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Análise – Death end re;Quest

Death end re;Quest, o mais novo RPG da Compile Heart, alerta para conteúdo violento e que pode causar repulsa e, logo na primeira cena, recebe seus jogadores retratando um evento com todos seus companheiros mortos e uma personagem sendo triturada por um monstro. A arte contém poucos detalhes grotescos, porém o texto ajuda a construir a situação que se passa, algo semelhante a uma Visual Novel. Apesar do começo inusitado e que realmente consegue prender a atenção do jogador, DER falha em todas as formas possíveis para se tornar um jogo verdadeiramente interessante e memorável.

A história é centrada nos personagens Shina e Mizunashi, uma diretora e um programador do MMO de realidade virtual World’s Odyssey. Infelizmente para ambos, World’s Odyssey foi cancelado antes de seu lançamento e Shina desaparece sem deixar rastros logo em seguida. Um ano depois, um misterioso servidor dispara um ataque hacker em inúmeros aparelhos no mundo e Mizunashi descobre que este servidor está rodando World’s Odyssey e com uma única jogadora ativa, Shina.

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Após reunirem-se em World’s Odyssey, Shina descobre que não consegue sair normalmente do jogo e deve derrotar o último chefe do MMO para poder voltar a realidade. Enquanto isso, Mizunashi oferece apoio moral e técnico, além de tentar descobrir os mistérios por trás da ressuireição do MMO e do ataque hacker. A trama, portanto, avança em duas frentes: Uma dentro de World’s Odyssey com Shina e outra com Mizunashi no mundo real.

Conforme a trama avança, novos mistérios e elementos como ficção científica e fenômenos paranormais vão sendo adicionados, tornando o escopo da história muito maior, mais complexo e, muitas vezes, terrivelmente mal contado. Pontos importantes da história tem péssimas resoluções ou são ignorados completamente, desenvolvimentos abruptos que acabam eliminando todo impacto que a história poderia ter, entre outros vários problemas. Não bastasse os problemas com a história em si, ainda existem erros com o diálogo dos personagens, erros de inglês e traduções inadequadas.

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Outro ponto marcante é que, em alguns momentos, é necessário escolher uma dentro de duas opções para avançar a história, sendo que tais escolhas pouco importam, pois uma delas é um Game Over e é impossível saber qual das opções é a correta. Momentos como consolar um companheiro de equipe ou deixar a tarefa para outra pessoa levam a finais súbitos com três linhas e uma tela preta descrevendo que alguém morreu e o jogador é chutado para seu último save. É possível salvar em alguns momentos com texto, no entanto, existem partes onde salvar não é permitido e perdi um progresso considerável por ter feito algumas dessas escolhas erradas.

A real frustração de se acompanhar a história em DER é que, em alguns raros momentos, ela é genuinamente interessante. Um dos finais ruins foi propriamente desenvolvido e me deixou triste com o fim de uma personagem. O vilão principal da trama provavelmente irritaria qualquer pessoa e ele se mostra muito capaz e perigoso para conseguir o que quer. A interação de Shina, Mizunashi e demais personagens quando falam sobre coisas do dia a dia também é algo que muitos vão se identificar. Porém, toda a atual a estrutura e desenvolvimento não conseguiu comportar a história como um todo, fazendo com que a experiência como um todo seja decepcionante.

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A parte RPG do título acontece com Shina e sua equipe de aventureiras, enquanto exploram o mundo de World’s Odyssey. Infelizmente para a protagonista, o jogo se encontra com inúmeros bugs e com alterações se comparado com o jogo que ela originalmente dirigiu. O mundo do MMO está destruído e com vários monstros violentos, muitos NPCs mortos ou enlouquecidos devido a um enorme desastre que se passou dentro do jogo e um estranho bug atrelado a perna de seu avatar.

O mundo é composto inteiramente das dungeons a serem exploradas e algumas regiões montanhosas que servem para ligar as mesmas. Uma boa produção nunca foi um forte dos jogos da Compile Heart e DER também não é nada diferente nesse aspecto, utilizando de gráficos extremamente simples para suas partes 3D e arte 2D para conversas, eventos, etc. DER, no entanto, peca também devido ao seu level design fraco em praticamente todas as dungeons e por seu sistema de batalha que também é pouco interessante, especialmente se comparado com outros jogos da produtora.

A equipe de batalha é composta por três integrantes e, cada uma, pode realizar até três ações por turno. Ao terminar suas ações de ataque, é possível lançar um inimigo em uma direção e fazer com que o mesmo colida com outros inimigos ou personagens para que possam levar mais dano. É um sistema que lembra sinuca com o jogador tentando fazer os inimigos colidirem uns nos outros ou nas paredes invisíveis do campo de batalha.

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As personagens contam com um arsenal de ataques mágicos e físicos e que contém propriedades que nunca são muito bem explicadas no jogo. Dependendo da sequência de ataques utilizados, as personagens aprendem novas habilidades e estas, normalmente, envolvem uma área maior de ataque, maior dano ou alteram os status de aliados e/ou inimigos. Mizunashi, por sua vez, também fornece apoio em combate, utilizando de hacks para alterar o campo de batalha, invocar chefes derrotados ou alterar temporariamente o gênero do jogo para causar dano aos inimigos.

Os sistemas básicos não são surpreendentes, mas funcionam. O principal problema está no balanceamento, especialmente no final da jornada, quando inimigos comuns têm quantias absurdas de vida, levam pouco dano e a principal mecânica de colidi-los já não surte efeito. Ironicamente, chefes quase que completamente ignoram a mecânica de colisão por serem lançados por distâncias muito curtas, mas são batalhas muito mais fáceis e menos trabalhosas que os grupos normais no final do jogo. Eu recomendo deixarem a personagem Celica como principal devido ao seu alto dano e utilizar as habilidades de Clea para recuperar o SP de sua equipe após qualquer combate, o que torna as coisas mais rápidas pelo menos.

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Veredito

Death end re;Quest é mais um exemplo de conceitos interessantes que acabaram sendo mal aproveitados por causa de uma execução ruim. O jogo demonstra seu verdadeiro potencial em alguns momentos, mas infelizmente, esses momentos são a exceção do que a regra geral.

Jogo analisado com código fornecido pela Idea Factory International.

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Veredito

45

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Veredict

Death end re;Quest is yet another example of interesting concepts poorly executed. The game shows its true potential during certain moments, however, those are the exception, rather than the rule.