No início do mês, o PSX Brasil foi convidado pela Grinding Gear Games para jogar Path of Exile 2 em Los Angeles. Com o lançamento do acesso antecipado se aproximando, pudemos conferir o jogo em detalhes, assim como assistir a uma apresentação do conteúdo endgame e também entrevistar o diretor criativo Jonathan Rogers.
O que é Path of Exile 2?
Path of Exile 2 é um RPG de ação gratuito da nova geração, criado pela Grinding Gear Games. O título será lançado em formato de acesso antecipado em 6 de dezembro para PS5, Xbox Series e PC. O jogo oferece um cooperativo local nos consoles para 2 jogadores, mas é possível jogar online com até seis.
Path of Exile 2 se passa na terra de Wraeclast, um continente sombrio populado por culturas únicas, segredos ancestrais e perigos monstruosos. Uma ameaça sinistra, há muito destruída, começou a se espalhar pelas bordas da civilação, levando as pessoas à loucura e adoecendo a terra com a Corrupção.
O título possui uma campanha com uma duração de 25 horas em um formato tradicional, com vários ambientes, monstros e chefes. Após a campanha, temos um endgame robusto para aqueles que querem aperfeiçoar seus personagens.
Path of Exile 2 oferece 12 classes de personagem, duas para cada combinação de Força, Destreza e Inteligência. Apesar de cada uma das classes variantes se focar em um estilo de jogo diferente, elas não passam de um ponto inicial. Você pode combinar as habilidades de várias classes para criar sua build de personagem ideal.
Cada uma das doze classes de personagem têm suas próprias três especializações Ascendentes, resultando em um total de 36 Classes Ascendentes para serem escolhidas.
Path of Exile 2 vêm com 240 Gemas de Habilidades que trazem habilidades ativas devastadoras e 200 Gemas de Suporte que modificam seu comportamento. Gemas de Suporte agora são encaixadas diretamente nas Gemas de Habilidades, removendo várias das frustrações presentes no sistema antigo e mantendo toda a profundidade existente.
A Árvore Passiva retorna com 1.500 habilidades que permitem que você personalize completamente sua experiência de jogo. Agora ela pode ser duplamente especializada, ou seja, você poderá criar dois grupos diferentes de habilidades passivas. Elas são ativadas sempre que a arma ou tipo de habilidade apropriada for utilizado. Por exemplo, você pode ter alguns pontos alocados tanto em adagas quanto armadilhas, ou gelo e raio, e ao trocar entre os ataques, os pontos de habilidades apropriados serão aplicados. Isso permite que você se especialize em várias áreas sem nenhum custo de oportunidade.
Path of Exile 2 vem com 700 tipos de base de equipamentos e cada um deles têm seu próprio item único para ser encontrado. Você poderá ampliar seu arsenal com novas armas como Lanças, Bestas e Manguais, assim como itens suplementares como Focos, Armadilhas e Cetros reformulados.
Endgame
Ao terminar a campanha de seis atos de Path of Exile 2, você ganhará acesso ao endgame. Cada um dos mais de 100 mapas do endgame possui sua própria luta contra um chefe diferente e modificadores que permitem versões reformuladas de várias das ligas passadas de Path of Exile.
Primeiramente, Path of Exile 2, devido à sua complexa Árvore Passiva, permite que você crie diversas “builds”. Os desenvolvedores deixaram claro que é literalmente impossível conseguir todas as habilidades da árvore, portanto o foco dos jogadores é, de fato, criar builds que agradem o seu estilo de jogo.
Para evoluir na Árvore, você gasta pontos. 100 desses pontos são obtidos evoluindo de nível de personagem. Não ficou clara a origem de mais pontos de habilidade.
O Endgame consiste em vários objetivos distintos que já estarão disponíveis no acesso antecipado. A equipe explicou que um dos focos do desenvolvimento foi oferecer um conteúdo vasto para quem quer investir diversas horas no título.
Na apresentação feita, a equipe detalhou por cerca de duas horas tudo o que podemos ver no Endgame. Como é muita coisa e várias mecânicas complexas, tentarei explicar os dois pontos principais de forma clara.
O primeiro ponto que o Endgame oferece são as Trials. Basicamente é um desafio roguelike, ou seja, sempre será diferente quando for iniciado. Nesse sistema, você pode obter itens exclusivos. As Trials possuem em seu início um altar de relíquias, que são basicamente modificadores. Os desafios terminam nos chamados Altar of Ascendancy para aprimorar seu personagem.
Outro ponto do endgame é um mapa repleto de áreas aleatórias. Um exemplo mostrado foi “Breach”, no qual era preciso chegar ao fim do mapa antes que o tempo esgotasse e também eliminar os inimigos e chefe no processo. O desafio é tão difícil que os próprios desenvolvedores, a fim de apenas mostrar como funciona, morreram cerca de 2 ou 3 vezes (como era uma demonstração, eles simplesmente renasceram e continuaram o combate; numa situação normal seria preciso recomeçar todo o desafio).
O Endgame também conta com um sistema de Expedições e há algumas Torres espalhadas no mapa, mas a equipe quis que isso fosse uma surpresa para os jogadores.
Impressões de 6 Horas de Gameplay
Após a apresentação do Endgame, fomos convidados a jogar Path of Exile 2 desde o início. O título estava disponível em um PC, porém podíamos jogar com um controle. No primeiro teste de cerca de 1 hora, aproveitei o jogo num controle de Xbox e com legendas em português do Brasil. Tive que pausar para realizar a entrevista (no fim da matéria) e, quando retornei, infelizmente a estação em que eu estava foi ocupada. Portanto, comecei o jogo do zero em outra, desta vez em inglês e com um DualSense.
Na apresentação do Endgame, os desenvolvedores explicaram brevemente cada classe de Path of Exile 2. Por exemplo, a Bruxa pode invocar “minions” de forma similar a um Necromante, enquanto que o Guerreiro ataca com espada e escudo. Mas de todos que eu vi na apresentação, tinha gostado do Monge e da Patrulheira.
Na primeira sessão, joguei com a Patrulheira. Gostei demais da classe e já explico melhor. No entanto, na segunda sessão comecei com o Monge e… nossa. É lento demais. Os movimentos exibidos no Endgame o deixaram muito interessante, mas como eu precisava aproveitar o início do jogo e não o seu fim, deixei o Monge de lado e voltei para a Patrulheira.
Path of Exile 2 pode ser jogado facilmente num controle. Não tive problema algum, porém nota-se que, conforme você evolui no jogo e recebe cada vez mais habilidades, “faltam botões” e são necessários atalhos como segurar L2 para ter acesso a uma nova “camada”.
Mesmo se você não jogou Path of Exile, o segundo jogo ensina tudo com bastante calma e tranquilidade ao jogador. No início, você apenas precisa se movimentar e usar a arma básica para eliminar os inimigos. Conforme evolui, elimina inimigos, completa quests e obtém recursos, mais habilidades interessantes são obtidas.
As habilidades são ativadas através de um item específico de nível 1. Ao usá-lo, você deve equipar no personagem. Ao fazer isso, um botão do controle terá acesso a essa habilidade. Você terá acesso a habilidades nível 2, 3… em nossa sessão conseguimos chegar a até nas habilidades de nível 3.
Com a Patrulheira, as habilidades de nível 1 são: uma que causa dano elétrico que podem espalhar pelos inimigos próximos, outra também de dano elétrico que coloca uma flecha no chão e causa dano ao redor daquela área, uma de congelamento que serve mais para fugir (a personagem lança a flecha dando uma cambalhota para trás) e uma quarta que causa dano de envenenamento – que nem cheguei a usar. O interessante do jogo é combinar essas habilidades para causar um dano significativo. Outras habilidades superiores são uma flecha precisa que causa bastante dano se for mirada e carregada e outra ainda elétrica que serve como um para-raio (o inimigo recebe dano frequente enquanto a flecha estiver nele).
As flechas são infinitas, mas as habilidades não podem ser usadas infinitamente. Você notará na HUD do jogo que existem dois frascos em cada lado: um vermelho e outro azul. O vermelho é a sua vida, sendo necessário recuperá-la tomando poção para isso (seu frasco de poção deve ser preenchido e existem diferentes tipos que devem ser equipados – uns enchem mais, mas podem ser usados menos vezes, por exemplo, enquanto que outros é o inverso). Já o azul é basicamente sua “mana/MP”. Também pode ser recuperado tomando poção ou automaticamente com o tempo.
A vida pode ser recuperada automaticamente também, mas isso dependerá do seu equipamento. Ao longo de sua jornada, haverá inúmeros “loots”. Muitos precisam ser identificados usando os scrolls de conhecimento (um item consumível) para saber qual efeito causam. No início, foquei mais no que recuperava HP, mas é bastante óbvio que no Endgame esses “perks” dos itens são bastante importantes para as builds que você for montar.
Além dos equipamentos como botas, luvas, capacete, a própria arma e peitoral, há também itens que fornecem stats como espécies de amuletos e até um cinturão pode ser equipado. Todos os itens possuem nível de raridade também, e isso, além de ser obtido pelo loot, também pode ser “forçado” a subir de nível utilizando itens específicos de transmutação. Há muitas possibilidades de manuseio de equipamento e estatísticas do seu personagem.
E ah, conforme você vai obtendo cada vez mais habilidades (que são colocadas em qualquer botão da forma que quiser), notará que acabará faltando espaço em um controle. Para isso, se você segurar L2, todos os botões se tornam “outros”. Ou seja, uma habilidade localizada no quadrado é diferente na L2+quadrado.
Mas deixando de lado todo esse papo de build, itens, estatísticas e tudo mais, vamos falar um pouco do lado da história e quests de Path of Exile 2.
Como dito, iniciamos o jogo do zero e a campanha é exatamente como você imagina: após selecionar a classe, você coleta a sua arma básica e vai avançando até chegar num acampamento que funciona como uma base. Lá, há mercadores, pessoas que fornecem quests e, conforme avança na história, também terá um ferreiro, por exemplo. É para esse acampamento que você sempre acaba retornando ao completar alguma quest importante. Inclusive, você tem a habilidade de voltar para ele sempre que quiser ao abrir um portal.
A campanha de Path of Exile 2 possui mapas bastante variados. Pelas seis horas que jogamos, passamos por florestas, cavernas, campos abertos, cemitério, vilarejo em chamas e conseguimos chegar até uma espécie de castelo. Como dito pelos desenvolvedores, a campanha dura em média 25 horas, portanto ainda tinha muita coisa a ser explorada.
O combate de Path of Exile 2 é muito bom. As diversas habilidades e suas combinações deixam as coisas dinâmicas o suficiente, sem contar que há um rolamento para desviar dos ataques. E tudo funciona muito bem no controle.
É claro, como um bom RPG você precisa ficar sempre atento à sua build e loot disponível para deixar o personagem do jeito que está jogando. Além disso, é comum virem diversos inimigos em sua direção, portanto se adaptar a isso é sempre parte do processo.
Os chefes, por sua vez, são desafiadores e possuem uma variedade de ataques. No entanto, assim que você entender o que eles fazem, o desafio não é tão grande assim. Além disso, há sempre um checkpoint logo antes da batalha e é sempre possível voltar ao acampamento abrindo um portal, portanto a batalha em si só vai ser difícil se você negligenciar todas as opções que o jogo oferece.
Um ponto importante de Path of Exile 2 é o mapa. Os ambientes do jogo, mesmo sendo bonitos, permitem que você se perca muito rapidamente se não olhar o mapa.
Há um mini-mapa sempre disponível no canto superior direito, mas você também consegue abrir uma versão completa da região em que se encontra por toda a tela – e o jogo não pausará, você pode continuar andando com esse mapa gigante transparente nela. Não é algo ideal, mas ajuda a entender algum local que você deixou para trás.
Path of Exile 2 é um ótimo jogo pelo pouco que jogamos. É cedo dizer se o Endgame será realmente interessante (ainda mais só assistindo a uma apresentação explicativa), mas, no mínimo, vale conferir o jogo pela sua campanha, a qual parece bastante sólida.
O Endgame é, sem dúvida, direcionado aos jogadores veteranos. Porém, mesmo se você nunca jogou o original, pode jogar o segundo sem nenhum problema. A desenvolvedora deixou bastante claro que quer conquistar novos jogadores (e agradar os veteranos), portanto essa campanha acessível é pensada dessa forma, sem dúvida alguma.
O lançamento do acesso antecipado acontece em 6 de dezembro no PS5, Xbox Series e PC.
Entrevista com o Diretor
Por fim, tivemos a oportunidade de conversar com o diretor criativo de Path of Exile 2, Jonathan Rogers.
Foi basicamente uma rápida sessão de perguntas e respostas com a imprensa. Abaixo seguem as perguntas que fizemos e as respostas de Rogers:
PSX Brasil: Qual é o Level Cap (limite de nível) de Path of Exile 2?
Rogers: 100.
PSX Brasil: Como funcionará o suporte a Path of Exile 1 com o segundo jogo chegando?
Rogers: Enquanto tivermos jogadores nele, o suporte continuará.
PSX Brasil: Muitos jogos “atrasam” os patches no PS5 e Xbox Series em relação ao PC. Isso acontecerá com Path of Exile 2?
Rogers: Não, devido ao cross-play, os patches chegarão nas três plataformas simultaneamente, mesmo com o processo de certificação que existe nos consoles.
PSX Brasil: Como funciona o cooperativo local? Duas contas? Uma?
Rogers: Ofereceremos as duas opções. O jogador pode se logar com duas contas e jogar localmente, ou apenas uma e usar os personagens que aquela conta possui.
PSX Brasil: Haverá suporte a teclado e mouse no PS5?
Rogers: Infelizmente, não sei responder. Vou ficar te devendo essa.
PSX Brasil: Em um mundo cheio de crossovers como o que vemos em Fortnite, há algum plano em mente para Path of Exile 2?
Rogers: Não, mas se fizermos algo, será com alguma IP de “Dark Fantasy”.
PSX Brasil: Haverá servidores para a América Latina?
Rogers: Sim!
O PSX Brasil agradece imensamente o convite da Grinding Gear Games.