Tokyo Xanadu é o primeiro lançamento da desenvolvedora japonesa Falcom que não faz parte da série Ys ou The Legend of Heroes em bastante tempo. Distribuído no Ocidente pela Aksys Games, também marca o primeiro grande título da desenvolvedora a não ser publicado pela XSEED Games desde Ys Seven para o PlayStation Portable em 2010.
Tokyo Xanadu se trata de uma interpretação feita por uma das desenvolvedoras japonesas mais tradicionais de uma das séries mais famosas no Japão, a série Persona. Em Tokyo Xanadu, você controla um grupo de colegiais que descobrem poderes únicos e especiais, com os quais devem contar para garantir a segurança de Tóquio e impedir que a manifestação de outro mundo, chamado “Eclipse”, tome conta do mundo real.
A história, se passando durante o colegial, se assemelha em vários aspectos aos jogos da série Persona, inclusive por trazer elementos sociais como os “social links” da série em que busca inspiração. Controlando Kou, o protagonista, Asuka, sua colega que já investigava o “Eclipse” antes do começo do jogo, e seus outros colegas conforme vão despertando seus poderes, o jogador deverá desvendar o mistério por trás dessas aparições, além de lidar com o dia-a-dia escolar do grupo.
As batalhas, no entanto, são bem diferentes. Você controla um personagem por vez nos calabouços do “Eclipse”, enfrentando as manifestações chamadas “Greed”, enquanto deve explorar o mapa, encontrando tesouros, até mesmo realizando seções de jogos estilo plataforma, até chegar ao final do mapa e enfrentar o chefe por trás da aparição daquele calabouço para desfazer a manifestação no mundo real.
Todas as batalhas são de ação, nada de RPG de turno. Por sinal, as batalhas se assemelham mais aos jogos da série Ys do que da série The Legend of Heroes. Cada personagem possui um elemento, sendo forte ou fraco ao elemento do inimigo, requerendo que o jogador troque os personagens a cada monstro e aperfeiçoe o estilo de cada personagem.
A arte do jogo se distancia das outras séries da Falcom, trazendo um traço mais popular e comum para fãs de animes e RPGs japoneses atuais. Além disso, a trilha sonora, também, lembra muito da trilha da série Persona e, por sua vez, até mesmo encontrei algumas faixas que me lembravam de jogos como Fate/Extra. O jogo é inteiramente dublado em japonês e legendado em inglês.
A duração da história principal chega a 50 horas, mas contando com as quests opcionais, todas as receitas de comida, os rankings das fases, os elos com seus amigos, além do “New Game +”, o jogo pode passar de 100 horas, principalmente para aqueles que buscam o troféu de platina para sua coleção.
Impossível não traçar comparações, como já mencionado, com os jogos da série Persona. Mesmo assim, jogando Tokyo Xanadu, algo estava faltando. O jogo em si, a jogabilidade, a arte, a trilha sonora, tudo está adequado, o grande problema é que, em comparação a outros jogos da desenvolvedora, falta charme em Tokyo Xanadu, falta aquele diferencial que o destaca e distingue de todos os demais, como as séries Ys e The Legend of Heroes, cada uma com quase vinte anos de história.
Uma empresa como a Falcom conseguiu seu espaço no mercado fazendo algo que apenas ela conseguia fazer, mas jogando Tokyo Xanadu, um jogo que de Xanadu (uma série também bastante antiga da empresa) só tem nome, a desenvolvedora conseguiu provar que tudo que toca tem seu selo de qualidade, mas não consegue também se diferenciar ou mesmo bater de frente quando se inspira em outros ao invés de criar novos conceitos ou celebrar o que fortaleceu durante todos esses anos.
Veredito
Tokyo Xanadu prova que a Falcom não consegue desenvolver um jogo ruim, mas ao mesmo tempo conseguiu provar que sua força está em celebrar o que criou ao longo dos anos e não em se inspirar em outros trabalhos.
Jogo analisado com código fornecido pela Aksys Games.
Veredito
Veredict
Tokyo Xanadu proves that Falcom can do no wrong, but at the same time, it proves that your strength is in celebrating what they’ve built through all these years and not in getting inspiration from other games.