Teslagrad

Lançado em abril para PS4 e PS3, Teslagrad finalmente chega ao PS Vita. Todos os donos do portátl da Sony sabem o quanto a plataforma é um paraíso para jogos independentes (para alguns até em excesso) e Teslagrad parece em casa na tela do Vita. O desafiante jogo de plataforma na veia dos clássicos Metroidvanias é um ótimo jogo para diversão em pequenas doses.

A primeira coisa que chama atenção é justamente o quão belo o jogo parece na tela do Vita. O seu estilo de arte, que mais lembra uma pintura do que a pixel art que estamos acostumados a ver em jogos do gênero, é muito agradável aos olhos e seu considerável nível de detalhes é perceptível no Vita. 

O foco não é só visual, felizmente. Com uma história que navega bem entre os clichês do gênero e algumas novidades, Teslagrad coloca o jogador na pele de um garoto que fica preso na torre que dá título ao jogo, em uma Rússia dominada por tecnomagos. O jogo usa e abusa da estética steampunk, o que acaba funcionando a seu favor, visto que a estrutura do jogo parece toda construída em favor dos puzzles utilizando magnetismo.

Os puzzles, aliás, são exatamente aquilo que se precisa desse gênero de jogos: desafiadores, quase à beira da frustração, mas criativos e a sensação de vencê-los é sempre muito gratificante. Os desafios praticamente se resumem a manipular o magnetismo com os equipamentos que o jogador vai encontrando enquanto explora a torre. O fato de não existir uma barra de energia exige uma certa agilidade nos dedos. Felizmente, após cada morte o jogador volta ao começo da sala onde ele estava, já que o jogo salva automaticamente.

Combates são raríssimos em Teslagrad. O jogador em momento nenhum recebe uma arma e as batalhas com os chefes dependem de manipular o magnetismo para atingí-los determinada quantidade de vezes. Você só estará tentando sobreviver, não derrotar os inimigos. A estrutura não-linear do jogo ajuda a dar essa sensação de sobrevivência e exploração e realmente passa a sensação de estar, aos poucos, desvendando os mistérios da torre.

Teslagrad, aliás, é um daqueles jogos que não deixa absolutamente nada claro, salvo quais os comandos que você precisa usar para ativar essa ou aquela habilidade, mas os efeitos dela não são explicados com tutoriais ou algo assim. Óbvio que as salas possuem exatamente a configuração que você precisa para treinar a utilização daqueles itens, mas muitas das descobertas vão ser feitas através dos erros.

Tem algo ótimo na maneira como o jogo nunca te deixa se sentir mestre dele, parecendo que cada novo desafio foi superado por pouco, o que acaba sendo uma bela folga da enorme quantidade de jogos que parecem querer pegar o jogador pela mão e fazer tudo por ele. E é ainda mais raro que isso pareça uma boa decisão de design (como é em Teslagrad) e não um jogo mal feito.

Felizmente, a curta duração do jogo permite que nenhuma das mecânicas e a dificuldade do jogo se torne repetitivo ou cansativo, o que poderia ter sido um problema em um jogo que quisesse se alongar demais. As poucas horas funcionam em seu favor, tornando a experiência muito mais memorável e agradável. Mesmo com o backtracking necessário em vários momentos, a variedade de designs das salas evita que essa fadiga aconteça.

Teslagrad é um belo, charmoso e desafiante jogo de plataforma 2D, bem acabado, sem problemas de performance e que dura o bastante para ser memorável, evitando se alongar demais para cansar o jogador. Talvez não se destaque tanto pela grande quantidade de jogos do gênero que temos por aí, mas definitivamente merece ser jogado por quem gosta de jogos do gênero ou de desafios em geral.
 

Veredito

Teslagrad é mais um dos ótimos jogos de plataforma lançados para o Vita e consegue se destacar em meio a outros jogos do gênero. A história é interessante, mas o verdadeiro charme do jogo vem dos puzzles desafiantes e de seu belo estilo artístico. É um jogo obrigatório para quem gosta de desafios.

Jogo analisado com código fornecido pela Rain Games.

Veredito

85

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