Shawn Layden comenta sobre seu tempo na Sony, nascimento do PlayStation, dificuldades no PS3 e mais

Shawn Layden

Shawn Layden ficou por 32 anos dentro do grupo Sony e trabalhou em diversas áreas, principalmente na Sony Computer Entertainment, antes de deixar a companhia 5 anos atrás. Tendo como seu último cargo o de presidente da PlayStation Worldwide Studios, ele revelou alguns detalhes da sua história em uma entrevista para o site Eurogamer.

Iniciando em 1987 como assessor do presidente Akio Morita, Layden só entrou na divisão PlayStation em 96 e com o primeiro console já tendo um lançamento consolidado. Com o afastamento de Morita devido um AVC, Layden foi convidado para integrar a Sony Computer Entertainment como produtor de jogos e, já nos seus primeiros 10 dias, teve que participar da E3 sem ter conhecimento sobre o mercado de jogos.

Entretanto, mesmo não participando diretamente, ele disse que viu muito do nascimento do primeiro PlayStation e como foi sua recepção. Disse que parte do console ir adiante foi por apoio do presidente da época, mesmo com todo o temor de entrar num mercado consolidado pela SEGA e Nintendo.

Ainda sobre isso, o fato do baixo custo e produção rápida de CDs, além de uma maior facilidade de logística, é, na opinião de Layden, um dos maiores fatores para o sucesso do console no lançamento. Além disso, tendo apoio e conhecimento de marketing da Sony Music, divulgar jogos e o console era quase como a divulgação das bandas de rock produzidas pela Sony, o que impulsionou o mercado do PlayStation em diversos lugares.

A divulgação de jogos de peso e que estavam presentes no console como grandes inovações para época, principalmente Resident Evil e Final Fantasy VII, também é tido como um dos grandes marcos do primeiro PlayStation e seu sucesso no fim, o que acarretou em planos mais ambiciosos para os futuros consoles.

Layden comenta sobre como a companhia foi se divagando do caminho principal com o PS2 e principalmente com o PS3. Na tentativa de expandir no mercado de hardware, Layden disse que tanto o Emotion Engine e o Cell, chips do PS2 e PS3 respectivamente, moldaram e dificultaram em partes o desenvolvimento inicias de jogos. O Cell, especificamente, foi uma das maiores dificuldades apontadas por ele e que levou a SCE para um estado de “Ícaro”, tendo chegado perto demais do sol, mas que mostrou quais caminhos deveriam ser seguidos adiante. Tendo insistido tando em questões como chips produzidos internamente, o custo disso, a falta de um mercado para expandir fora do próprio console e mais foram alguns dos fatores que levaram a divisão a mudar a estratégia de hardware para os consoles seguintes.

Já para o PS4, Layden compara com o que a Microsoft estava fazendo para o lançamento do Xbox One na época. Enquanto a tendência seria entregar um equipamento multimídia, a SCE focou em entregar o melhor console possível no melhor preço ao consumidor. Enquanto o concorrente apresentava uma versão do que seria um sistema de multimidia completa, o PS4 tinha como objetivo ser um console de jogos perfeito, o que acabou sendo usado como estratégia de marketing e gerou até mesmo o famoso vídeo de compartilhar jogos com Shuhei Yoshida.

Sobre seus jogos preferidos de jogos e trabalhar, Layden comenta sobre alguns. Resident Evil/BioHazard é dito como sendo o que mais focaram em marketing junto a Capcom quando viram o quão o jogo era único na época. Sobre tentar cada vez mais jogos, ele ainda comenta que foi atrás de Tomb Raider para ser lançado primeiro no PlayStation no Japão e que quase conseguiram isso, mas o jogo acabou chegando primeiro Sega Saturn. Completa ainda dizendo que essa talvez seja sua maior “inveja” sobre plataformas rivais e seus sucessos. Sobre preferências, Layden diz que adora MediEvil e que gostaria de ver mais da franquia, mesmo após a versão de PS4 ter sido lançada.