Dreams Tren

O texto abaixo foi publicado no PlayStation.Blog brasileiro.


Com a estreia de nosso mais novo Original da Mm hoje, Tren, decidimos conversar com o diretor de criação da Media Molecule (e CEO da BeechCorp), John Beech. Ele nos conta sobre a transição de um projeto pessoal para algo criado coletivamente pela Mm; como as experiências da infância com brincadeiras inspiraram o jogo de trem de brinquedo e como a relação dele com brinquedos mudou da infância para a idade adulta.

Mm: Como o Tren foi de algo em que você estava trabalhando sozinho para algo que foi assumido pela Mm?

John Beech: Tren provavelmente foi um dos primeiros jogos que ajudou a definir o processo de pequenos projetos se tornarem algo maior em Dreams. Mas a Mm sempre teve essa cultura de jams de jogos em que somos encorajados a criar coisas estranhas e extraordinárias e a testar coisas novas. Originalmente, o Tren era um projeto mais pessoal, apenas algo que eu fazia no meu tempo livre. Acho que, no começo, parti do ponto de trabalhar nele por um tempo em jams de jogos às sextas-feiras no trabalho, e depois levava para casa e continuava trabalhando bastante nele no meu tempo livre.

E em algum ponto eu acho que estava mostrando ele porque estava bem empolgado sobre isso, e a equipe de liderança na Mm veio até mim e disse: John, gostamos bastante do que você fez aqui. Parece muito legal mesmo. Isso é algo que você realmente gostaria de trabalhar em tempo integral e que nós assumíssemos? Naquele momento, Tren já tinha se desenvolvido em uma ideia tão completa na minha mente, que eu aceitei na mesma hora a chance de criar meu projeto passional.

O que mudou na criação de Tren desde que isso aconteceu?

Desde então, dediquei bastante tempo para explorar o que significa ir de um projeto pessoal para um projeto completo da Mm. Isso significava incluir várias pessoas, saber o que o projeto é, o que podemos fazer, as metas a alcançar e tudo que envolve produção e a transformação da ideia em realidade. Então tem sido um esforço enorme da equipe, um esforço que se uniu em torno do entusiasmo inicial do Tren.

O Tren tem uma estética de estilo que é quase uma de caixa de brinquedos infantil com trens de madeira e partes de trilhos. Você geralmente usa suas experiências de infância quando está criando seus jogos?

Claro. Principalmente com o Tren. Eu queria trazer para o jogo a minha visão do mundo e mostrar como uma centelha de criatividade pode ser animadora. O que você cria precisa ter uma certa autenticidade, porque você, na verdade, está se baseando nas suas experiências em primeira mão. No caso do Tren, ele veio da minha paixão por brincar com trens de brinquedo na infância. Eu realmente queria alcançar aquele sentimento de nostalgia e criar algo que as pessoas que amam trens também gostassem. Mas também temos um tipo de metanarrativa no Tren, que tem bastante relação comigo, porque meu pai costumava fazer vários conjuntos de trens de brinquedo quando eu era bem novo, e era isso que nos tornava próximos. Ele voltava para casa do trabalho e começava a fazer uns trenzinhos de brinquedo, e eu sempre ficava por ali, olhando, aprendendo e me envolvendo com os trens.

Como sua relação com brinquedos evoluiu conforme você crescia?

Agora eu tenho minha própria filha e meio que entendo o ponto de vista do outro lado. Minha filha, Betty, adorava vir brincar comigo o tempo todo, mas eu preciso trabalhar. Ela não entende muito bem que, quando estou trabalhando, ela não pode simplesmente começar a brincar de trens de brinquedo comigo! Isso está me dando uma perspectiva dupla do mundo, a de ser uma criança em comparação a ser um pai. O Tren, para mim, representa essa conexão de pai e criança, e por isso eu espero que ele tenha repercussão com as pessoas que estiverem jogando, e que atraia tanto os adultos quanto as crianças. Acho que essa abordagem possibilita a sensação de autenticidade com positividade.

Assim como você brincava com os trens de madeira que seu pai fazia, gostaria que a Betty jogasse Tren em algum momento?

Sem sombra de dúvidas. A coisa mais legal disso é que eu comprei um monte de trens de brinquedo para fins de “pesquisa”. A Betty brinca com eles, e a gente frequentemente se senta na sala e cria um conjunto de trens juntos, e isso ajuda muito no desenvolvimento do Tren. Assim, eu consigo ver como coloquei os trilhos dos trens na nossa sala de estar e relacionar isso diretamente com o Tren. Muitos dos espaços que criei no Tren são baseados na minha casa. Estive reformando minha casa aos poucos nos últimos dois anos, o que coincide com o tempo que estou trabalhando no Tren. Então eu literalmente olho em volta e tem uma parede de tijolos, e tudo está caindo aos pedaços, e tem pedaços de placas de gesso, e assim ficou bem fácil para mim trazer todo esse caos de casa em reformas para o Tren, e claro, trazer a Betty nessa aventura.

Tren já está disponível para PS5 e PS4, exclusivamente em Dreams.

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