Os jogos do tipo cozy ou com algum foco em relaxamento e execução simplificada é algo que vem cada vez mais tomando mercado. Confesso que comecei a me interessar por alguns ao longo dos últimos anos e a curiosidade foi aumentando com o tempo. Se antes a base de comparação para o grande público era algo mais perto como “fazendinha feliz” em redes sociais ou outras propostas mobile, o gênero tem cada vez mais evidência dentro do mercado de consoles e com ainda mais visão pelos jogadores.
Com várias propostas e modelos que partem para todos os lados, um que chamou a minha atenção foi ISLANDERS, da Coatsink. Induzindo uma mistura de construção cidades/bases com peças fixas e pontuação, o jogo tem como pilares a jogabilidade facilitada em montar pequenos blocos de casas e construções enquanto desfruta de uma trilha sonora leve em um visual agradável.
New Shores é a nova versão da série e chega já com certa expectativa nos consoles em 2025, trazendo algumas novidades e melhorias. A ideia ainda é a mesma, um misto de estratégia e quebra-cabeças de forma minimalista e bastante simples, onde o objetivo é combinar construções e pontuar entre elas, conectando e separando construções específicas para priorizar os melhores efeitos de pontuação possível, liberando novos pacotes e avançando entre as ilhas possíveis.
Ainda que a primeira vista possa não ser tão simples assim, garanto que não há qualquer complexidade ao adentrar ao jogo de cara. Obviamente há todo um tempo de aprendizado para entender melhor as mecânicas de pontuação, principalmente. Com o tempo, isso acaba sendo sendo até o objetivo principal e, contando com o aprendizado maior do jogador na estrutura de estratégia, vira a grande mudança de chave para o jogo nem ser tão cozy assim e passar a ser um ótimo exercício mental.
A ideia principal da pontuação é combinar tipos de estruturas que se comunicam entre si enquanto coloca cada uma nos diversos terrenos possíveis das ilhas disponibilizadas para construção. Cada terreno vai trazer suas próprias vantagens e desvantagens, como capacidade de construir casas em desfiladeiros ou não ter acesso a algum tipo de vegetação. Pensando nisso, planejar cada passo com antecedência é algo que vai ser útil após um entendimento completo.
Já as estruturas para pontos tendem a seguir uma dinâmica interessante. Por exemplo, é possível construir casas comuns e mansões, mostrando levemente os tipos de extremos das construções. Casas tendem a ter uma área de abrangência para pontos maior e combinar melhor com outras estruturas, como cervejaria e circo. Mansões, por sua vez, abrangem áreas menores, mas pontuam mais ainda com construções que fazem mais sentido para o estilo, como joalherias.
Nessa brincadeira de combinar, estrutura e pontuar, o jogador adquire novos pacotes de construções e bênçãos que vão auxiliar seu progresso em cada ilha. Pontue o suficiente naquela ilha e desbloqueie a próxima. Não consiga a pontuação mínima e será preciso recomeçar seu jogo, com toda uma nova variação e aleatoriedade. Pule de ilha em ilha, tente combinações novas, experimente pacotes diferentes com bênçãos em ilhas que possam pontuar melhor e passe um bom tempo testando cada novidade de forma prática e simples.
Outro ponto interessante é como as construções acabam sendo encaixadas numa forma de Tetris, tendo que girar e procurar a melhor forma de garantir um uso aprimorado do terreno. Isso vai ser fundamental em ilhas menores ou espaços que não permitem grandes construções, mas adicione também as questões já levantadas de combinações que valem mais pontos e realmente chegamos num ponto de estratégia mais aguçado.
De certa forma, ao longo do jogo e principalmente depois de vários reinícios, a parte mais relaxante e cozy do jogo começa a ser deixada de lado e realmente vira algo mais estruturado para um caminho diferente e muito mais estratégico. Além disso, não há também uma grande variedade para deixar esse vários inícios de cada jornada sempre interessante, mesmo que a aleatoriedade esteja presente ali. Chega a ficar até cansativo e lembrando algumas experiências mobile onde perder um progresso tão avançado desmotiva a começar algo novamente e que parece até forçar algo como uso de microtransações, o que não existe aqui.
ISLANDERS: New Shores ainda é uma boa evolução do primeiro jogo, mais abrangente, divertido e que prende por horas pela sua estrutura de micro gerenciamento. Ainda que se torne mais estratégico e menos relaxante com o tempo, continua sendo uma proposta diferente e que faz jus ao gênero em ascensão.
ISLANDERS: New Shores está disponível para PS5, Xbox Series, Switch e PC com legendas em português do Brasil. Esta análise é da versão de PS5 e foi realizada com um código fornecido pela Coatsink.