigma.

Após as primeiras 3 a 4 horas de jogo, o charme do mistério desaparece e a realidade vem à tona. Generation Zero é um grande vazio. Desde a história sem narrativa alguma ao mundo vago e desinteressante. Avançar do ponto A para o ponto B eliminando máquinas agressivas num combate totalmente desbalanceado é tudo o que o jogo oferece. Tentar aproveitar o jogo com interesse na história é uma grande decepção.

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Além da perda do interesse inicial em saber o que aconteceu no local, pouco do jogo incentiva a continuar progredindo. Vasculhar mochilas e caixas a procura de itens e armas melhores é o que se faz em boa parte do tempo. Outra parte que consome bastante tempo é o gerenciamento do inventário. Totalmente confuso e nada prático, é comum se perder na tela de gerenciamento de itens por vários minutos só para liberar um espaço extra e assim carregar mais um pacote de munição.

A variação de gameplay é mínima. Generation Zero se resume a coletar itens e armas, correr, se esconder e atirar frequentemente em robôs ultra resistentes e apelativos. De certa forma, é condizente a dificuldade em derrotar as máquinas e o dano causado pelas mesmas, mas a simplicidade como o combate ocorre é desmotivante. No fim, o combate vai ser um jogo de gato e rato, onde o jogador vai passar a maior parte do tempo se auto revivendo e tentando novamente na marra passar por uma área cheia de máquinas, já que nem o modo furtivo do jogo funciona de forma agradável.

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Um grande problema no jogo é o balanceamento desse combate. Jogar solo é a pior forma de se aproveitar Generation Zero, não apenas pela diversão extra de jogar com amigos, mas pelo fato de que a dificuldade é completamente desbalanceada e punitiva em excesso. De certo modo é possível sim jogar sozinho, mas não será uma experiência divertida. Jogar em 4 pessoas soa como equilíbrio perfeito, sendo a maneira ideal de superar várias frustrações com o jogo. 

É incrível o quanto o jogador tem que procurar por algo a fazer no jogo. Mesmo que isso instigue a investigação e exploração, a recompensa é pouco valiosa. Chega a ser entediante andar e andar no mapa sem nada acontecer e, quando algo acontece, não diversifica o que já foi visto anteriormente. Nem mesmo as variações dos robôs é algo refrescante no tempo gasto em Generation Zero.

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Alguns fatores se sobressaem quanto ao visual e ambientação do jogo. O clima soturno, vazio e as belas paisagens são interessantes e agradável aos olhos. Entretanto, basta adentrar em uma vila ou cidade e ver a repetição excessiva dos mesmos ambientes e a baixa qualidade no acabamento do jogo. Casas e cômodos repetidos e pouca interação direta com o cenário faz de boa parte do mapa apenas uma reciclagem de várias outras já vistas anteriormente.

O jogo todo se mostra mais como um protótipo interessante que não foi descartado, mas que também não teve o polimento e dedicação necessários para aproveitar um potencial desperdiçado. Pouca variação de tarefas, design visual estranho, bugs e alguns problemas técnicos, jogabilidade desbalanceada além de vários outros fatores fazem do jogo apenas mais um shooter sem alma, mesmo que o fator cooperativo ainda seja interessante.

Veredito

Jogar com amigos e uma singela exploração é o que se tem de mais positivo em Generation Zero. Várias falhas minam a qualidade que o jogo cooperativo de mundo aberto da Avalanche Studios poderia ter. Aproveitar a Suécia da década de 80 é um trabalho difícil de se realizar.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela THQ Nordic.

Veredito

50

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Veredict

Playing with friends and a simple exploration are the most positive points about Generation Zero. Several flaws undermine the quality that Avalanche Studios’ open-world cooperative game could’ve had. Enjoying the Sweden from the 80s is a really tough thing to do.