O texto abaixo foi publicado no PlayStation.Blog brasileiro. Os previews mais abaixo são dos sites IGN e GameSpot.
“O que seria de Gotham sem o Batman?”
Esta é uma pergunta que quase soa como uma heresia, mas é a que Gotham Knights responde detalhadamente – a desenvolvedora WB Games Montréal explora o que acontece com a cidade quando ela perde seu protetor icônico.
Como mostramos na primeira prévia quando o game foi revelado, em vez de jogar como Batman em pessoa, Gotham Knights coloca você no uniforme de vários membros da Bat-Família, para jogar sozinho ou co-op em duas pessoas. Jogue como Batgirl, Nightwing, Robin, ou Red Hood, que juntam forças em luto para manter a cidade segura. Um deles se tornará o Defensor de Gotham até o final da história, mas cabe à você escolher qual personagem será, enquanto vivencia sua jornada de tristeza, dever e… muita puxação de ferro. Os aparelhos de fitness da Belfry nunca foram tão usados assim!
Nightwing com certeza é um rato de academia. Harley Quinn não chama ele de ‘Nightbutt’ à toa.
Após visitar o estúdio da WB Games Montréal e jogar por duas horas, posso dizer que essa decisão não será fácil. A minha prévia incluiu algumas áreas do game, durante vários pontos da história. Primeiro, dei uma olhada no início da jornada dos nossos combatentes do crime, ainda baqueados com a perda de Batman e aceitando o trabalho que ele deixou para trás, depois pulei algumas horas para frente, no começo do arco de vilã de Harley Quinn (até a sua luta de chefe), e pude conhecer melhor os poderes que os heróis têm à sua disposição.
Você pode trocar entre os quatro personagens jogáveis durante qualquer visita à Belfry, o hub central de Gotham Knights, e embora todos tenham os mesmo controles básicos para ataques corpo-a-corpo e à distância, Gotham Knights faz um ótimo trabalho ao dar a cada um uma personalidade distinta e habilidades únicas.
Batgirl é uma hacker que se especializa em combate mano-a-mano, com movimentos fluidos que desarmam seus oponentes, não muito diferente do batman clássico dos games. Armada com habilidades tecnológicas como armas sobrecarregadas com dano bioelétrico, ou podendo usar o modo AR para hackear aparelhos próximos, seu combate é poderoso e preciso, um testamento ao treino que recebeu de Bruce Wayne, e tornou seu com muito estilo.
Nightwing possui habilidades de suporte, com buffs para aliados, mas também é um mestre da acrobacia e de alternar entre inimigos no combate. Jogar como Nightwing é uma experiência mais frenética, ele é ótimo para derrotar grandes grupos de inimigos com movimentos ultra velozes, entrando e saindo antes que possam retaliar – além do seu poder chamado Nest, que dá um bônus de defesa e cura para aliados, ajudando o trabalho em equipe.
Temos também o Robin mais novo – um mestre da furtividade, que utiliza ataques surpresa e das alturas. E completando o quarteto, Red Hood, um pistoleiro agressivo que desfere justiça com cada bala.
Red Hood domina com suas pistolas duplas, mas também sabe dar socos bem fortes com as próprias mãos. Todos os seus ataques são imbuídos com poderes espectrais de outro mundo, graças à sua história de ter voltado dos mortos.
Essas diferenças são todas melhoradas graças ao sistema de Momentum em Gotham Knights, uma mecânica de combate onde você enche uma barra quando executa uma esquiva perfeita, para depois poder usar golpes especiais no estilo de cada herói. Você também pode encher a sua barra de Momentum com golpes específicos, ao pressionar o botão quadrado no momento exato em que encaixar um golpe, tal golpe fica ainda mais forte. É um ritmo muito divertido que faz o combate parecer uma dança – que só termina se o seu personagem levar uma na cara. É assim mesmo.
Nightwing, por exemplo, dá um salto acrobático na cabeça de seus oponentes, enquanto Batgirl solta vários Batarangs letais – todos os golpes parecem naturais ao personagem que você está usando. O jogo também possui árvores de habilidades com opções de customização que tornam cada personagem único ao seu estilo de jogo, podendo escolher poderes para dar upgrade usando Ap, que você coleta ao completar missões.
Cada Cavaleiro possui poderes elementais para causar dano extra, como o efeito de Bioeletricidade Elemental da Batgirl, que eletrocuta inimigos quando ela sobrecarrega sua arma.
No caso de Batgirl as árvores são Justice, Grit, e Oracle, que representam combate, stamina, e habilidades de hacker respectivamente, já no caso de Red Hood elas são Marksman, Brawler, e Vengeance para tiros, combate corpo-a-corpo e dano. Cada Cavaleiro também possui uma árvore personalizada onde podem gastar Ap que representa a sua progressão no caminho de ocupar a posição vaga de Batman, repleta de habilidades únicas e poderosas – como o método de movimentação de cada Cavaleiro (Flying Trapeze para Nightwing, e Spectral Platforms para Red Hood) por Gotham. Tudo isso funciona muito bem para manter um senso de individualidade, que é importante no co-op para dois jogadores, já que ambos podem escolher jogar com o mesmo personagem caso queiram.
Não é apenas nas habilidades que os personagens se destacam. O Diretor Cinemático da WB Games Montréal, Wilson Mui, revela que as cinemáticas de Gotham Knights foram criadas com cada protagonista em mente – o que significa que muitas vezes quatro reações diferentes ao mundo à sua volta foram gravadas, dependendo de qual Cavaleiro esteja usando, para capturar a personalidade autêntica de cada um naquele momento.
Você na prática possui quatro experiências em uma, com a opção de trocar de personagem a cada noite que sair para patrulhar a cidade, ou focar no seu favorito para ver sua história até o fim. Além de tudo isso temos a seleção de trajes que deixam você constantemente customizar seu herói conforme avança pelo jogo, você terá tantas escolhas que poderá alterar o game como quiser.
Jogar como Robin ao interagir com os vilões do game revela o quanto ele é um novato na carreira de herói. Podemos ver isso claramente em sua primeira interação com a Dra Quinn – ao contrário dos outros, que já possuem uma certa reputação.
No fim, todos os protagonistas possuem um objetivo em comum: proteger Gotham e derrotar criminosos oportunistas, enquanto encontram pistas para eventos maiores, descobrindo segredos enterrados nas fundações da cidade. Viaje pelos cinco bairros do mundo aberto de Gotham usando gancho ou Batcycle (que possui um botão dedicado para andar com a roda da frente levantada) enquanto persegue vilões clássicos.
Claro, talvez a mais infame desses vilões seja Harley Quinn, cuja caracterização foi alterada da versão “garota/ninfeta maníaca” com a qual nos acostumamos para se tornar uma psiquiatra mais madura e de certa forma mais caótica, alguém que pode crescer em poder agora que a cidade não está mais protegida por Batman. Harley pode abrir suas asas como um ser independente, o que quer dizer apenas uma coisa: Gotham logo vai ficar ainda mais suja. Por sorte, ela terá que lidar com os Cavaleiros.
Mr. Freeze, Clay Face e Harley Quinn todos aparecem em Gotham Knights, todos se adaptando à existência em uma Gotham sem Batman.
Para encontrar vilões você terá que fazer trabalho de detetive enquanto patrulha as ruas da cidade à noite, eliminando criminosos menores em busca de pistas e informações que podem levar à ação séria. No caso de Harley entretanto, já sabemos seu paradeiro, graças ao trabalho anterior: Blackgate Penitentiary. É lá que a encontramos pela primeira vez, cercada por prisioneiros em revolta, paredes em chamas e bexigas demais para alguém que deveria estar arrependida do que já fez.
No fim, uma Gotham sem Batman pode parecer estranha, mas a realidade é uma mudança emocionante dos quadrinhos que conhecemos. É uma abordagem diferente à lenda da DC, nova e conhecida ao mesmo tempo, mas uma era de novos protagonistas significa um mundo inteiro de novas oportunidades e exploração.
Gotham Knights chega para PlayStation 5 dia 21 de outubro de 2022.