Análises

Left Behind (The Last of Us)

Lançado aproximadamente oito meses atrás, era difícil prever o estrondoso sucesso de crítica de The Last of Us. Assim como os inúmeros “game of the year” recebidos, o público também respondeu de forma positiva ao jogo – foram mais de 3.4 milhões de unidades vendidas em menos de um mês. Novos conteúdos via DLC seriam naturais diante destas circunstâncias.

Pela primeira vez a Naughty Dog lança seu primeiro DLC em formato de campanha, algo que nenhum Uncharted havia recebido anteriormente. Esta foi uma sábia iniciativa da ND e que deveria se tornar uma tendência, principalmente quando aplicada em um jogo como The Last of Us, que possui personagens tão envolventes e um universo muito rico.

A narrativa de Left Behind se centra em Ellie, alternando entre dois momentos da vida da personagem. Ambos acontecem dentro de um shopping; um como uma espécie de flashback e outro preenchendo a lacuna de um determinado momento da campanha original de The Last of Us. Contudo, o foco deste episódio é na relação de Ellie com sua amiga Riley, contando uma história diferente da mostrada na HQ American Dreams.

De forma simples e direta, Left Behind é uma extensão das qualidades e (mínimos) defeitos de The Last of Us. O gameplay mantém a mesma essência de TLOU, com momentos de gameplay intercalando com belíssimas cutscenes. O stealth é ainda aspecto característico do jogo, principalmente quando controlamos Ellie, que possui menos recursos para combater diretamente os infectados ou humanos.

O DLC contém algumas novidades interessantes nos confrontos, como a possibilidade de induzir um grupo de runners e clickers atacar inimigos humanos ou utilizar perigos do cenário a seu favor. Nele também existe bastante exploração, com novos documentos e outros extras que complementam o universo do jogo. As cutscenes estão fantásticas, fruto de mais um excelente trabalho de motion capture, e as conversas interativas em tempo real entre Ellie e Riley também são ótimas, contribuindo para enriquecer ainda mais o background de uma personagem já muito bem construída.

Alguns problemas de inteligência artificial e design persistem. O comportamento dos infectados nem sempre é “satisfatório”, clickers ainda percorrem rotas pré-programadas e runners dão cover para surpreender o jogador, aspectos no mínimo esquisitos. Visualmente o DLC é competente, mas chega a impressionar menos que TLOU, já que não existem cenários tão bonitos quanto a campanha principal. Left Behind também possui diversas texturas fracas, especialmente nos cenários escuros onde esta característica é menos visível. Quanto às cutscenes, repito, são excelentes, não há queixas aqui.

A trilha sonora foi retrabalhada, existem novos arranjos e músicas inéditas. As novas composições de Gustavo Santaolalla são ótimas, especialmente a do final do game. A dublagem e os demais aspectos de áudio também são muito competentes, mantendo a qualidade que esperamos de uma expansão de The Last of Us.

O DLC tem uma boa duração, são necessárias aproximadamente duas horas para os jogadores mais apressados. Para os que gostam de explorar cada canto do jogo e quiserem começar direto pela dificuldade Survivor (aqui existe esta opção), Left Behind pode levar cerca de quatro horas para ser finalizado (meu caso). Infelizmente o fator replay é baixo, visto que a maior parte deste conteúdo adicional consta de conversas e cutscenes. Existem alguns minigames divertidos e a possibilidade de mudar alguns diálogos na história, mas nada que incentive revisitar o jogo por muitas vezes.
 

Veredito

Left Behind reúne tudo que fez de The Last of Us um sucesso, oferecendo novamente um gameplay primoroso que está a serviço de uma narrativa forte e envolvente. Este conteúdo adicional, sem sobra de dúvidas, vai garantir a satisfação de todos que apreciaram a campanha de Joel e Ellie. Temos aqui outro roteiro impecável e um produto de excelente qualidade. O jogador vai rir diante das piadas bobas de Ellie, se divertir com as brincadeiras e minigames de Riley, além de se envolver emocionalmente de forma ainda mais profunda com as personagens.

Jogo analisado com cópia digital adquirida na PlayStation Store.

Veredito

98
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