Desde o seu lançamento, Street Fighter 6 tem conseguido causar boas impressões e agradar todos os tipos de jogadores. Mas de todas as temporadas de jogos de luta que vi em todos esses anos, acredito que o Ano 2 de SF6 tenha sido possivelmente o melhor.
O motivo disso é simples: foi a única temporada que me fez jogar com quase todos os personagens disponibilizados. Nenhum outro jogo de luta fez isso antes; acabava ficando com o personagem que já havia masterizado no jogo base ou apenas dava uma conferida básica nas novidades e deixava de lado logo depois. Com Street Fighter 6 isso não aconteceu. Eu realmente joguei a fundo com três personagens.
Com isso, vamos às impressões do que o Ano 2 de Street Fighter 6 ofereceu – lembrando que Sagat, que chega amanhã (5), inicia o Ano 3.
Street Fighter 6 – World Tour e Arcade
Os quatro personagens possuem adições significativas ao World Tour e Arcade. Não gosto de dar spoiler para quem pretende conferir esses modos, mas a Capcom fez um ótimo trabalho inserindo tanto Mai quanto Terry no mundo do jogo.
Com Terry, por exemplo, há toda uma interação com Ryu no World Tour. Já com Mai, que para variar está atrás de Andy, há também cutscenes bem interessantes. É até mesmo possível aprender movimentos que não são nem de Terry ou de Mai, mas sim de Joe Higashi e Blue Mary.
Dito isso, para quem gosta do conteúdo offline de Street Fighter 6, a Capcom fez o dever de casa, honestamente.
M. Bison
M. Bison, que foi o primeiro personagem do Passe do Ano 2, já teve um artigo completo dedicado a ele no passado. Caso queira saber mais sobre o personagem em Street Fighter 6, recomendo a sua leitura.
Terry Bogard
Se você leu o artigo de M. Bison, sabe que achei o personagem sensacional a ponto de querer usá-lo como “main”. Quando Terry chegou, dei uma chance porque sempre gostei de personagens “shoto”, ou seja, com um “hadouken/shoryuken”. Mas o que não esperava era ter gostado bastante dele a ponto de levá-lo até o rank de Mestre também.
Terry possui muitos movimentos bons, mas pessoalmente gostava de usar o seu famoso Power Wave (principalmente no EX) e o Burn Knuckle (o soco que ele sai em direção ao oponente). Esse segundo é, sem dúvida, um golpe arriscado de usar porque se você errar, a punição virá. Porém, bizarramente, sempre conseguia usar em uma posição que o tornava seguro se o oponente defendia – e, ao mesmo tempo, muitos tomavam o golpe porque não esperam que eu saia loucamente em direção a eles.
Com o espírito dos jogos da SNK, Terry também pode cancelar muitos de seus movimentos especiais em outros. Então um combo simples e eficaz que sempre fazia era soco forte em pé, cancelava para a ombrada especial, Crack Shoot, Rising Tackle e cancelava no Level 3. Se não tinha Level 3, dava para usar o Buster Wolf (Level 1) antes do Rising Tackle ou simplesmente usava o Rising Tackle EX. Esse combo não é, nem de longe, o melhor que Terry consegue fazer, ainda mais depois dos vários patches que saíram desde que ele foi lançado e eu parei de jogar com o personagem.
Dito isso, Terry é muito bom, é basicamente um personagem justo e que dificilmente ficará em baixas posições nas Tier Lists. Sua adição me fez cogitar largar M. Bison, mas não imaginava o que estava por vir…
Mai Shiranui
Mai sempre foi uma personagem clássica e carismática do universo SNK, se podemos dizer dessa forma. Honestamente, porém, não jogava com a personagem em The King of Fighters. E o último Fatal Fury em que ela era jogável faz muito tempo que lançou (era uma criança/adolescente), então não me preocupava muito com o lado competitivo (só queria jogar). Assim, Mai nunca foi minha “main” em jogo algum.
Com a sua chegada em Street Fighter 6, dedici dar uma brincada. Inicialmente, achei que ela seria uma personagem cômica no jogo, tipo um Dan da vida. Mas eu estava extremamente enganado. Gostei tanto do gameplay de Mai que ela é atualmente a minha main. Concordo que muita coisa dela ainda vai ser alterada no futuro, mas as coisas que gostei dificilmente devem ser alteradas pela Capcom.
Primeiramente, o maldito leque. A Capcom já deu uma alterada nele desde o lançamento, mas ainda continua sendo uma mecânica muito forte. O leque pode ser usado como um projétil simples e rápido, mas que será parado não apenas com a defesa, mas com qualquer ataque normal. Porém, se você carregá-lo ou usar a versão EX, o leque acerta o oponente e depois novamente indo pelo alto. Essa segunda parte é extremamente eficaz porque dá tempo para Mai se aproximar e realizar o chamado “mixup” (o oponente precisa adivinhar a sua próxima ação).
Mai possui outros golpes como um shoyruken com as suas pernas e a sua clássica cotovelada. Inclusive, esse último em sua versão EX, leva o oponente aos céus, permitindo mais combos.
Mas outro movimento que merece destaque é o seu Super LV 1. Além de ser possível combá-lo de diversas formas, se acertar por completo (no lançamento era só fazer o movimento, agora precisa acertar – o que é justo), Mai ganha um buff para os próximos 5 golpes que envolvam fogo (ou seja, coisas como o seu leque, shoryuken, etc). Esse buff é realmente muito bom, causando dano extra em cada golpe e principalmente deixando o oponente em alerta.
Os “normais”, ou seja, os golpes que não são especiais, também são todos excelentes. Gosto demais do seu soco médio agachado e o seu soco forte de pé, mas o chute médio agachado merece destaque também por acertar no “low” e o seu chute forte em pé é bastante útil devido ao alcance. Pós-patch isso sofreu um pouco porque, se o oponente defender, será mais fácil puni-lo. Mesmo assim continua sendo um ótimo golpe.
O que me impressionou em jogar com a Mai é que basicamente uso quase todos os seus golpes. Não tem um único especial ou “normal” que pense “não vou usar isso, não presta”. Até o seu soco forte agachado, que parece não ser útil, permite combar de forma simples mas eficaz.
É sério, me falta elogios para o gameplay de Mai. É uma personagem que realmente me encontrei, oferecendo muitas opções úteis.
Elena
É claro, se os quatro personagens de uma Temporada acabassem sendo usados por mim, ficaria incredúlo. Infelizmente, com Elena passei batido. Cheguei a fazer as suas Trials, mas seu estilo não me agradou. Enfrentar a personagem também parece ser algo simples de se lidar, ao contrário de vários outros do elenco.
Elena consegue levar o adversário para o canto facilmente e a sua “hurtbox” (área onde pode receber golpes) é muito estranha por ela ser uma personagem grande e dançando o tempo todo (muitas vezes, principalmente no começo, errei meus golpes achando que ia acertar nela).
Mas com o tempo você aprende a lidar e encontra as brechas nos seus golpes. Não sei, talvez Elena possa ficar melhor no futuro, mas no momento é uma personagem mediana.
Conclusão
O Ano 2 de Street Fighter 6 foi sensacional como deixei claro. Não só joguei muito com três dos quatro personagens, mas um deles acabou se tornando meu novo main (Mai) e o outro está no meu bolso como secundário (M. Bison). O terceiro vai ser usado naqueles momentos de descontração com amigos que querem jogar sem pensar tanto no competitivo (Terry).
E o Ano 3 tem tudo para ser sensacional quanto. Sagat era literalmente meu main em Street Fighter 4 e Street Fighter x Tekken, então sem dúvida vou conferi-lo. Acho difícil tirar a Mai do pódio, mas veremos.
C. Viper sempre foi uma personagem muito técnica, então se continuar assim devo deixar de lado porque conheço meus limites. Alex reconheço o desejo dos fãs, mas é um que devo passar batido como foi com Elena. Já Ingrid me intriga e dependendo do que a Capcom está planejando com ela, pode ser outra que darei uma chance.
No fim, Street Fighter 6 continua sensacional e um dos jogos que mais joguei no PlayStation 4/5 (como o PS3 não temos as informações de quanto jogamos, SF6 já é o meu segundo, ficando atrás apenas de Genshin Impact).