Jogamos – Marvel’s Guardians of the Galaxy – Impressões do Gameplay

Marvel’s Guardians of the Galaxy

Quando nós tivemos a nossa primeira oportunidade de ver um pouco mais sobre o próximo jogo da parceria entre Marvel e Square Enix, foi o bastante para me deixar animado com o seu potencial. Após bastante tempo de especulação, a confirmação de que a Eidos Montreal estaria trabalhando em jogo de Ação/Aventura single-player dos Guardiões da Galáxia era algo bastante promissor.

Assim, quando fomos convidados para jogar pouco mais de uma hora e meia do jogo, a sensação era de um “otimismo moderado”. Afinal, mesmo com todos os problemas já conhecidos, Marvel’s Avengers foi um jogo que me conquistou. E a possibilidade de uma experiência solo com combate similar e usando um grupo de heróis tão carismático e que parece perfeitamente imaginado para os videogames? Promissora demais.

Após essa breve experiência com o título, eu preciso dizer que, apesar de ainda estar cauteloso com alguns elementos em específico, a promessa do título me parece ainda maior. E a principal razão disso? Marvel’s Guardians of the Galaxy parece, a cada passo, capturar exatamente o tom que transformou o grupo de uma entidade totalmente esquecida do universo cósmico em um dos mais reconhecíveis grupos de heróis da cultura pop.

Marvel’s Guardians of the Galaxy

O trecho que pudemos jogar se passa, aproximadamente, quatro ou cinco horas após o início da aventura, logo após os Guardiões concluírem uma missão, ficando encarregados de ir à sede da Tropa Nova pagar uma multa por algo que fizeram. Antes de chegar ao seu destino, foi possível explorar um pouco da Milano, interagir com os integrantes do grupo e se ambientar com o local.

Aqui já começa a ficar claro o quão cuidadoso foi o trabalho de enriquecer a experiência. A começar por ouvir as vozes dos dubladores oficiais dos personagens no Brasil dando voz à eles no jogo (mesmo a demo já estava dublada e legendada em PT-BR), incluindo o Raphael Rossatto como Peter Quill. Isso já ajuda a perceber que, mesmo sendo encarnações distintas da vista no MCU, eles ainda são os mesmos heróis.

Coloque apenas o diálogo do jogo entre o Quill e o Rocket, por exemplo, sem as imagens, e é fácil imaginar que é algo saído de um dos filmes do James Gunn. Nisso, a decisão por também apresentar o grupo no começo do seu relacionamento, com o time tendo sido formado há pouco mais de um ano, ajuda bastante no potencial que a história parece demonstrar.

Marvel’s Guardians of the Galaxy

O trecho que jogamos mostra bem isso. Parte da equipe duvida das intenções do Quill, achando que ele só quer ir ao encontro da Tropa Nova para reencontrar sua ex-namorada. E quando as coisas, inevitavelmente, dão errado, Quill precisa lidar com o fato de que, sua insistência não só abalou a confiança dos membros na sua liderança, mas pode ter colocado a vida de todos em risco e os envolvido o time em uma conspiração que ameaça a existência de todo o universo.

O pequeno trecho que nós jogamos não revelou muito sobre os planos ou motivações dos já anunciados vilões do jogo, a Universal Church of Truth (a Igreja da Verdade Universal). Foi possível apenas explorar uma instalação abandonada da Tropa Nova, onde apenas dicas dela puderam ser vistas, com os inimigos que enfrentamos sendo os próprios membros da Tropa possuídos por uma aura maligna.

Um ponto que cabe apontar aqui é que, visto que isso tudo se passou cerca de 5 horas após o início do título, é bem provável que Marvel’s Guardians of the Galaxy tenha uma campanha relativamente longa. Uma estimativa de duração não chegou a ser dita, mas dado todo o cuidado com a ambientação e em aperfeiçoar os personagens, me parece bem provável que a Eidos Montreal consiga entregar algo que vá agradar aos fãs.

Marvel’s Guardians of the Galaxy

O combate é o ponto que talvez tenha me deixado um pouco reticente com o jogo. Nem tanto por nada que ele faz, mas algumas escolhas de configurações que talvez venham a afetar o sucesso do título na experiência final. Tenha em mente que não tivemos acesso aos tutoriais e, por mais que o combate seja bem fácil, foi necessária uma certa adaptação em meio à confusão.

Controlar o Star-Lord é consideravelmente simples e se encaixa no mesmo padrão visto em Marvel’s Avengers, com um botão dedicado para ataques fracos, um para ataques fortes, um para pulo e um para esquiva. Os combos físicos são simples o suficiente e o jogo usa bem o sistema de stagger presente para te forçar a alternar entre as diferentes opções ao seu dispor.

Onde o controle do Quill começa a se diferenciar fica por parte da Elemental Gun. Usando R2 é possível usar um ataque simples com ela que causa pouco dano mas ajuda bastante a subir a barra de stagger. Já com R1 ela pode usar os poderes elementais, com diferentes efeitos a depender do inimigo e do elemento equipado no momento.

Marvel’s Guardians of the Galaxy

Durante a demo, tínhamos acesso apenas ao elemento gelo que, naturalmente, congelava os inimigos por um curto período de tempo e abria espaço para ataques mais poderosos e que causaram mais dano. No entanto, a Eidos Montreal promete que não as possibilidades não irão se limitar a dano elemental e a medida em que formos destravando mais habilidades, usos bem mais criativos estarão disponíveis.

Sobre as habilidades, o que tínhamos à disposição era bem limitado, mas dava uma boa amostra do que podemos esperar. Talvez a mais interessante foi a possibilidade de usar as botas do Star-Lord para planar por um curto espaço de tempo enquanto atiramos nos inimigos. Foi possível também destravar habilidades para os outros membros dos Guardiões e usar recursos para que o Rocket Raccoon modificasse as pistolas, dando novos efeitos e habilidades para ela assim também.

O combate como um todo é bem divertido e, com a vasta quantidade de inimigos presentes em certas sessões, promete ser levemente desafiador. E é importante apontar que a mecânica de Huddle do jogo, no qual os Guardiões se reúnem para ouvir um discurso motivacional do Star-Lord e bater em inimigos com bônus em suas habilidades ao som da incrível trilha sonora do jogo, é muito bem-vinda. Afinal, em qual outro jogo você irá finalizar inimigos ao som de Final Countdown ou Never Gonna Give You Up?

Marvel’s Guardians of the Galaxy

No entanto, nem tudo são flores, já que minhas principais ressalvas com o que pudemos testar se apresentaram por aqui. A primeira delas ficou por conta do sistema de travamento de mira, que é feito com L2. Não só a escolha de botões acabou sendo inadequada pelo que foi mapeado para o L1, mas o alvo acabava mudando automaticamente para outros inimigos e atrapalhando o ritmo do combate.

Isso é facilmente ajustável, mas o que realmente me preocupa é o uso do L1 para ativar as habilidades dos seus companheiros. Durante o combate, Quill pode pedir o auxílio de qualquer um dos outros Guardiões. Essas habilidades causam bastante dano e tem efeitos visuais legais, mas a forma como são ativadas gera uma sequência de botões muito pouco intuitiva.

Para fazê-lo, é necessário segurar L1 para acessar um menu (com o combate continuando em tempo real), apertar o botão de face mapeado para aquele herói e apertar novamente o botão de face para a habilidade que você quer que seja usada. Em um jogo em que parece que você estará constantemente cercado por inimigos te atacando, é algo que acaba não sendo o mais simples. Uma solução talvez teria sido mapear para o D-Pad, já que ele fica basicamente inutilizado durante todo o jogo (o direcional fica mapeado para mudar os elementos da arma do Quill).


Novo Gameplay de Marvel’s Guardians of the Galaxy no PS5


Não foi algo que foi possível mexer enquanto jogávamos, mas se houver a possibilidade de customizar o mapeamento dos botões, minha maior ressalva com o teste que fizemos acaba se extinguindo. Dito isso, mesmo se tratando de um pequeno trecho do jogo, a experiência foi suficiente para me deixar bastante ansioso pelo produto final que chegará em pouco mais de um mês.

Cabe dizer que não foi possível analisar muito os aspectos visuais do jogo já que estávamos testando-o via streaming, o que dificulta esse tipo de observação. Pessoalmente, eu gosto da direção visual adotada pelo jogo, mas analisar se ela, de fato, funciona, só será possível mesmo quando o produto final estiver em nossas mãos.

Por fim, só posso dizer que a sensação que tive após essa longa sessão com o jogo é bem positiva. Como fã de longa data dos quadrinhos da Marvel e um que conheceu o universo cósmico da Marvel com a fase do Dan Abnett há quase 15 anos, Marvel’s Guardians of the Galaxy promete ser exatamente aquilo que eu desejo. Resta saber se toda essa promessa será cumprida em 26 de outubro quando o jogo for lançado para PS4 e PS5.