Vagrant Story

O diretor e roteirista de Vagrant Story, Yasumi Matsuno, também conhecido por seu trabalho como roteirista, diretor e produtor de Final Fantasy Tactics, Final Fantasy XII e dos demais títulos da chamada Ivalice Alliance , divulgou alguns detalhes sobre a proposta que ele havia apresentado a Square Enix para uma sequência de Vagrant Story.

O título que acabou se tornando uma obra bastante cultuada como um dos melhores RPGs do PS1, nunca teve uma sequência produzida, mas em algumas entrevistas relacionadas à linha de missões roteirizadas por ele para o MMO Final Fantasy XIV (entitulada Return to Ivalice), Matsuno comentou que ela usa algumas das ideias da proposta que ele tinha para um Vagrant Story II.

Com o entusiasmo dos fãs sobre a ideia e o desejo de saber mais, Matsuno revelou o prólogo da sua proposta para a história da sequência, algo que ele sempre disse querer fazer. Como tudo isso foi divulgado pelo Matsuno em japonês na sua conta no twitter, o usuário @hiansphere traduziu para o inglês.

A ideia central do plot veria uma sequência direta do primeiro jogo, dessa vez não colocando o jogador no controle do protagonista do original, Ashley Riot, mas de um novo personagem chamado Jack, um “tracker”, cujo trabalho é rastrear um alvo e extrair informações dele com precisão gigantesca.

Isso seria feito através da capacidade do Jack de entrar na mente das pessoas, encontrar a verdade dentro dela e assim extrair as informações necessárias. É possível, inclusive, que as áreas do jogo fossem compostas das mentes que o Jack precisaria invadir e não a cidade de Leà Monde, como no original.

É possível, com isso, traçar alguns paralelos com o primeiro jogo e com a série de missões de Return to Ivalice. Então, se quiser evitar spoilers para Vagrant Story e essas missões em específico de Final Fantasy XIV, não prossiga.

Em Return to Ivalice, o jogador precisa entrar na mente de um personagem e descobrir a verdade sobre o passado de alguém. Isso te leva a um cenário surreal, onde os bloqueios são os traumas do personagem e os seus mecanismos de enfrentamento, que vão atrapalhando o seu progresso, dadas as “várias verdades” que existem na mente de uma pessoa.

Isso se alinha com os conceitos presentes em Vagrant Story, com o jogo sendo bem aberto à interpretações, e os expande consideravelmente, uma vez que esse prólogo dá a entender que os “trackers” seriam uma versão ainda mais potente dos Heart-Seer presentes no jogo, pessoas capazes de criar uma versão sombria de alguém que então revelaria todas as verdades sem consentimento da pessoa, inclusive pela menção a capacidade de “ver o coração das pessoas”, o que estaria relacionado ao Dark, poder que mantém Leà Monde funcionando.

Além disso, o texto do prólogo dá a entender que “Jack”, na verdade, seria uma personagem chamada Margot Merlose, a qual compartilha o sobrenome com um Heart-Seer visto em Vagrant Story, Callo Merlose, sendo possível que ela seja descendente da personagem e tenha herdado uma versão ainda mais poderosa desse dom dela. É visto ainda que a pessoa que passaria a missão a Jack seria Joshua Bardoba, o mesmo Joshua resgatado por Callo Merlose e que assumiria o Ducado após a morte do seu pai.

Assim, é bem provável que o alvo da missão que Joshua precisa da ajuda de um Heart-Seer, alguém bastante elusivo e difícil de rastrear, seja o protagonista do primeiro jogo, Ashley Riot, já que dificilmente alguém seria mais difícil de encontrar e extrair informação do que ele, uma vez que ele assumiu o poder do Blood-Sin no final do jogo, se tornando um vagrant, um dos seres mais poderosos de Ivalice e se afastando das questões mundanas. Como todo mundo estaria atrás desse poder, com o Joshua possivelmente querendo se livrar daquilo que tem sido uma praga sobre a sua família por tanto tempo ou até mesmo salvar o Ashley dessa maldição.

Não foi revelado muito mais do que isso, ficando todo o resto por conta da especulação dos fãs, mas não deixa de ser o suficiente para reacender o apetite por uma verdadeira sequência para Vagrant Story, um dos melhores jogos do PS1 a nunca receber uma verdadeira continuação, além de se passar em Ivalice, uma das ambientações mais queridas da série Final Fantasy.

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