O primeiro Octopath Traveler foi um jogo que me deixou curioso por muito tempo até finalmente poder jogá-lo. Desenvolvido pelo “Team Asano”, a equipe responsável por um dos meus títulos preferidos de Nintendo 3DS em Bravely Default, e praticamente uma sequência espiritual de um das verdadeiras “jóias escondidas” da biblioteca do SNES em Live a Live, era um jogo que, apesar das suas falhas, tinha uma ideia tão única que sua ausência deixou um vazio impreenchível na biblioteca do PS4.
E, embora eu tenha eventualmente jogado o original, não é de se surpreender que quando recebemos o convite da Square Enix para testar a sequência do título, Octopath Traveler II, que marcará a estreia do “Team Asano” em plataformas da Sony, minha empolgação era imensurável. E, bem, ao que tudo indica, o resultado final entregará exatamente aquilo que se espera de um título dos precursores do estilo HD-2D.
Apesar da numeração no título, Octopath Traveler II é um jogo independente do seu antecessor. Apresentando um novo elenco de oito protagonistas, o jogo gira em torno da forma como as aventuras desses personagens vão se entrelaçando e caminhando para um único rumo, com objetivos coincidindo e colidindo à medida em que vão aprendendo a caminhar em parceria.
Nesse primeiro momento nós tivemos acesso apenas ao primeiro capítulo de cada um dos oito protagonistas. Esse primeiro capítulo serve como uma apresentação da história e motivação deles, com a origem de cada personagem e a razão pela qual eles decidem sair viajando pelo mundo sendo apresentada ao jogador. Ao completar cada capítulo, o jogador fica livre para andar até uma nova área e conhecer um novo personagem e jogar esse primeiro capítulo.
É um elenco de personagens bem distinto e que foge bastante do que estamos acostumados a ver em um JRPG, mas que, muito por isso, funciona para capturar a atenção do jogador. Naturalmente, cada personagem tem uma narrativa bem distinta e um ritmo diferente de ser contado. Alguns deles começam de forma mais intensa, te jogando diretamente no calor do combate e depois desacelerando para contar a história, outros levam num ritmo mais lento até as coisas engatarem.
Embora seja difícil julgar baseado em apenas um capítulo, é notável que cada um deles tem uma personalidade bem distinta. Algumas das histórias funcionam melhor que outras, com Partitio, Throné, Agnea e Temenos destaques iniciais, mas com os outros eventualmente conseguindo se justificar mesmo em um curto espaço de tempo.
Uma coisa que se percebe logo de cara em relação ao primeiro jogo é que há muito mais interação e uma dinâmica mais real entre os oito personagens. O primeiro Octopath Traveler falhava muito em tornar os demais personagens meros membros da party sem alma durante os capítulos específicos de cada um dos protagonistas, mas essa falha parece ter sido, felizmente, resolvida aqui. Se isso será de forma suficiente, só mais horas com o título é que poderão dizer, já que esses oito primeiros capítulos são consideravelmente curtos.
Um outro ponto de destaque inicial em Octopath Traveler II é o sistema de combate. Se você já tem alguma familiaridade com os jogos do Team Asano, já deve saber um pouco o que esperar. As batalhas são por turno, com cada personagem agindo numa ordem definida por sua agilidade e tendo acesso a uma gama de habilidades que envolvem ataques físicos, magias, buffs, debuffs e habilidades de área.
O sistema de BP, aqui chamado de Boost Points, é um dos principais diferenciais que o jogo traz. O jogador ganha um ponto de BP a cada turno, podendo usar até 03 deles para aumentar a força de um ataque ou habilidade até o nível 04. Além de ser uma forma de liberar ataques mais poderosos, explorar fraquezas usando BP te permite esvaziar mais rapidamente a barra de Break do inimigo e, com isso, fazê-lo perder dois turnos e se tornar mais vulnerável aos seus ataques.
Por fim, cada personagem tem habilidades especiais chamadas de “Latent Power”, que variam para cada um deles e que podem ser usadas apertando triângulo ao completar uma barra específica, o que é feito causando break e derrotando inimigos. Pode parecer bastante coisa, mas é algo bem fácil de se entender e se adaptar logo de cara, graças ao quão indicativa a HUD do jogo é, ficando fácil de se identificar as fraquezas dos inimigos e quais habilidades usar para explorá-las a cada momento.
É tudo bem interessante e envolvente já de cara e faz com que Octopath Traveler II, que já ocupava um lugar de altíssimo destaque entre os meus JRPGs mais aguardados do ano, venha deixando um sabor delicioso de “quero mais” e que só me faz ansiar a cada segundo pelo jogo completo. Isso sem nem falar do quão belos os visuais do jogo são ou como a trilha sonora logo de cara me cativou e merece todos os elogios possíveis. Se tudo isso se manterá por toda duração do jogo? Isso só saberemos quando Octopath Traveler II for lançado.
Octopath Traveler II será lançado em 24 de fevereiro para PS4, PS5, Switch e PC. Uma demo está disponível para download.