Análises

Monster Of The Deep: Final Fantasy XV

Sim, é um jogo de pesca. De Final Fantasy XV. Por que não?

Final Fantasy XV foi planejado como um projeto multimídia, que englobava não só o jogo principal, como também episódios extras por DLC, um filme, um anime e jogos secundários, expandindo seu universo. Monster of the Deep faz parte do pacote, dessa vez um spin-off dedicado aos donos do PlayStation VR.

O jogo é baseado no minigame de pescaria existente em FFXV, inclusive com iscas, acessórios e peixes visto no jogo principal, porém aproveita-se da Realidade Virtual para expandir a ideia e entregar uma experiência imersiva, em primeira pessoa e com ações próximas do real.

A história segue os passos de um novo personagem: você! O jogador tem a liberdade de criar e customizar seu próprio avatar, com uma variedade razoável de opções, em uma interface que é provavelmente baseada na apresentada pelo DLC Comrades.

Seu personagem é um Caçador, que estava passando o tempo pescando casualmente durante uma noite de tempestade (quem nunca?). Isso acabou atraindo um daemon dos mares, que virou seu barco e o deixou inconsciente. Você acaba sendo resgatado por Cindy, que o leva de volta a sua cabana. De lá, você pode aceitar diversos pedidos de caça que, pouco a pouco, o levam novamente a enfrentar o Monstro das Profundezas que o atacou.

O modo história é curto e sempre se baseia na mesma premissa: aceite uma missão, pesque alguns peixes para atrair o monstro, enfrente o monstro. Apesar disso, cada missão leva o jogador a uma localidade diferente de Eos, todas muito bonitas e bem caracterizadas em sua fauna e flora. E mais, você tem a oportunidade de se encontrar e interagir com Noctis e sua turma (e vê-los frente a frente de pertinho vai deixar muitos(as) fãs felizes).

As batalhas contra os monstros são bem divertidas e possuem um bom tanto de ação, com cada um possuindo uma particularidade para ser enfrentado. A luta baseia-se em acertar o monstro com uma besta, lançando projéteis e desviando de seus ataques até que ele caia, o que abre a oportunidade para fisgá-lo e então finalizá-lo.

Embora com uma campanha de apenas três horas, jogar o modo história desbloqueia os locais visitados e libera outros três modos de jogo: Pesca Livre, Caçadas e Torneio. A Pesca Livre serve como um passatempo, em que você escolhe onde quer pescar e fica à vontade, sem nenhum tipo de restrição ou ameaça deamon. O modo Caçada são missões em que o jogador deve se focar em pescar um peixe específico, ganhando recompensas e aumentando seu rank de Caçador, o que habilita novas caçadas, mais avançadas. É um bom modo para se conhecer os diferentes tipos de isca e quais são mais indicadas para cada peixe e situação.

O modo Torneio é a parte competitiva do Jogo, em que os jogadores disputam entre si por uma posição na tabela de líderes, ganhando recompensas. Ele é dividido em três classes, sendo que para acessar a mais alta é necessário utilizar Tickets, recebidos durante o torneio e também em Caçadas mais avançadas. Cada torneio possui uma regra variada para vitória, como pescar o peixe mais comprido, maior peso, etc., e um tempo limite.

Mesmo com diferentes modos para dar variedade, no fundo, a mecânica é sempre a mesma: pescar. O jogo acaba se tornando enjoativo para longas jogadas, servindo mais como um passatempo casual. De maneira a deixar as coisas mais agradáveis durante suas atividades, é possível escolher entre diversas músicas do universo de FFXV, incluindo duas faixas de Nier. É também possível ativar um modo foto do próprio jogo, se divertindo fazendo pose ao lado de personagens e animais conhecidos.

Uma das recompensas nos diferentes modos de jogo é o Gil, a moeda de todo Final Fantasy. Com ela, é possível comprar novas iscas, varas de pescar, molinetes e linhas, além de roupas e acessórios para seu avatar (incluindo aí uma fantasia de Chocobo e de Moogle). Apesar de uma boa variedade nos itens de pesca, não senti diferença no gameplay.

Vamos então ao gameplay, que é bem simples. É possível jogar tanto com um DualShock quanto com um par de PS Move, sendo que o Move, como sempre, dá mais liberdade e é mais intuitivo (no entanto, o DualShock é melhor para navegar pelos menus, então, deixar os dois próximos a você é uma boa opção). Na mão direita fica a vara de pescar e na esquerda o jogador aciona o Sonar, que indica no ambiente os locais mais propícios para a pesca. Infelizmente, não há uma configuração para canhotos.

Quando um peixe é fisgado, deve-se puxar a vara pra cima e ir recolhendo a linha girando o molinete. No Move, isso é feito simulando que você está realmente girando, enquanto o controle direito treme simulando a força do peixe. No DualShock, você deve girar o analógico esquerdo (bons tempos de Mario Party). Eventualmente, o peixe força a linha e deve-se mover a vara para a direção indicada na tela.

Apesar de uma mecânica simples e que praticamente todos conhecem, lançar a linha é algo frustrante e que tira muito do brilho do jogo. É um exercício de paciência, pois 90% das vezes a linha não vai para o ponto que você deseja. O jogo não leva em conta a força do lançamento, mas sim o ângulo do movimento, algo extremamente contraintuitivo. A frustração é maior ainda nos torneios, em que o tempo é precioso.

Graficamente, Monster of the Deep, tenta se aproximar do que é visto em FFXV, seja no design dos personagens e animais, seja na ambientação e até na interface dos menus. Acontece que FFXV é um jogo rico em detalhes, exigindo do PSVR uma performance que ele não consegue entregar. Isso resulta em gráficos bem serrilhados e com pouca definição de objetos distantes, algo muito mais perceptível na periferia de sua visão, em que é possível notar verdadeiros blocos de pixels.


 

Veredito

Monster of the Deep, o spin-off para PlayStation VR de Final Fantasy XV, é um jogo de pesca que diverte se jogado de maneira casual, com certeza agradando mais aos fãs da série. A Realidade Virtual beneficia a atividade da pesca, seja na movimentação, seja na imersão no ambiente, no entanto, a ação de lançar a linha é muito ruim e contraintuitiva, tirando o brilho do jogo. Outro aspecto que deixa a desejar são os gráficos, que apresentam um nível de detalhamento que o PSVR não consegue entregar, tornando a experiência algo razoável.

Jogo analisado com código fornecido pela Square Enix.


 

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