Com a chegada do Outono (ou primavera no hemisfério norte), é também chegada a hora de um dos mais tradicionais jogos da PlayStation Studios. Afinal, se é temporada de baseball e Spring Training, é também temporada de MLB The Show. Uma das mais consistentes e importantes séries de jogos de esporte da atualidade chega esse ano com um volume de novidades bem interessantes para tornar ainda mais rica a experiência no diamante.
Afinal, quando se tem um dos jogos mais consistentes da atualidade, melhorias acabam vindo por incrementos, novos elementos que trazem novas visões para a experiência sem precisar mudá-la ou revolucioná-la. E é bem isso que temos em MLB The Show 25, título deste ano da Sony San Diego que chega agora ao PS5. E várias dessas adições são muito bem-vindas.
O grande foco aqui é uma completa renovação do Road To The Show, prometendo uma experiência mais próxima de um “RPG de baseball”. Além disso, Franchise/March to October e Diamond Dynasty passaram por algumas boas renovações e expansões, o gameplay sofreu alguns ajustes (com câmera em primeira pessoa disponível) e, é claro, uma nova temporada do Storylines contando a história das Negro Leagues, agora em sua terceira temporada.
Começando pelo Road to The Show (RTTS), é impressionante o trabalho de reformulação que o modo passou. Durante muitas edições, o jogo seguiu a lógica básica de uma sequência de partidas de showcase, seguindo pro Draft e depois iniciando sua jornada no time AA da franquia que te draftou. Mas não mais. Agora, o jogador iniciará sua jornada no Ensino Médio (substituindo os showcases regionais), com alguns elementos adicionais de Role-Playing presentes.
Isso se mostra através de um novo sistema de recrutamento, que te permite decidir para qual universidade você quer ir (pense num sistema similar ao visto em Madden NFL) ou se prefere ir direto para o draft e iniciar sua jornada mais cedo. Durante o caminho, você poderá fazer uma série de decisões que irão influenciar suas relações, incluindo figuras lendárias do esporte e a evolução do seu jogador.
Ou jogadora. Afinal, pela primeira vez na história da série, é possível jogar todo o RTTS com uma mulher. Não é uma decisão que muda muito na prática, sendo uma importante inclusão do ponto de vista de representatividade e que coloca o jogo mais em linha com outros jogos de esporte. Além disso, o modo traz várias melhorias de qualidade de vida, te dando maior liberdade para customizar sua experiência e uma interface mais ágil, tudo para que o jogador possa concluir diferentes desafios (e ganhar Tokens para melhorar suas ferramentas) e alcançar o status de G.O.A.T.
Já as mudanças no March to October e Franchises são bem conectadas. A mudança aqui é em relação à mudança da logística na contratação de jogadores durante a Free Agency. Agora não basta só jogar mais e mais dinheiro na direção dos jogadores que você quer, já que um sistema de motivação foi introduzido no qual coisas como local onde sua franquia está e suas chances de título influenciam o interesse deles em assinar contigo. O sistema de trocas também foi reajustado, então times irão se adequar melhor a sua realidade ao longo da temporada. Não é uma grande mudança ou revolução para o modo, mas serve como um paliativo, já que eram coisas presentes em outros jogos do gênero e cuja ausência era cada vez mais injustificável.
O Diamond Dynasty talvez tenha tido a sua mudança mais significativa no abandono do sistema de temporadas e, consequentemente, sem mais atletas disponíveis apenas em curtos períodos (algo bem comum em outros jogos do gênero). Ele ainda depende bastante de microtransações, mas isso torna um pouco menos urgente a necessidade de gastar muito dinheiro o tempo todo (mesmo que o grind ainda seja absurdo).
O modo trouxe também um novo estilo de jogo chamado Diamond Quest que é, essencialmente, um roguelike dentro dele. É mais uma opção singleplayer para quem não quer depender de grind em partidas online, montando um time para enfrentar um tabuleiro cheio de desafios, incluindo batalhas contra chefes e os necessários boosts temporários (e punições) para te ajudar a concluir uma run. Não é algo que vai revolucionar o modo, mas é uma adição interessante para trazer um pouco mais de frescor para ele.
Storylines segue sendo um dos grandes destaques do jogo, dessa vez trazendo a história de “Cool Papa” Bell, Norman “Turkey” Stearnes e Wilber “Bullet Joe” Rogan. São poucos episódios recontando a história dessas figuras lendárias das Negro Leagues e é, sem sombra de dúvidas, a melhor versão desses modos estilo showcase que tem começado a se tornar mais comuns em jogos de esporte.
Por fim, em relação ao gameplay, tudo continua excelente, como já era de se esperar. As adições ficam por conta de uma novo de dificuldade, o G.O.A.T., que realmente vai testar toda a sua habilidade tanto arremessando quanto rebatendo, ajustes feitos ao sistema de pick off e roubo de bases com a adição de um novo movimento para se esquivar de defensores, tornando mais dinâmico agora, uma considerável melhoria ao netcode do jogo e, como já é de se esperar, mais animações.
A parte mais problemática ficou por alguns reajustes que foram feitos ao sistema de resposta dos jogadores às jogadas, algo que parece buscar uma diferença mais notável entre diferentes níveis de qualidade para os defensores. Se, por um lado, isso significa que realizar grandes jogadas no outfield parece mais impactante e realizar jogadas de rotina no infield traz animações melhores, o impacto da sua qualidade nesse processo é muito notório e pode ser um pouco frustrante, especialmente nos primeiros momentos do RTTS ou quando a IA simplesmente para no meio do processo de realizar uma defesa, permitindo que corredores avancem quando não deveriam.
Falando nisso, o jogo traz, pela primeira vez, uma câmera em primeira pessoa na defesa. É algo bem estranho num primeiro momento, especialmente se você joga no infield, mas que é uma novidade interessante e divertida. Dito isso, é o tipo de coisa que é muito difícil ver alguém jogando muito tempo com ela na prática, sendo divertido ali por algumas horas e pronto. Felizmente é fácil de mudar de um modo pro outro com um simples toque no touchpad. Além disso, o jogo traz um novo sistema de adivinhar o local do arremesso, que traz um sistema mais legal de risco e recompensa para o sistema de rebatidas sem necessariamente o mesmo grau de punição do Zone Hitting.
No geral, MLB The Show 25 é, mais uma vez, um excelente jogo de esporte e mais um sucesso enorme em uma longa lista de sucessos da Sony San Diego com o jogo definitivo da MLB. São pequenas melhorias que vão tornar o jogo progressivamente melhor e fresco o suficiente para os fãs que seguem voltando ano após ano, mesmo nos modos que ainda possuem alguns graves problemas.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment.