Análises

Yasha: Legends of the Demon Blade – Review

De tempos em tempos, o mercado de games passa por verdadeiras ondas de gêneros em alta. Dentre eles, poucos cresceram tanto quanto os roguelikes e roguelites. Parece que todo mês temos algum lançamento ou anúncio novo, o que torna cada vez mais difícil se destacar nesse mar de opções. Yasha: Legends of the Demon Blade é mais um desses títulos. E embora acerte em alguns aspectos, acaba falhando em pontos importantes que comprometem sua longevidade.

Ambientado no Japão do período Edo, Yasha: Legends of the Demon Blade é um roguelite de ação que nos apresenta um mundo onde humanos e demônios coexistem em uma paz frágil, ameaçada pelo ressurgimento da temida Raposa de Nove Caudas. A narrativa se desenrola através das perspectivas de três protagonistas: Shigure, uma ninja imortal; Sara, uma emissária oni; e Taketora, um samurai demoníaco. Cada personagem possui sua própria história e estilo de combate, o que em teoria deveria estimular o fator replay. Digo “em teoria”, porque na prática a sensação é outra.

Yasha: Legends of the Demon Blade

Conforme já dito, Yasha conta com três personagens principais ficando a critério do jogador escolher com qual deseja começar sua jornada. A história de cada um deles é divida em três capítulos, sendo que cada um conta com sete chefes a serem derrotados. Tal informação pode passar a sensação de variedade, mas aqui mora um dos grandes problemas do título: sua repetição excessiva. Claro que roguelites são conhecidos pela repetição, afinal o loop da gameplay é a chave do fator replay. Entretanto em Yasha ocorre o contrário. Cada cenário se caracteriza por uma ambientação diferente e bastante competente com um chefe aguardando para ser derrotado no final de cada uma delas. O problema é que em todos os capítulos com todos os personagens esses cenários e chefes serão os mesmos. No começo imaginei encontrar uma variedade maior ao escolher diferentes personagens, mas foi bastante decepcionante notar que isso seria o máximo de diversidade.

Conforme já dito, Yasha conta com três personagens principais ficando a critério do jogador escolher com qual deseja começar sua jornada. Cada uma delas é dividida em três capítulos, contando com sete chefes a serem derrotados. No papel, isso soa promissor. Mas a repetição acaba sendo o grande problema de Yasha. Roguelites são conhecidos pela repetição, afinal o loop da gameplay é a chave do fator replay. Entretanto aqui ocorre o contrário. Os cenários possuem uma ambientação diferente e bem construída com um chefe aguardando para ser derrotado ao final de cada área.O problema é que tudo isso se repete exatamente da mesma forma em todas as rotas independente do personagem escolhido. No começo pensei que haveria uma maior variedade entre as campanhas, mas foi bastante decepcionante notar que o que muda, na verdade, é bem pouco. E em um gênero que vive do “loop”, isso é um problema.

Por outro lado, Yasha tem como ponto forte sua gameplay. Cada um dos personagens conta com mecânicas exclusivas – Shigure empunha duas katanas em combate, sendo a mais equilibrada, um meio-termo entre força e agilidade; Taketora é mais forte, compensando sua lentidão com ataques físicos e uso do arco; já Sara é ágil consegue causar bastante dano em pouco tempo graças a ataques rápidos usando suas adagas duplas.

Yasha: Legends of the Demon Blade

Durante as runs, ao final de cada área, coletamos Orbes da Alma que permitem desbloquear até três upgrades temporários por ciclo, o que limita em partes as builds que podemos montar. Ainda durante o combate é possível obter pontos de alma que podem ser usados para fazer aprimoramentos permanentes e que irão ajudar a melhorar nosso desempenho a cada tentativa. Somado a isso, temos a cereja do bolo de Yasha: a variedade de armas. Cada uma traz habilidades únicas e que podem ajudar a mudar o rumo das lutas. Aproveitar os intervalos entre cada jogada para treinar suas habilidades, incluindo o parry, é sempre útil.

Visualmente Yasha é um show à parte. Tanto as artes 2D dos personagens quanto as cenas de animação e design dos cenários são lindas e mostram um cuidado ao retratarem bem a era Edo do Japão com um toque sobrenatural. A trilha sonora também acerta casando perfeitamente com diferentes momentos da campanha. Sua narrativa é apresentada em formato de novel sem dublagem e, infelizmente, é um tanto desinteressante além de sofrer com uma localização fraca. Mesmo contando com suporte ao português de Portugal e sendo compreensível, em diversos momento a tradução parecia saída diretamente do Google Tradutor, soando um tanto estranha, engessada e sem sentido.

Yasha: Legends of the Demon Blade

Por fim, Yasha: Legends of the Demon Blade tenta encontrar seu espaço num gênero saturado até tenta, mas acaba sendo apenas mais um no meio de tantos outros. Sua ideias são interessantes e sua gameplay é, de fato, seu grande trunfo. No entanto a escolha de como apresentar sua narrativa somado a uma trama desinteressante e uma repetição cansativa acabam impactando na diversão. Para quem é fã de roguelites, talvez Yasha seja uma opção interessante. É um bom game, mas entre tantos títulos do gênero há outros mais interessantes.

Yasha: Legends of the Demon Blade está disponível para PS4, PS5, Xbox Series, Switch e PC via Steam com legendas em português do Brasil. Esta análise é da versão PS5 e foi realizada com um código fornecido pela Game Source Entertainment.

Veredito

Em meio a tantos roguelites lançados nos últimos anos, Yasha: Legends of the Demon Blade acaba sendo apenas mais um na multidão. Seu visual e, principalmente, seu gameplay divertido são os grandes destaques, mas não o suficiente para torná-lo um game memorável. A repetição, que costuma ser uma aliada do gênero, aqui atua como um vilão, desgastando a experiência e tornando o game recomendável apenas para grandes fãs de roguelite.

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