A Tencent respondeu o processo movido pela Sony por Light of Motiram ser cópia de Horizon, dizendo que as alegações são “surpreendentes” e uma tentativa de “isolar um nicho bem conhecido da cultura popular”, enquanto argumenta que Light of Motiram apenas usa metáforas de gênero “consagrada pelo tempo”.
Em julho, a Sony entrou com um processo contra a Tencent na Califórnia. A empresa argumentou que o próximo jogo da Tencent, Light of Motiram, era essencialmente uma cópia carbono da série Horizon, apontando para uma heroína ruiva (Aloy), vida selvagem robótica e paisagens pós-apocalípticas como evidências de que era um clone. Essa queixa, apresentada em 25 de julho de 2025, enquadrou o jogo como uma tentativa ilegal de se aproveitar do enorme sucesso de Horizon Zero Dawn e Forbidden West.
Agora, a Tencent apresentou sua resposta (via The Game Post). A gigante chinesa da tecnologia entrou com o pedido de arquivamento, e a empresa reagiu veementemente, chamando o processo da Sony de exagero. A Tencent argumenta que a Sony não está realmente tentando proteger o trabalho criativo único; está tentando monopolizar convenções narrativas inteiras que dezenas de outros jogos usam há anos.
A empresa está pedindo ao tribunal que arquive o caso por completo, alegando falta de jurisdição, falha em apresentar uma reivindicação e o fato de que Light of Motiram só será lançado no final de 2027. Em termos simples, a empresa diz que a Sony está tentando bloquear ideias e imagens que fazem parte dos jogos há décadas: os heróis ruivos, civilizações em ruínas e monstros mecânicos. De acordo com a Tencent, a Sony quer que o tribunal lhes conceda direitos exclusivos sobre coisas que aparecem em tudo, desde The Legend of Zelda, Far Cry, Outer Wilds, até Enslaved, Biomutant e muito mais.
A Tencent também classificou a alegação central da Sony, de que Horizon Zero Dawn era “diferente de qualquer mundo fictício criado antes [ou] depois”, como “surpreendente” e “completamente contrariada” pelos próprios desenvolvedores da Sony. A Tencent argumenta que a Sony está convenientemente omitindo o contexto principal. Em sua opinião, os elementos sobre os quais a Sony está reclamando não são ideias exclusivas de nenhuma empresa. A Tencent afirma que esses são conceitos amplamente utilizados em dezenas de outros jogos, e a Sony está simplesmente tentando reivindicá-los como seus.
De acordo com a Tencent, nem mesmo os próprios desenvolvedores da Sony acharam o conceito de Horizon tão original quando foi apresentado pela primeira vez. A empresa cita um documentário de bastidores onde o próprio diretor de arte de Horizon Zero Dawn, Jan-Bart Van Beek, admitiu que a premissa central do jogo, uma ruiva aventureira sobrevivendo em um mundo dominado por máquinas, já havia sido criada antes.
Especificamente, ele comparou o projeto a Enslaved: Odyssey to the West, um jogo de 2013 com temas e visuais semelhantes. Na época, Van Beek chegou a alertar que o projeto parecia muito próximo, dizendo: “acho que não devemos fazer isso; toca muito nesses outros pontos”. A Sony inicialmente arquivou a ideia por esse motivo, diz a Tencent, mas depois a trouxe de volta, sabendo muito bem que não era original.
Além das críticas criativas, a Tencent também está tentando fazer com que o processo seja arquivado por razões puramente legais. Em primeiro lugar, a Tencent afirma que uma das principais falhas no processo da Sony é que ela processou as entidades erradas (Tencent America, Proxima Beta U.S. e Tencent Holdings), ou pelo menos, não as que de fato desenvolveram ou publicaram Light of Motiram.
De acordo com a petição de arquivamento, Light of Motiram está sendo desenvolvido e publicado por outras duas empresas afiliadas à Tencent: Polaris Quest/Aurora Studios, uma equipe chinesa de desenvolvimento de jogos que opera sob a Tencent Technology (Shanghai) Co. Ltd, e Proxima Beta PTE Ltd., uma empresa sediada em Singapura “que opera como ‘Tencent Games’ e/ou ‘Level Infinite'”.
