Para entender melhor sobre as expectativas e oportunidades em volta de dos jogos mais aguardados de todos os tempos – GTA VI – a Go Gamers, idealizadora da Pesquisa Game Brasil (PGB), acaba de lançar um novo estudo chamando “GTA VI: Hype, consumo e cultura gamer”, trazendo insights inéditos sobre o game que já está mexendo com a indústria antes do lançamento e que pode causar impacto similar na cultura pop ao que vimos em Vingadores: Ultimato, Game of Thrones ou Stranger Things.
Os GTAs preferidos do público
Com 16 jogos em sua franquia, um dos principais pontos da pesquisa era entender quais títulos de GTA eram os mais marcantes para o público. Em primeiro lugar, GTA: San Andreas foi citado como o favorito (48,9%), seguido por GTA V (20,4%) e GTA I (18,6%). “É interessante notar como San Andreas tem um altíssimo impacto cultural e presença contínua, considerado até um jogo atravessador de gerações, o ‘patrimônio simbólico’ da franquia”, opina Carlos Silva, CEO da GoGamers.
“Temos também os casos dos três primeiros títulos da franquia e do GTA Vice City que, apesar da memória afetiva forte, possuem engajamento atual baixo. Notamos que, no momento, o GTA Online também é um marco: ele traz alta retenção e engajamento entre os que conhecem, e já não pode ser considerado um jogo de nicho. Consideramos que ele já possui uma base fiel e vibrante, ainda que não tenha alcançado todos que jogaram os GTAs principais da campanha”, diz.
Perfil dos interessados em GTA VI
De acordo com o estudo, o público interessado em GTA VI no Brasil é diverso e multiplataforma, mas com alguns traços bem definidos: falando sobre gerações, a geração Millennial (30-44 anos) é a maioria, mas a Geração Z (15-29 anos) também aparece com força. Em média, os homens que se declaram fãs da franquia têm quase 38 anos; as mulheres, 34,5 anos. E a presença feminina não pode ser ignorada: mulheres também tem interesse no jogo, mesmo que com histórico mais recente de entrada na franquia.
A forma como o conteúdo sobre a franquia GTA é consumida também foi abordada na pesquisa. O destaque vai para o YouTube, seguido pelo TikTok, Instagram, e por influenciadores digitais em diversas plataformas. No consumo de conteúdo, prevalecem os formatos que combinam informação com entretenimento, como análises de trailers (57,6%), notícias sobre lançamento (54,3%), gameplays de GTAs anteriores (33,6%) e teorias sobre o novo mapa e os novos personagens (30,8%).
“A multiplicidade de canais e conteúdos mostra que o hype é fragmentado, mas altamente ativo. As conversas com amigos e os memes espontâneos também ocupam papel central na construção da expectativa, gerando maior word of mouth sobre o jogo e, consequentemente, mais interesse em jogá-lo e em acompanhar quem faz conteúdo sobre ele”, afirma Silva.
GTA VI e a movimentação no mercado gamer
Mesmo há meses de ser lançado, o game já gera ações de preparação e consumo pré-lançamento: 25,3% dos entrevistados pela pesquisa afirmaram que trocaram de console pensando no jogo; outros 20,6% já até compraram ou montaram um novo PC. 20% do público que respondeu ao estudo diz ter comprado equipamentos para melhorar a experiência (como headset, mouse, controle, etc.). E, considerando que o índice de multiplicidade é 1,2, ou seja, muitos fizeram mais de uma dessas ações ao mesmo tempo.
Um dos dados mais importantes da pesquisa é sobre a percepção do público sobre o preço de GTA VI: apesar de não ter sido divulgado ainda, especula-se que ele custará entre R$500 e R$600. Porém, as respostas na pesquisa surpreenderam: um terço do público considera o preço “justo” (33,2%), 24,2% pretendem comprar no lançamento, mesmo achando o preço alto; e 25,1% dizem que o preço é acessível e pretendem comprar no lançamento. Ou seja, 49,3% querem adquirir o game já em sua estreia, sendo que metade deste grupo reconhece que o valor é elevado. Os resultados também indicam que promoções, parcelamentos, brindes e bundles podem ser decisivos para converter potenciais compradores que reconhecem o valor que GTA VI tem, mas sentem o impacto do preço.
“Concluímos assim que parte dos que acham caro, ainda assim topam pagar. É o que chamamos de custo de pertencimento — a pessoa aceita pagar mais para estar presente na experiência coletiva”, afirma Mauro Berimbau, consultor da Go Gamers e professor da ESPM. “Apesar de um terço da amostra achar o valor justo, mais da metade considera o jogo caro, ainda que não a ponto de rejeição total. Isso revela uma disposição a pagar, mas também aponta para a importância de estratégias de justificativa de valor (como exclusividades, conteúdos adicionais e acesso antecipado)”.
Como as marcas podem se envolver com o lançamento de GTA VI
Segundo o estudo, a maioria dos participantes vê com bons olhos a inserção de marcas nesse contexto. Para 55,4%, até mesmo marcas de fora do universo dos games poderiam participar de ações como o lançamento de GTA VI. Outros 41,9% aceitam essa presença dependendo de como ela for feita – há margem de ação, mas ela exige cuidado e autenticidade. Além disso, as categorias mais bem posicionadas para esse momento são Bebidas Energéticas (54,6%), Tecnologia (49,5%), Moda/Roupas (49,3%), Fast Food (42,2%) e Streaming (41,5%).
Entretanto, para que a presença de marcas seja bem recebida, ela precisa fazer sentido com o universo do jogo. A principal crítica feita durante a apuração da pesquisa foi a falta de conexão temática – ou seja, 46,2% rejeitam memes ou paródias sem contexto, e 41,6% rejeitam uso de gírias de forma artificial. Por outro lado, 35% avaliam positivamente quando a marca entende o universo do jogo, e 24,9% valorizam campanhas criativas e divertidas. Sendo respeitadas as lógicas culturais da comunidade gamer e a narrativa do jogo, o público estará aberto a inserção de marcas na conversa sobre GTA VI.
Sobre a pesquisa
A Go Gamers utilizou uma amostra nacional de 1.200 respondentes para mapear quem são os brasileiros que estão atentos ao jogo, como eles se articulam na cultura gamer e quais oportunidades isso abre para marcas que desejam entrar de forma relevante nesta conversa. Para acessar o formulário com mais informações sobre o estudo, clique aqui.