A série de jogos Two Point se destaca por oferecer uma abordagem divertida do gênero de simulação, descomplicando algumas mecânicas de construção e de gestão, mas sem que percam sua essência. Essa tendência foi observada novamente durante o teste fechado que participamos, a convite da Sega, do novo jogo da franquia: Two Point Museum.
Com seu lançamento programado para o dia 4 de março de 2025, o título deixou uma ótima impressão ao longo das dez horas que passamos explorando seu primeiro ato. E por mais que que muitas características dos jogos anteriores tenham sido preservadas, o que conseguimos constatar é que Two Point Museum possui melhorias e ideias únicas para adaptar a fórmula da desenvolvedora a esse universo tão fascinante que é o da cultura dos museus.
A história, no entanto, segue o mesmo padrão de simplicidade dos outros jogos. Você é colocado no papel de um administrador de museus da Fundação Two Point ao redor do mundo, e deve tomar conta de todos os processos envolvidos para que seu negócio prospere, desde a aquisição de novas peças para exibição, passando para a decoração e disposição das alas, até a gestão dos funcionários e dos visitantes.
Todas essas mecânicas são muito bem explicadas ao longo do ato um. O jogo possui uma interface fácil de ser assimilada e foi bem adaptado para o controle. O primeiro museu que nos é apresentado é o de pré-história. Nele, é possível exibir fósseis de diferentes regiões climáticas e plantas exóticas.
Logo de cara, as viagens de exploração já são destacadas como um dos principais conceitos do jogo. É através delas que obteremos novas peças para aumentar as coleções dos museus.
Para desbravar cada sítio arqueológico, uma equipe deve ser formada por funcionários do museus com as habilidades exigidas. Cada um desses locais possui eventos e requisitos básicos para conseguir extrair as melhores peças. Durante as aventuras, a equipe pode ser surpreendida com uma decisão a ser tomada para definir os rumos da expedição. Em casos específicos, os funcionários podem sofrer ferimentos graves ou até desaparecer.
A cada nova região liberada, mais peças são encontradas. Além disso, os objetivos necessários para desbloquear outras áreas também se tornam mais difíceis, assim como as viagens passam a ser mais longas e a exigir um maior investimento financeiro. Para revelar os demais mapas, será necessário concluir uma série de tarefas relacionadas à administração e ao nível de aprovação dos museus.
Conforme mais peças são expostas e o número de visitantes aumenta, a gestão de recursos e da qualidade da coleção exibida se tornam mais importantes. Isso envolve melhorar o entorno das exibições com placas de informação e elementos decorativos para cativar os visitantes. Quanto mais detalhado for o museu, maior será seu nível de aprovação e, consequentemente, o dinheiro arrecadado através das vendas de ingressos, das lojas de lembrancinhas e das doações.
Quanto maior for o público mensal, também aumentará sua demanda por funcionários. Eles possuem diferentes funções e podem ser treinados para se qualificarem para mais tarefas. A cada novo nível alcançado, o funcionário fará exigências por um reajuste salarial ou demonstrará insatisfação com as condições de trabalho. Dessa forma, será importante tomar conta do seu ganho mensal para não entrar em débito e ser necessário recorrer a empréstimos.
Mas há mais uma série de eventos que influenciam na dinâmica dos museus. Visitas da vigilância sanitária e do departamento de cultura vão avaliar a organização do ambiente e a qualidade das peças. Alguns visitantes famosos são mais exigentes com o nível de raridade da coleção. Além disso, excursões guiadas podem ser programadas para subir o nível de avaliação. E claro, conforme as exposições fizerem mais sucesso, gatunos disfarçados também tentarão se infiltrar para surrupiar o dinheiro das doações.
Em se tratando das construções, embora o sistema seja simples, há muitas possibilidades para customizar seu museu. Paredes podem ser levantadas para delimitar o acesso, criar ambientes únicos ou, até mesmo, ditar o percurso dos visitantes ao longo da exposição. Também é possível adquirir lotes adjacentes para expandir o museu conforme sua demanda por mais espaço for crescendo. Uma boa variedade de itens cosméticos, como pisos, tapetes, plantas, dentre tantos mais, podem ser posicionados estrategicamente para aumentar o nível de decoração do museu e gerar mais burburinho entre o público.
Também é necessário se preocupar com o bem-estar dos visitantes e dos funcionários. Sendo assim, máquinas de lanches e de bebidas, quiosques de café e outras benfeitorias devem ser instaladas. Salas especiais também são necessárias para cuidar da segurança do museu, descansar os funcionários e realizar pesquisas que podem liberar novos itens.
Uma das melhores características notadas durante o teste é que o bom humor típico da série continua bastante presente. Isso aparece nos comentários da locutora do museu, nas animações dos visitantes ao interagir com os cenários e até em situações que fogem do comum. Um exemplo são os fósseis de itens peculiares, como um grande computador ou um disquete. Outra peça curiosa é um homem das cavernas congelado, que, caso não esteja em um ambiente devidamente climatizado, saíra do gelo para causar desordem pelo museu.
Situações caóticas assim são corriqueiras. Seja pela presença das crianças que, por não serem facilmente distraídas com conhecimento, devem ser animadas por atrações interativas construídas em uma sala especial; ou pelas divertidas interações dos visitantes com as peças. É o caso da planta pré-histórica carnívora Bufão Danadão, que engole os visitantes e os cospe vestidos de palhaços.
Além do cenário de pré-história, mais dois temas são apresentados ao longo do ato um. O Alojamento Wailon é um hotel assombrado que deve ser transformado em museu com a ajuda de seu proprietário falecido. Ele pode ser decorado com peças assombradas das mais divertidas e com os fantasmas encontrados nas expedições, que devem ser dispostos em salas de contenção para serem exibidos aos visitantes.
As peças sobrenaturais possuem modificadores únicos que causam efeitos adversos no público, como, por exemplo, uma vontade constante de ir ao banheiro. Já os fantasmas precisam ficar em ambientes que atendam as suas preferências de decoração e serem acalmados por especialistas. Caso fiquem nervosos, eles podem escapar e assombrar as pessoas.
O outro museu é o Passwater Cove, localizado em uma região litorânea e cujo foco está em artefatos e criaturas encontradas no fundo mar. Neste museu, é possível construir aquários para abrigar os mais curiosos peixes, além de exibir peças descobertas em expedições para naufrágios. Para enviar equipes de exploração para as regiões mais profundas do Mar Two Point, alguns equipamentos devem ser fabricados, como, por exemplo, uma broca.
Os peixes também possuem características que determinam que tipo de aquário deve ser construído para eles, qual a climatização da água e sua alimentação recomendada. Aliás, uma das atividades mais divertidas é decorar o fundo dos tanques com corais e plantas marinhas.
O certo é que, mesmo diante das dez horas jogadas, ainda deixamos o teste com vontade de seguir explorando todas as possibilidades de Two Point Museum. Esperamos que outros cenários apareçam ao longo do jogo, já que essa variedade de temas se provou capaz de oferecer muitas horas de diversão.
A proposta que a franquia possui de abordar o gênero de simulação de forma leve e bem-humorada, juntamente com a temática de gestão de museus, promete torná-lo não apenas um ótimo jogo de simulação, mas também um dos títulos mais interessantes do início de 2025.
Prévia realizada no PC com código fornecido pela SEGA.