Life is Strange é uma série especial. O primeiro jogo me surpreendeu de uma forma incrível, gerando uma curiosidade imensa a cada episódio. O restante da série foi interessante, mas pessoalmente não conseguiu atingir a emoção que o primeiro passou. Por isso, com o retorno de Max Caulfield, fiquei intrigado com Life is Strange: Double Exposure.
Life is Strange: Double Exposure, apesar de não ter um número no título, é um jogo da série principal (não é um spin-off ou algo do tipo). Ele continua a história diretamente dos acontecimentos do primeiro game, mas alguns anos depois.
O lançamento do jogo com todos os capítulos só acontece no dia 29 de outubro, mas os fãs ansiosos pela história podem aproveitar os dois primeiros via Ultimate Edition a partir de 15 de outubro. E é justamente isso que se trata este preview – já jogamos os dois capítulos iniciais e trazemos a vocês as impressões. Como não temos ainda acesso à história completa, nem nós sabemos como ela termina – que isso fique claro no momento.
Além disso, não há spoilers neste preview. Vamos comentar mais sobre o gameplay e seremos o mais genérico possível sobre a história desses dois capítulos.
Life is Strange: Double Exposure nos coloca controlando Max Caulfield, a mesma protagonista do original, como já comentamos. No início e boa parte do primeiro capítulo, não temos nenhum superpoder – é um episódio que nos apresenta a todos os personagens e à Universidade Caledon, onde Max é uma fotógrafa residente.
Max possui uma amiga chamada Safi, que é filha da reitora dessa universidade. O jogo nos deixa bastante claro que as duas possuem uma amizade muito forte, apesar de ambas guardarem segredos uma da outra. Por exemplo, Max não esclarece o seu passado a Safi, mas conta brevemente quem é Chloe – é nesse momento que precisamos escolher o que foi feito no final do jogo original.
A pergunta que você sem dúvida quer saber é: qual final do original é canônico? Bom, ambos. Pessoalmente, escolhi o destino no qual Chloe sobrevive, e não vou revelar quais são as consequências disso, mas o jogo explica onde Chloe está e por que Max está nesta universidade. Novamente, é uma explicação gradual e que você só vai descobrir tudo se ler com calma o celular e interagir com os objetos certos para escutar os pensamentos de Max, como todo Life is Strange. Mas as informações estão no jogo.
Da mesma forma que Life is Strange: True Colors, o celular em Life is Strange: Double Exposure é bem importante. Nele temos as mensagens que Max troca com os personagens, mas há também uma rede social bem parecida com um Facebook, que serve para ilustrar o que os personagens estão fazendo.
Mas voltando ao enredo principal, como dito, o primeiro episódio estabelece todas as bases. Você fica conhecendo a fundo quem é Safi, quem é Moses, alguns dos alunos e professores da universidade e até as pessoas do bar local. E, como já amplamente divulgado, Safi é assassinada misteriosamente e isso acaba despertando os poderes de Max.
No entanto, não são os mesmos poderes de voltar no tempo que vimos no Life is Strange original. Max acaba descobrindo que consegue escutar uma realidade paralela e inclusive visitá-la. Nela, muitas coisas são similares, mas Safi está viva.
O gameplay básico de Life is Strange: Double Exposure segue exatamente o que já vimos nos títulos anteriores, portanto nesse aspecto não há muito o que comentar. O que realmente fica diferente é quando os poderes de Max despertam.
Quando isso ocorre, você pode ir a qualquer momento para uma dimensão em que Safi está viva ou para a que está morta (o jogo indica claramente em qual dimensão você está). Para trocar, é preciso ir a um ponto meio escondido do público (são específicos) e pressionar L1. Se apertar R1, você consegue escutar o que as pessoas da outra dimensão estão conversando, sem que elas percebam que Max está lá fazendo isso.
Então, apesar de parecer uma proposta confusa, é bem simples na prática: o ambiente é o mesmo, mas há duas versões de todos os personagens. A história adapta muito bem esse “multiverso”, portanto mesmo que a fórmula disso no entretenimento em geral esteja saturada, Life is Strange: Double Exposure é modesto. São apenas duas realidades e nada mais que isso – pelo menos até agora.
Max consegue pegar objetos de uma realidade e levar para a outra, portanto alguns puzzles do jogo envolvem fazer esse tipo de ação.
No fim, o gameplay é bem simples e direto, como um Life is Strange deve ser. Ainda temos algumas escolhas decisivas e colecionáveis, mas como só jogamos os dois primeiros capítulos, é impossível dizer exatamente o que as escolhas afetam no geral.
Porém, o fim do capítulo 2 é extremamente intrigante e sabe fazer o jogador querer continuar jogando. A espera pelo jogo completo será muito difícil, devo dizer. A Deck Nine soube separar muito bem esse acesso antecipado do jogo completo para despertar a curiosidade.
Um ponto que Life is Strange sempre foi complicado é a parte técnica. No entanto, a Deck Nine fez um ótimo trabalho. Em nosso gameplay não tivemos bugs ou travamentos, além do jogo rodar bem liso a 60 quadros por segundo. A legenda pode incomodar um pouco porque ela está alguns milésimos atrasada para trocar pela próxima, fazendo com que as duas fiquem na tela brevemente (não sobrepostas, mas faz com que a nova surja acima da antiga). Mas é algo mínimo que acaba se acostumando.
Além disso, os gráficos de Life is Strange sempre foram únicos, sendo que não buscam exatamente um fotorrealismo. Life is Strange: Double Exposure continua nessa pegada e são muito bons, principalmente as expressões faciais dos personagens.
A trilha sonora, por sua vez, continua boa também nesses dois episódios e esperamos que o nível se mantenha até o fim.
No fim, Life is Strange: Double Exposure está agradando bastante. Aguarde pelo nosso review completo num futuro próximo.
Preview elaborado no PS5 com código fornecido pela Square Enix.