The Nioh Collection – Review

De todos os títulos que sucederam a chegada de Dark Souls, e que naturalmente tentaram desenvolver seus conceitos, Nioh é claramente um dos mais notáveis. O segredo para isso certamente reside nos desenvolvedores da Team Ninja que, mais do que tentar seguir uma tendência, se preocuparam em criar algo que pudesse sustentar-se por si só, ao mesmo tempo em que aplicavam o DNA pelo qual previamente ficaram conhecidos. O resultado claramente não poderia ser outro além de sucesso e, após uma excelente sequência, somos convidados a revisitar a longínqua terra do Japão novamente, através de The Nioh Collection, que trás a franquia com louvor ao PlayStation 5.

O foco deste review se concentra nas novidades e características do jogo rodando no PlayStation 5, portanto caso deseje uma análise mais aprofundada em relação ao gameplay e enredo dos jogos que compõem a coleção, você pode conferir as nossas análises de Nioh e Nioh 2.

O pacote de The Nioh Collection certamente é a melhor opção para qualquer um conhecer a série, uma vez que oferece ao jogador acesso imediato a Nioh Remastered (PS5), Nioh 2 (PS4) e Nioh 2 Remastered (PS5), assim como todo o conteúdo DLC e expansões lançados para os títulos. Pode parecer pouco, mas estamos falando de 2 jogos completos com 3 expansões cada, o que é conteúdo suficiente para render pouco mais de 200 horas de gameplay (e 3 troféus de platina), caso você opte por buscar tudo que a franquia tem para oferecer.

Em Nioh Remastered, acompanhamos a aventura de William Adams nas terras do Japão durante o fim da era Sengoku. William é uma personalidade histórica real, conhecido por ter sido o primeiro estrangeiro a se tornar samurai, e vai ao Japão para encontrar Edward Kelley, um maléfico alquimista, que roubou o seu espírito guardião e planeja espalhar o mal dos yokais pelo mundo. Já Nioh 2 Remastered funciona como uma prequel, expandindo o universo e mitologia da série ao estabelecer os conflitos principais que levariam aos eventos do primeiro jogo. Ao longo das duas campanhas, o jogador será apresentado a uma reinterpretação dos eventos que culminaram na criação do shogunato Tokugawa, que mistura de forma criativa o folclore e misticismo japonês com eventos e figuras reais que marcaram a história do país.

Diferente de boa parte dos Souls-like, Nioh traz um gameplay bastante inovador em diversos aspectos, mas que permanece familiar mesmo para quem nunca jogou algo do gênero. O combate é muito mais rápido e abrangente, oferecendo um amplo leque para se abordar os diversos inimigos espalhados pela campanha, o que nivela perfeitamente o alto desafio proposto pelo jogo. Já a progressão é semelhante aos jogos da série Diablo, e dificilmente você permanecerá com o mesmo equipamento por muito tempo. Estes são os ingredientes perfeitos para criar um ciclo de gameplay bastante divertido e viciante, e que o deixará clamando por mais ao final de cada uma das campanhas.

Com relação a adição de conteúdo, é preciso mencionar que Nioh Remastered recebeu um modo foto recheado de opções e filtros para você registrar os melhores momentos de sua aventura através das terras longínquas do Japão. Outra adição muito bem-vinda é o suporte ao controle DualSense, permitindo que os jogos façam uso dos gatilhos adaptáveis e do feedback háptico. Este último é bastante discreto e pontual, e não difere muito da função de vibração normal que já existia no DualShock 4, dando um ar diferente aos pulsos de ki, golpes dos inimigos e interações com o cenário. Já os gatilhos adaptáveis revelam seu charme durante o uso de armas de longo alcance, sendo possível sentir a tensão de puxar a corda do arco e a resistência de apertar o gatilho do rifle. Por fim, vale lembrar que ambos os títulos possuem cross-save, permitindo que você exporte os seus dados das versões de PlayStation 4 para o PlayStation 5.

Mas talvez a área em que The Nioh Collection mais se sobressaia seja no quesito técnico. A franquia era uma das poucas (senão a única) que oferecia nativamente duas opções gráficas que alteravam a performance no PS4 base: o modo filme oferecia gráficos e efeitos melhores em uma resolução de 1080p a 30 fps, enquanto o modo ação priorizava o desempenho, entregando 60 frames por segundo em uma resolução dinâmica de 720p. É natural que o PlayStation 5 tivesse um desempenho superior, mas os números que são encontrados aqui são certamente assustadores.

Tanto Nioh Remastered, quanto sua sequência, possuem como desempenho padrão no PS5 sólidos 60 quadros por segundo, enquanto sua imagem é renderizada em uma resolução de 1080p. Isso por si só já é uma excelente notícia, uma vez que agora os jogadores poderão aproveitar a ação frenética do game em seu ápice, porém essa versão atualizada traz consigo ainda mais surpresas. As opções gráficas mencionadas anteriormente foram substituídas por dois novos modos de performance:

• Modo 4K: permite que o jogo renderize os gráficos em uma resolução de 4K dinâmica, enquanto continua entregando uma taxa constante de 60 quadros por segundo.
• Modo 120fps: entrega o desempenho surpreendente de 120 quadros por segundo, com gráficos renderizados em uma resolução de 1080p.

É preciso lembrar que para poder desfrutar de um desses modos é obrigatório o uso de uma TV ou monitor compatível, caso contrário o jogo manterá o seu desempenho padrão de 1080p/60 fps. Entretanto é impressionante presenciar um título rodando a 120 fps em um console sem o menor dos problemas. Melhor ainda é poder desfrutar da beleza que a série tem a oferecer em 4K, algo que quando aliado aos 60 fps, simplesmente transforma a experiência em um deleite visual, sendo algo obrigatório para quem deseja ver Nioh em toda sua glória.

Um outro detalhe que prova o primor técnico que é esta remasterização pode ser notado através das telas de loadings que praticamente não existem. É surreal a sensação de selecionar um destino no mapa do jogo e, pouco mais de 1 segundo depois, já estar nele. Após morrer, o loading é instantâneo, e o máximo que você precisa fazer é pressionar X para tentar se vingar do Yokai que o derrotou.

Quanto a melhorias gráficas, estas ficam mais evidentes quando compara-se Nioh Remastered com a sua versão de PlayStation 4. Há uma melhoria expressiva na qualidade das texturas durante o uso do modo 4K, além de um aumento no draw distance. O mesmo pode ser dito em relação às sombras dinâmicas e da iluminação, porém a qualidade desses cai bastante durante o modo 120 fps, sendo possível presenciar alguns glitchs nas sombras projetadas pelo cenário. Tudo mencionado até então pode ser aplicado a Nioh 2 Remastered, porém as diferenças com a versão da geração passada são menores (afinal tem menos de um ano desde seu lançamento), com maior destaque para as texturas e sombras, que agora não sofrem com a limitação do hardware.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Koei Tecmo.