Você assiste ao trailer daquele filme, fica em uma empolgação sem fim, conta ao mundo todo e não vê a hora de ir até o cinema mais próximo para ver o produto final. Infelizmente, quando você tem acesso ao material completo, a decepção acontece em dimensão catastrófica. Bem-vindo a Past Cure, jogo da Phantom 8 que possui trailers incríveis e que seria melhor ter parado por ali.
A história é interessante. Em um futuro pós segunda guerra, cientistas começaram a fazer experiências com as pessoas numa tentativa de fazê-las utilizar o potencial completo da mente humana. Drogas, entre outras substâncias, começaram a ser aplicadas até mesmo em crianças para tal finalidade.
Você irá controlar Ian, um agente especial que traz consigo um passado que o assombra através de lembranças que ele próprio não consegue entender. Sua missão será investigar se tais experimentos continuam sendo feitos e se, dessa vez, com um responsável por inventar uma droga ainda mais poderosa.
Os gráficos de Past Cure, não são ruins num primeiro momento. O problema é que quanto mais você jogá-lo, mais erros irá perceber. Ao iniciar o jogo dentro da mansão, o jogador acaba sendo enganado por achar que aquele cuidado tomado para construir uma ambientação da casa será mantido até o final. Depois disso, além de serem muito simples, os objetos não possuem um nível mínimo de detalhamento esperado.
O jogo também faz com que o jogador tenha a impressão de que ele está horas e horas no mesmo lugar. Por ter sua história dividida por eventos, o jogador acaba visitando determinados lugares que possuem uma ambientação parecida. Na primeira missão do jogo, por exemplo, você está em estacionamento e deve invadir um prédio. O jogador então irá subir andar por andar do estacionamento até conseguir realizar o seu objetivo. É frustrante perceber que, após a tela de carregamento, você se vê em um lugar praticamente igual ao anterior.
A movimentação dos personagens também é outro problema. O jeito que Ian se move é estranho demais. Por ser um agente infiltrado, o modo furtivo, calmo e devagar, seria o mais apropriado, mas Ian corre de um modo que nem parece correr; ele mais parece flutuar do que qualquer outra coisa.
A jogabilidade de Past Cure também não ajuda muito. Por mais que você mire perfeitamente na cabeça dos inimigos, nem sempre o tiro irá acertar o alvo. Se você estiver escondido atrás de um pilar, pode acontecer de a mira estar no alvo e você acabar acertando o pilar.
Além dos tiroteios, Ian também contará com a ajuda de seus conhecimentos em artes marciais para enfrentar os inimigos. A sequência de socos é bem simples, pois basta apertar o mesmo botão. Aqui, no entanto, a resposta aos comandos não se dá de maneira precisa. Por trazer a ideia de utilizar a mente mais do que o normal, o jogo parece ter copiado elementos de Beyond: Two Souls. O poder da mente utilizado para abrir portas ou destruir câmeras de segurança causa a impressão de você estar controlando Aiden, entidade presente que acompanha o personagem em Beyond: Two Souls.
A inteligência artificial dos inimigos não é tão ruim. Eles respondem aos barulhos de tiros ou à sua movimentação caso você seja visto. O que acaba estragando é que depois de apenas alguns minutos de jogo você consegue identificar qual inimigo irá atirar em você e qual irá tentar partir para um combate corporal, pois todos eles são iguais. Sim, a aparência e a movimentação deles são sempre as mesmas e possíveis de serem diferenciados pela vestimenta.
Veredito
Past Cure é aquele jogo que parece ser excelente, mas que acaba sendo abaixo da média. Se você começar a jogá-lo, vai querer ir até o fim o mais rápido possível para o sofrimento ter um final breve.
Jogo analisado com código fornecido pela Phantom 8 Studio