O texto abaixo foi publicado no site oficial.
No mês passado, na gamescom, a Remedy Entertainment nos deu uma palhinha do Lugar Obscuro de Alan Wake 2, uma versão sombria e distorcida da cidade de Nova York que serve como a prisão interdimensional do romancista do título. E, embora estejamos empolgados para explorar esse novo domínio — e experimentar os novos recursos de jogabilidade que ele apresenta —, a prévia também nos fez sentir saudades do antigo Alan Wake. Você sabe, o autor problemático que encontra habitantes pitorescos, coleta garrafas térmicas azuis e ilumina com sua lanterna tremeluzente coisas que fazem barulho durante a noite no noroeste do Pacífico.
Felizmente, durante uma recente demonstração prática da sequência, o diretor de criação da Remedy, Sam Lake, nos garantiu que esse clima continua intacto na sequência focada em terror de sobrevivência. “Gostamos muito do cenário que criamos [em Alan Wake]. Essa foi uma parte fundamental, a paisagem do noroeste do Pacífico, o cenário idílico de uma cidade pequena. Sem dúvida alguma, essas foram partes da experiência central, e queríamos revisitá-las 13 anos depois.”
Os comentários de Lake foram consistentes com a primeira revelação da jogabilidade de Alan Wake 2, que mostrou a nova coprotagonista, a agente especial do FBI Saga Anderson, investigando assassinatos ritualísticos na cidade de veraneio condenada do jogo original. Mas, como descobrimos em uma recente sessão prática, a sequência dobra essa energia inspirada em Twin Peaks e não apenas convida os corajosos fãs de volta a Cauldron Lake, como também os atrai para além das fronteiras de Bright Falls, para a cidade vizinha de Watery.
Venha pela atmosfera pitoresca, fique pelos assassinatos da seita
Em uma missão chamada “Local Girl”, a demonstração nos colocou na rua principal de Watery, onde Saga está atrás de uma pista sobre a misteriosa seita por trás dos assassinatos. Embora negócios terríveis nos levem à cidade, o ambiente pitoresco e rural quase nos engana, fazendo-nos pensar que estamos em um retiro relaxante. Como Saga — apropriadamente protegida por uma capa de chuva no úmido cenário costeiro —, encontramos uma diversidade de habitantes locais, desde um candidato a prefeito que faz campanha para seus apoiadores na porta do bar de karaokê local até um simpático motorista de ônibus que transporta pacientes de asilos de Bright Falls para Watery.
Perto dali, uma mulher estacionou sua bicicleta para relaxar perto de uma mesa de piquenique. Um pouco além dela — logo depois de uma cabine telefônica dos anos 80 — um homem tenta remendar um barco que, aparentemente, não vê água há algum tempo. A cidade não é pitoresca o suficiente para aparecer em um cartão postal, mas é um lugar atraente, peculiar e acolhedor que, provavelmente, recebeu muitos turistas felizes em seu auge.
Mas, infelizmente, estamos aqui a negócios — negócios sangrentos. Então, seguimos um dos nossos primeiros objetivos — “Perguntar sobre o trailer” — e recebemos uma dica do motorista do ônibus acima mencionado sobre a localização de um estacionamento de trailers nas proximidades. Essa pista nos leva aos irmãos Koskelas, joviais celebridades locais que estão envolvidos em tudo, desde o motoclube da cidade até o parque de diversões com tema de café.
Quando lhes perguntamos sobre o culto, eles fazem pouco caso, chamando de “lenda urbana”, e mudam de assunto. No entanto, eles são muito mais solícitos quando se trata de discutir seus empreendimentos comerciais, incluindo o parque de diversões. Depois que o irmão mais falante, Ilmo, recita alegremente seu slogan (“Coffee World é uma suave mistura de brinquedos, comida e diversão!”), ficamos convencidos de que os dois poderiam ter aparecido como personagens que roubam a cena em um antigo seriado de Bob Newhart.
Mas, por mais divertido que seja nosso encontro com os Koskelas, ele também é maculado pela sensação incômoda de que algo não cheira bem. Saga acredita que está encontrando os dois pela primeira vez, mas eles se comportam como se tivessem uma história de amizade com ela. Eles até fazem referência à antiga residência dela no estacionamento de trailers local, onde dizem que ela morava com a filha. Saga concorda, mas fica confusa com a familiaridade deles com ela e sua família.
Desvendando mentes criminosas no Lugar Mental
A interação cada vez mais bizarra introduz a mecânica de perfil do jogo, uma ferramenta de investigação que desbloqueia pistas, conecta evidências e, em geral, permite que os jogadores avancem na história. Acessamos a tabela de perfis entrando no Lugar Mental, uma realidade alternativa em tempo real que nos transporta para um chalé contendo várias outras dicas e ferramentas, desde um quadro de casos até uma estação de melhoria de armas. Essa central serve essencialmente como uma versão mais orgânica dos vários menus e interfaces de usuário que podem ser encontrados em outros jogos com elementos de investigação.
No Lugar Mental, Saga — agora vestindo um aconchegante suéter — pode visitar livremente suas diferentes estações usando um rádio, TV, manuscritos, quadro de anotações, armário de arquivos e outros recipientes ricos em informações para trabalhar em seu caso. Mas estamos aqui por causa da mesa de perfis, que abriga várias fotografias, incluindo uma dos irmãos que Saga acabou de conhecer. Clicar na foto produz um par de cartas de índice, intituladas “Lenda Urbana” (“Urban Legend”) e “O Trailer” (“The Trailer”). Quando acessamos o primeiro, Saga entra em um estado de concentração enquanto clipes cinematográficos dos irmãos são projetados em torno dela.
Os trechos não refletem os mesmos moradores alegres que acabamos de conhecer, mas uma dupla decididamente mais sombria que parece apreciar — e até temer — o perigo em potencial da seita que eles praticamente descartaram como real durante a conversa anterior. Essa nova perspectiva nos faz reavaliar nosso encontro com os Koskelas, mas a segunda carta lança ainda mais luz sobre a aparente história da Saga com eles. Um novo conjunto de vídeos rápidos e curtos revela que os irmãos consideram Saga como alguém da família e estão guardando a chave reserva de sua antiga residência.
Outra cidade, mesmos Possuídos
Com essa nova informação obtida, Saga decide entrar na onda dos irmãos sobre sua história e pede para acessar “seu” antigo trailer. Ilmo concorda alegremente, mas revela que sua chave está guardada no cofre da loja de presentes do parque de diversões Coffee World. Nossa perigosa caçada por essa chave leva a uma série de eventos que parecerão confortavelmente familiares a qualquer pessoa que tenha pisado nesse ambiente empunhando uma lanterna como Alan Wake.
A escuridão logo cai e Saga se vê sozinha na floresta. Enquanto navegamos pelo ambiente cada vez mais assustador, encontramos várias caixas de segurança para campistas — a maioria contendo baterias, munição e pacotes de vida —, além de alguns quebra-cabeças inteligentes que guardam itens valiosos. Um desses enigmas nos leva a quebrar uma combinação de fechadura para acessar uma besta. Isso é útil para quando os Possuídos — pessoas dominadas pela Presença Obscura — começam a surgir das sombras bem na hora em que o pente da pistola da Saga está se esgotando. Alan Wake 2 troca o ritmo de ação de seu antecessor por um horror de sobrevivência cheio de tensão, uma abordagem que causa impacto a cada bala disparada e com a consideração minuciosa de cada espaço no inventário.
Felizmente, um golpe direto da sua lanterna, que desorienta o inimigo, seguido de alguns tiros bem mirados ainda é capaz de eliminar os rápidos e agressivos Possuídos. Dito isso, os inimigos ensandecidos com lâminas em punho ainda nos pegam desprevenidos, matando Saga e nos levando de volta ao último ponto de controle. O lado positivo é que o ponto de surgimento é muito bem marcado com uma lembrança que agrada aos fãs — as icônicas garrafas térmicas azuis da série.
Por fim, chegamos ao Coffee World, um antigo destino de lazer que deixa os assustadores parques de diversões abandonados no chinelo. Além dos brinquedos rangentes e da música de parque perturbadora, os frequentadores agora são habitantes locais que acordaram do lado errado da Presença Obscura. Quando nos aproximamos de uma atração semelhante a uma xícara de chá em funcionamento, chamada jocosamente de “Percolador” (“Percolator”), ela para de repente. Entramos cautelosamente pelo portão recém-aberto e os brinquedos começam a se movimentar novamente, enquanto inimigos com foices atacam de todos os lados. Graças à capacidade de afastar os atacantes próximos enfiando um sinalizador rodoviário aceso em suas bocas, conseguimos evitar as ameaças e pegar a chave de fenda perdida de um funcionário da manutenção.
Logo depois da roda-gigante Slow Roaster — onde totens de sectários pendurados sugerem que podemos estar perto do nosso objetivo — descobrimos a Loja de Presentes Fresh Pot. O mascote de jarra sorridente na placa da loja parece nos dar as boas-vindas, mas a porta trancada conta outra história. Usando a chave de fenda, arrombamos a porta e, por fim, pegamos as chaves do trailer da Saga no cofre da loja. Esse objetivo concluído nos libera para seguir um caminho até o Estacionamento de Trailers do Farol de Watery (Watery Lighthouse Trailer Park), onde informações vitais sobre a seita nos esperam.
Mas quando passamos por baixo da placa de saída “See You Latte” do Coffee World e entramos na suposta antiga residência de Saga, não podemos revelar o que ela descobre depois da cerca de arame do estacionamento de trailers. O que podemos dizer é que o tempo que passamos na cidade incrivelmente imersiva de Watery — explodindo vilões possuídos e solucionando quebra-cabeças inteligentes — evocou positivamente a jogabilidade clássica de Alan Wake. Também podemos compartilhar que a apresentação visual significativamente elevada, o novo foco no terror de sobrevivência e a nova mecânica servem apenas para complementar a fórmula pela qual os fãs se apaixonaram há 13 anos.
Quanto aos spoilers da história, no entanto, você terá que esperar até que Alan Wake 2 emerja do Lugar Obscuro em 27 de outubro.
Paralelo ao texto acima, Thomas Puha, da Remedy, revelou que Alan Wake 2 terá um modo Desempenho no PS5 e Xbox Series X. Mais detalhes serão dados no futuro.
I’m glad to say that Alan Wake 2 will have a Performance mode on PS5 and Xbox Series X. The game has been built from the beginning as a 30fps experience focusing on visuals and ambiance, but somehow we have managed to include a solid Performance mode. We’ll talk details later.
— Thomas Puha (@RiotRMD) September 27, 2023