Hotshot Racing – Review

Um gênero bastante popular nos anos 90 foi a corrida no estilo arcade. É basicamente um estilo que não busca realismo ou simulação, mas sim um foco na diversão. Na maioria dos jogos desse gênero, você simplesmente mete o pé no acelerador – tirando algumas vezes ou pisando no freio raramente. Há muitos títulos nesse estilo, mas gostaria que lembrasse de três deles em específico: Daytona USA, Cruis’n e Virtua Racing. Se você misturá-los, terá a fórmula básica de Hotshot Racing.

Desenvolvido pela Lucky Mountain Games e Sumo Digital, Hotshot Racing é uma carta de amor a esses jogos de corrida dos anos 90. Seu estilo gráfico é um retrô estilizado, digamos assim, e possui um gameplay que poderia ser facilmente encontrado em um Arcade, se estivéssemos em outra época.

Hotshot Racing é um jogo que vai direto ao ponto. Existem diferentes modos, mas após escolher um deles, o piloto e o seu veículo, logo estará correndo pelas 16 diferentes pistas existentes. As pistas, inclusive, talvez sejam um dos pontos mais negativos do game. Não se engane – elas são variadas e ótimas, mas 16 é um número muito baixo para o padrão atual. Na década de 90 talvez fosse aceitável, mas mesmo sendo um jogo inspirado em outra época, não há necessidade de se inspirar nas limitações daquela época também.

Os modos de jogo são bastante simples. Há o Grand Prix, que basicamente consiste em 4 corridas seguidas e que você deve ter boas posições para pontuar e vencer. Como são 16 pistas, fica claro que são 4 Grand Prix diferentes. O que também existe aqui são 3 níveis de dificuldade distintos e, acredite, o último é bastante difícil. Por ser um jogo no estilo arcade, os oponentes são “elásticos”, ou seja, não importa o quanto você acelere, eles sempre estarão atrás de você. Da mesma forma, se você correr normalmente, também é possível alcançá-los em circunstâncias normais. Pense na série Cruis’n nesse sentido. É bastante similar.

Nas corridas ainda há um sistema de checkpoint. Existe uma contagem regressiva que, se você não chegar aos checkpoints a tempo, a corrida termina. Nas dificuldades elevadas, o tempo é bastante limitado entre os checkpoints.

Além do Grand Prix, há um “Contra o Tempo” para você tentar melhorar seus tempos. Em “Corrida” você seleciona uma pista específica para correr, mas há diferentes opções aqui. Uma delas é o “Polícia e Ladrão”. Nele, os ladrões devem fugir dos policiais. Aqueles que são pegos, são convertidos. Por fim, há também o “Dirija ou Exploda”. Nesse último modo, cada jogador possui uma barra de vida que diminui se bater o veículo – seja no cenário ou em outros competidores. O objetivo é chegar inteiro ao fim da corrida.

Basicamente todos os modos podem ser aproveitados com o multiplayer local para até 4 jogadores. No Online, o número sobe para 8 jogadores. Porém, o Grand Prix não pode ser selecionado – ao menos em nossos testes, só era possível jogar o “Corrida” no online, selecionando uma das três opções diferentes explicadas no parágrafo anterior (“Arcade”, que seria a corrida normal, “Polícia e Ladrão” e “Dirija ou Exploda”).

O multiplayer online funcionou bem, ao menos jogando com outra pessoa com um convite para uma sessão. Quando tentava, não era possível encontrar outras pessoas para fazer corridas online com aleatórios.

Em todos esses modos citados, você pode correr pelas 16 pistas que o jogo oferece. No entanto, há algo extra aqui: todas elas possuem um modo invertido (mirror), que tecnicamente traz um ar de novidade a todas elas. Mas ainda assim, é um número pequeno.

O gameplay de Hotshot Racing é bastante divertido. Se você não reconhece a Sumo Digital, saiba que ela é responsável pelos últimos jogos de corrida de Sonic. Dito isso, não é surpresa vermos uma mecânica de drift aqui.

Em Hotshot Racing, você basicamente acelera o tempo todo. O carro entra em um modo de derrapagem ao pressionar o L2. Além de ajudar a fazer as curvas, o drift enche uma barra no canto inferior direito que é o Nitro. Há quatro níveis a serem preenchidos, sendo que cada um fornece Nitro (pressione X para usá-lo). Pegar vácuo dos oponentes também enche essa barra.

O gameplay é simples dessa forma, sem muito aprofundamento. Para os mais habilidosos, existe a opção de jogar com o câmbio manual, além do automático. Mas a principal diferença entre os carros são suas estatísticas de velocidade máxima, aceleração e derrapagem.

Existem um total de 8 pilotos distintos, sendo que cada um deles tem 4 opções de veículos. Todos eles possuem estatísticas que variam minimamente, mas que tornam todos os carros uns diferentes dos outros.

Tudo o que você faz no jogo libera um dinheiro in-game (não há microtransações). Esse dinheiro pode ser usado para comprar coisas simples como macacões novos para os pilotos ou inúmeras partes cosméticas para os veículos. Muitas dessas partes precisam ser liberadas também fazendo coisas como “100 turbos” com tal veículo. Portanto acredite: destravar 100% dos itens (e o troféu de platina) é um grind bastante grande.

Por fim, algo que precisa ser destacado são os gráficos de Hotshot Racing. No início da análise citei Daytona USA e Virtua Racing. Hotshot Racing é basicamente uma mescla de ambos em tempos atuais. Mas vamos além: as pistas são consideravelmente variadas e com personalidade (apesar de serem em baixo número, novamente). A trilha sonora também não deixa a desejar.

No fim, Hotshot Racing é divertido. Porém, parece ser um jogo curto, principalmente por ter 16 pistas apenas. Há modos diferentes consideráveis para o gênero, mas ainda assim passa uma sensação de que você já viu tudo que o game tinha a oferecer após algumas poucas horas ou nem isso. Se você tiver amigos apreciadores do gênero, talvez seja uma boa pedida para aumentar a sua vida útil no multiplayer.

Jogo analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Curve Digital.