Análises

Shinobi: Art of Vengeance – Review

A SEGA possui inúmeros clássicos desde os anos 80 que continuam fazendo sucesso até hoje. No entanto, a série Shinobi não está nessa lista, infelizmente. Depois de dois jogos no PS2 que não atenderam às expectativas da época e um Shinobi 3D para o 3DS em 2011, o protagonista Joe Musashi esteve esquecido por muito tempo.

Agora, vários anos depois, da mesma forma que o fantástico Streets of Rage 4, a SEGA deixou a série Shinobi nas mãos da Lizardcube. E o resultado é simplesmente incrível: Shinobi: Art of Vengeance é um jogo extremamente divertido, viciante, desafiador e bonito.

Shinobi: Art of Vengeance

Shinobi: Art of Vengeance é como um jogo de videogame deve ser. O que quero dizer com isso é que ele possui uma jogabilidade muito gostosa e responsiva, uma história simples e clichê mas que combina perfeitamente com essa temática “ninja” e, não menos importante, gráficos estilosos e muito bonitos.

A história, como dito, é simples: a ENE Corporation, comandada pelo Lorde Ruse, está dominando todo o mundo e acaba chegando à vila de Joe Musashi. Depois de dizimá-la, Joe parte em uma jornada de vingança, deixando sua esposa grávida para trás.

Shinobi: Art of Vengeance

Shinobi: Art of Vengeance possui diferentes fases em sua campanha. Apesar de serem longas, você pode sair a qualquer momento e retomar o jogo de onde parou (e não necessariamente do início). Então, uma critica que tinha em mente era das fases serem desnecessariamente grandes – mas como há essa mecânica de poder sair e voltar, não vejo problema.

Vale deixar claro também que Shinobi: Art of Vengeance não é um “metroidvania”, mas puxa muitos elementos de um. Basicamente, todas as fases possuem um mapa e áreas opcionais. O mapa deixa bem claro, através de cores, quais são essas áreas. Nelas você pode encontrar amuletos, relíquias, fendas e vários outros colecionáveis.

Inclusive, muitas áreas são inacessíveis na primeira vez que você joga aquela fase. Quando conseguir um item de movimentação específico, é possível retornar e alcançar. E como há até mesmo um “Fast Travel” entre os checkpoints, retornar para uma fase é algo bem rápido e direto.

Shinobi: Art of Vengeance

O que realmente me conquistou em Shinobi: Art of Vengeance é o seu gameplay, principalmente a movimentação e o combate. Quanto ao combate, você ataca com o quadrado (golpes leves) ou triângulo (fortes). Com o bola é possível usar as clássicas kunais, que são limitadas mas pode ser recuperadas, enquanto que X pula.

O combate é bastante dinâmico pois, além desses botões e os diversos combos possíveis com eles, há também os Ninpos, que funcionam como uma espécie de magia, como uma chama que causa dano ou um counter. Ou até mesmo um golpe que aumenta o “stun” dos inimigos. Esse “stun” é uma barra amarela que fica localizada abaixo da vida deles. Quando é preenchida e se o inimigo ainda está vivo, você pode eliminá-lo instantaneamente com um golpe especial específico.

Shinobi: Art of Vengeance

Isso sem contar os Ninjutsu. São golpes extramemente poderosos que podem causar bastante dano aos inimigos, por exemplo, ou até mesmo curar a sua vida. Há outras duas opções que deixarei você mesmo descobrir.

Todas essas opções do combate se tornam divertidas devido ao excelente movimento de Joe Musashi. O dash que o personagem pode realizar é, para mim, perfeito. Ele funciona do jeito que espero e muitas vezes é necessário para alcançar pontos da fase. Explico melhor: o dash pode ser feito tanto no chão quanto no ar. No chão, após combar o oponente, é possível usar o dash para segui-lo e continuar a sua sequência de ataques. É algo muito prazeroso conseguir encaixar os golpes dessa forma.

E o dash é somente uma das locomoções: há também um gancho que pode ser usado em alguns pontos das fases, uma garra que permite se pendurar em paredes específicas e mais.

Shinobi: Art of Vengeance

A SEGA lançou uma demo de Shinobi: Art of Vengeance há algum tempo e, sinceramente, recomendo a todos que testem o jogo por si mesmos. Foi a demo que me fez optar em analisar o jogo completo e cá estamos. Essa demo, apesar de ser somente a primeira fase, ajuda muito a entender o básico de uma forma muito mais completa do que posso colocar em palavras aqui (ou de qualquer outra análise). Por isso recomendo fortemente.

Shinobi: Art of Vengeance não é um jogo muito longo. A campanha, mesmo explorando bastante as fases, levou menos de 10 horas para ser concluída (há um troféu para isso, inclusive, portanto não se preocupe muito com ele). Mas há muito mais a ser feito após terminar o jogo.

Primeiramente, você vai acabar voltando para as fases e pegar os itens que deixou para trás (seja por descuido ou porque era impossível devido a não ter algum upgrade). A busca por isso o levará a mais relíquias (que destravam itens na loja) e também as fendas. Essas fendas são desafios bem complicados que podem ser de locomoção ou combate. Recomendo jogá-las para testar os seus limites.

Shinobi: Art of Vengeance

Após finalizar a campanha, também temos dois modos extras destravados: Arcade e Boss Rush. O Boss Rush é exatamente o que você imagina: todos os chefes em sequência.

No entanto, o Arcade que se mostrou mais desafiador. Você deve rejogar as fases da campanha e obter uma pontuação que receberá um rank. E sim, a platina exige rank S em todas as fases. Honestamente, tentei jogar a primeira fase e foquei em terminá-la o mais rápido possível (ignorando colecionáveis, por exemplo). O rank que obtive foi B. Dito isso, não tentei de novo indo atrás de “tudo”, mas se o rank S só for obtido indo rápido, pegando os colecionáveis e não tomando dano… será uma platina bem desafiadora. Mas vamos aguardar para tentar entender os requisitos do S antes de qualquer julgamento.

Shinobi: Art of Vengeance

Não mencionei ainda, mas os gráficos de Shinobi: Art of Vengeance são excelentes. O estilo artístico usado em Streets of Rage 4 já era muito bom, mas com Shinobi: Art of Vengeance ficou ainda melhor. As fases, inimigos, chefes… tudo se encaixa perfeitamente e é tudo muito vivo, colorido e detalhado.

No fim, Shinobi: Art of Vengeance é um jogo muito, mas muito bom. Enquanto escrevo esta análise sempre penso em voltar a jogá-lo para tentar melhorar a minha pontuação no Arcade, mesmo já tendo finalizado a campanha. E enquanto a campanha não tinha sido terminada, mesmo tendo que dividir o tempo dele com Metal Gear Solid Delta: Snake Eater (analisei ambos no mesmo período), sempre desejava retornar o quanto antes para ver o que as próximas fases trariam. É realmente uma experiência que há muito tempo não sentia com um jogo.

Shinobi: Art of Vengeance está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series, Switch e PC com legendas em português do Brasil. Esta análise é da versão PS5 e foi realizada com um código fornecido pela SEGA.

Veredito

Shinobi: Art of Vengeance é, honestamente, a definição de videogame. Possui um sistema de combate sensacional e viciante, gráficos incríveis, uma “vibe” metroidvania nas fases muito bem aplicada, uma história clichê que combina demais com a temática e modos extras desafiadores.

100

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