Já faz um tempo que a explosão dos eSports deixou de acontecer apenas como novidade para conseguir se consolidar como uma das áreas importantes no universo de jogos eletrônicos da atualidade. Sendo hoje acompanhado por diversas marcas importantes em apoio e também se abrangendo para os mais variados jogos, seguido ainda por fãs apaixonados pelos seus jogos e jogadores preferidos, a realidade é de um universo consolidado.
No que antes era visto como uma iniciativa sem muito apelo e apenas bancada pelas grandes empresas e seus jogos de sucesso, hoje temos um mercado imenso responsável por dar destaque e cobertura para diversos eventos e novidades. Entretanto, algo que podemos observar aqui é que, apesar de toda a evolução desse cenário, não conseguiram explodir com foco nos consoles da mesma forma que acontece nos PCs, tanto em quantidade quanto em impacto ao público.
A cena dos eSports para consoles é algo que, de certa forma, podemos dizer nunca ter decolado ao mesmo nível para todos os tipos de jogos. Há, entretanto, uma força grande principalmente nos fighting games e eventos que, ainda que adotem PCs ou mesmo essa comunidade, tendem a se dedicar a mostrar mais dos jogos em controles, joysticks ou arcade sticks.
Tomemos a EVO (Evolution Championship Series) como exemplo, hoje um evento de propriedade da Sony e criadora do PlayStation, abrange vários tipos de jogos de luta e é tido como o torneio definitivo para o gênero. Para a versão 2024, a lineup de jogos são Street Fighter 6, Tekken 8, Mortal Kombat 1, Guilty Gear Strive, The King of Fighters XV e mais. Ao menos aqui e para o tipo de jogo, vemos títulos que possuem uma grande comunidade online nos consoles, PCs e arcades ao longo dos anos, mas que não jogos nascidos de consoles, de forma exclusiva ou não, focando em eSports.
Se formos analisar os grandes jogos e torneios relativos aos grandes eventos de eSports atuais com apostas via GGBET, observamos que a maioria são títulos de PC com comunidades imensas e desenvolvidas ao longo dos anos já voltado para o padrão competitivo e com alusão ao cenário. Dota 2, Counter-Strike e League of Legends são apenas alguns dos exemplos de jogos que hoje são fenômenos do eSports e de seus eventos a nível global, arrastando inúmeros fãs para acompanhar classificatórias e torneios durante todo o ano.
Agora, pensando exclusivamente no universo PlayStation no qual cobrimos, qual seria a chance de um título exclusivo da Sony alcançar esse patamar e, o que já seria irreal, se manter apenas com essa plataforma como principal? Acredito que a resposta curta seria “jamais”, principalmente pela necessidade de abranger números e comunidades para alavancar o sucesso de algum jogo. Focamos então num título PlayStation apenas para eSports e vamos analisar o que poderia ser feito aqui.
Sabemos que é praticamente obrigatório a necessidade da competitividade, individual ou em equipes, para que o título tenha sucesso na área. Ao longo dos anos, a PlayStation teve inúmeros jogos de sucesso que se destacaram também no âmbito competitivo, como Killzone, Uncharted e Gran Turismo. Este último talvez seja o de maior sucesso se formos analisar o impacto do jogo na criação de uma comunidade específica para o mesmo e de relevância.
Alguns jogos PlayStation poderiam ser de maior relevância na área competitiva caso tivessem suporte para isso, mas sabemos que sem o apoio adequado e investimento específico, muitos vão ser vistos apenas como grandes blockbuster que vão chamar a atenção do jogador convencional e que ficarão esperando apenas por mais daquilo. Mover qualquer título de sucesso para o cenário competitivo também jamais vai ser a solução correta, já que além dos inúmeros recursos necessários também poderia desvirtuar o berço de uma franquia de sucesso ou mudanças drásticas numa desenvolvedora já consolidada para um estilo de jogo.
Ao ver a tentativa mais recente da PlayStation em alavancar a quantidade de jogos online competitivos, cooperativos ou de serviço, vemos algumas tentativas que poderiam ter sido pensadas para adentrar no mundo do eSports caso houvesse um sucesso e uma comunidade disposta a abraçar a ideia. O mais recente exemplo para isso é o recém lançado Concord.
Com recepção morna, sem grandes números no PC e com o burburinho do lançamento no PS5 não sendo nada grandioso, qualquer tentativa para isso já parece algo irreal. Entretanto, observando como o jogo abraça o estilo hero shooter similar a Overwatch e seguindo essa tendência popular por anos, não seria surpresa de imaginar que, em algum momento, o jogo da Firewalk Studios foi pensado para adentrar nos eSports como um grande jogo da PlayStation nesta área.
Infelizmente a tentativa não depende apenas do interesse, sendo quase primordial a comunidade de um jogo abraçar o título para que eventos e torneios se materializem. Desenvolver um jogo já com a mentalidade do eSports não parece o caminho adequado, mas sim criar uma boa experiência que pode ser aprimorada e, com isso, chamar interesse de um público cada vez maior na expectativa de que o interesse nele cresça a tal ponto de conseguir se tornar um produto de esporte eletrônico.
A PlayStation e seus estúdios se tornaram peritos em criar experiências blockbusters de jogos principalmente focados nas grandes histórias para um jogador e/ou cenários online competitivo e cooperativo de forma mais limitada, ainda que haja exemplos de algo mais extraordinário a isso, como a Bungie e seu grande conhecimento em FPS e o histórico de Destiny.
Ainda não sabemos de todos os projetos que estão em desenvolvido no PlayStation Studios e se algum deles ainda tentará o caminho mais competitivo e seguindo tendências como Concord. Com cancelamentos de alguns projetos com foco online, como Factions do universo de The Last of Us, tudo indica que os estúdios internos tendem a seguir o que foi sucesso desde sempre, sem se arriscar muito a adentrar a empresa em empreitadas eSports mais do que já foi feito. O exemplo de Gran Turismo ainda deve ser a melhor empreitada até aqui, mas que ainda foi alcança por um jogo que tinha outro foco e que cresceu a ponto de ser algo mais abrangente para eSports, ainda que não tenha a pompa e impacto de jogo gigantes nessa área, como LOL ou Dota.