Ace Attorney é uma excelente série da Capcom e, por incrível que pareça, celebra seus 20 anos em 2021. A trilogia original (e que basicamente é o início da franquia) foi lançada para PS4 em 2019 (leia o nosso review). Infelizmente, o PS4 não recebeu os outros jogos da série e que seguem diretamente a história criada com a trilogia: Apollo Justice, Dual Destinies e Spirit of Justice. Mas, por sorte, isso não impediu a Capcom de trazer algo que agradará todos os fãs: The Great Ace Attorney Chronicles.
The Great Ace Attorney Chronicles é uma coletânea que inclui The Great Ace Attorney: Adventures e sua sequência, The Great Ace Attorney 2: Resolve. Ambos os jogos nunca foram lançados no Ocidente anteriormente e por isso a expectativa é alta. O PSX Brasil teve acesso antecipado ao título e trazemos hoje uma prévia do início de The Great Ace Attorney: Adventures – a análise completa será publicada num futuro próximo.
Para quem não conhece a série, Ace Attorney é basicamente uma Visual Novel / Adventure que possui dois momentos completamente distintos: a parte do tribunal e a investigação. Você é um advogado e precisa provar – de alguma forma – que seu cliente é inocente. Parece algo complicado e chato, mas a série é conhecida por suas reviravoltas mirabolantes, o que torna tudo muito interessante. The Great Ace Attorney mantém essa mesma premissa, mas em uma outra ambientação: num passado distante, com um ancestral do nosso protagonista Phoenix Wright.
Acontecendo por volta do fim do século XIX e do início do XX (Período Meiji no Japão e Era Vitoriana na Inglaterra), a história de The Great Ace Attorney segue Ryunosuke Naruhodo, um estudante da Teito Yūmei University. O primeiro caso que jogamos segue a mesma lógica de todo Ace Attorney: funciona como um tutorial e estabalece o básico de cada personagem.
Antes mesmo do caso iniciar, temos uma bela cutscene animada – algo que pelo visto ocorre com frequência no jogo. Já o gameplay em si abandona os clássicos sprites 2D por modelos 3D que possuem as mesmas expressões faciais clássicas. O ‘feeling’ do jogo, portanto, apesar de ser com gráficos mais modernos (que são originalmente do Nintendo 3DS), ainda é o mesmo.
Neste primeiro caso, Ryunosuke acaba se metendo em uma enrascada: ele é pego com uma arma na mão e um professor visitante da Inglaterra morto com um tiro à sua frente. Preso em flagrante, Ryunosuke precisa provar de alguma forma que ele não fez nada e que foi algo armado. Para provar sua inocência, está ao seu lado o seu grande amigo e também estudante Kazuma Asogi.
Como todo primeiro caso da série, não temos a parte investigativa aqui. Há alguns diálogos e você é levado diretamente à parte do tribunal. O gameplay é idêntico ao que você já viu em situações anteriores, tendo que analisar depoimentos e apontar suas contradições, apresentar evidências que sustentam seu ponto, analisar objetos que podem conter algo escondido neles e assim por diante. Quem já jogou algum Ace Attorney anteriormente se sentirá em casa.
Apesar de Ryunosuke atuar como seu próprio advogado neste primeiro caso, é notório que temos versões ‘ancestrais’ ou ‘paralelas’ de outros clássicos: o amigo de Ryunosuke, Kazuma, é mais experiente e o ajuda como assistente. Ele é basicamente uma Mia Fey para Ryunosuke. Isso sem contar Auchi, o promotor do caso, que é claramente um ancestral do pobre coitado Winston Payne.
Aliás, essa é justamente uma crítica em The Great Ace Attorney Chronicles até o momento: a tradução dos nomes parece ter sido preguiçosa pela Capcom (somente os nomes! O jogo em si parece ter uma ótima localização). Basicamente, temos os nomes em japonês em uma tradução literal. É claro, o jogo se passa no Japão, então talvez tenha sido por isso a decisão de manter assim. Porém, os nomes Phoenix Wright, Miles Edgeworth e tantos outros foram adaptados para o inglês de uma forma tão perspicaz que é um pouco triste não vermos isso novamente aqui.
O primeiro caso de The Great Ace Attorney Chronicles é relativamente longo (levou cerca de duas a três horas para concluí-lo), algo incomum para a série. Mas ele é ótimo para você começar a se apegar pelos personagens e principalmente entender melhor o que se passa na cabeça do protagonista que seguiremos por outros 9 casos no total.
Como todo Ace Attorney, o primeiro caso é leve e sem muita dificuldade ‘lógica’ (apesar desse primeiro ter apresentado uma dificuldade mais elevada quando comparamos com os outros títulos). Como não tivemos a parte investigativa, ainda não podemos conferir a novidade chamada “Dance of Deduction”. Segundo a Capcom, é uma parte em que Ryunosuke colabora com Herlock Sholmes (sim, o próprio Sherlock Holmes, porém com outro nome provavelmente para evitar problemas de copyright) e que os jogadores devem corrigir as conclusões exageradas de Sholmes para chegar aos fatos concretos do caso.
Além disso, a Capcom também diz que temos um júri na parte do tribunal. Também não há esse elemento no primeiro episódio (no máximo, em um dado momento, pudemos interagir com uma outra testemunha durante o depoimento), portanto não vimos como funcionará. A Capcom descreve como “Summation Examination”, na qual os jogadores devem apontar inconsistências entre as declarações dos jurados para conduzir o julgamento a seu favor.
Ainda vamos jogar os outros 9 casos e poderemos fazer uma análise completa em breve. The Great Ace Attorney Chronicles será lançado em 27 de julho para PS4, Switch e PC via Steam. Infelizmente, o título não possui legendas em português do Brasil.