Um pequeno aviso: esta análise se trata apenas sobre o port de PC de Horizon Forbidden West, e não sobre o jogo em si. Aqui você confere nossa review original do jogo.
Estreando pela segunda vez no PC, a franquia Horizon vem se acomodando cada vez mais nas bibliotecas dos PC gamers. Dessa vez, traz um pacote de respeito: a expansão Burning Shores e um dos melhores ports para computador que a Nixxes (estúdio responsável) já fez. O trabalho, como era de se esperar, é de respeito. Horizon Forbidden West está aqui em sua melhor forma, tanto visualmente quanto em performance. Ouso dizer que até melhor que no PlayStation 5.
Anunciado em outubro do ano passado, a edição completa de Horizon Forbidden West chegou semana retrasada em um pacote completo de recursos exclusivos de PC, como suporte a versão mais recente dos reconstrutores de imagem, como o DLSS da Nvidia (incluindo o frame generation, gerador de quadros por IA); FSR da AMD e XeSS da Intel. Suporte a monitores ultrawide e super ultrawide (21:9 e 32:9, respectivamente), interface apropriada para uso de teclado e mouse também estão garantidos.
O diferencial já está aparente antes mesmo do jogo começar. Como é de costume da Nixxes, ao iniciar o game, um pequeno launcher aparece e com ele a possibilidade de alterar as configurações gráficas e de display, caso queira mudar alguma coisa de antemão e evitar problemas malucos de tamanho de tela, por exemplo. Basicamente todas as opções gráficas que estão no menu dentro do jogo estão nesse launcher.
Após o jogo abrir, as opções são extensas, explicativas e, o mais importante, demonstrativas. Ao mexer nelas, uma parte do jogo fica aberta e pausada, sendo possível conferir em tempo real o que cada recurso faz diretamente na imagem. Isso é ótimo pois mostra ao usuário instantaneamente o que mudou na qualidade, sem precisar ficar adivinhando se houve alguma diferença ou não.
Parece besteira, mas o mouse é totalmente aproveitado ao navegar os menus e selecionar as opções. Jogos da Capcom no PC, por exemplo, sofrem para implementar o uso do mouse de maneira fluída. Ver que os desenvolvedores colocaram um esforço extra para ser tudo navegável independente do tipo input (mouse ou controle) é bem legal de ver.
A qualidade da imagem é de se impressionar. Mesmo nos consoles, Horizon já era um jogo deslumbrante, mas aqui há algo a mais. A nitidez é excelente, principalmente ao usar os métodos de upscale (em particular o DLSS). Os efeitos de pós processamento também ajudam a dar um melhor acabamento. Atualmente, possuo um monitor 1440p (quad HD) e o jogo ficou um creme de se ver.
Não cheguei a testar extensivamente os outros recursos de upscale como o FSR e o XeSS. Do que pude ver, o FSR está implementado em sua versão 2.2 e conta com uma decente qualidade de imagem e pode ser ativado independente da marca ou modelo de placa de vídeo. Já o XeSS apresenta alguns borrões ao tentar reconstruir assets muito pequenos na tela e é melhor aproveitado nas placas Intel Arc.
Também fiquei satisfeito com a performance do jogo no meu computador. Tenho uma máquina relativamente decente, equipado com uma RTX 3060 Ti e um Ryzen 7 5700X, e o jogo rodou com uma taxa de quadros bem aceitável. Usando o DLSS no modo balanceado e mexendo em algumas configurações para ganhar uns FPS a mais, meu gameplay ficou na casa dos 70-80 FPS, com ocasionais quedas para a casa dos 50-60 FPS em cenas mais intensas. O jogo conta com um bom balanço entre os níveis de qualidade de imagem e o ganho de performance ao se diminuir essas configurações.
A performance mais sofre durante as cutscenes, algumas vezes até caindo rapidamente pra casa dos 30 FPS. Não sei apontar exatamente a causa, talvez por essas cenas estarem mais carregadas de efeitos de pós processamento ou coisa parecida. Por sorte, essas quedas bruscas acontecem esporadicamente e apenas nas cutscenes.
Imagino que mesmo em hardwares mais modestos, o jogo deva escalar bem se fazendo as devidas concessões, visando manter uma boa taxa de quadros sem muita variação (pelo menos a 60 FPS) e em resoluções populares entre o PC gamers, como o Full HD.
Sobre bugs, a experiência foi, no geral, bem lisa. Não encontrei nenhum problema gráfico ou de quest. Não sei se conta exatamente como bug, mas algumas texturas sofreram para carregar por completo, deixando a aparência em baixa resolução (exemplo abaixo). Um outro detalhe é a animação de morte de alguns inimigos não acontecia, apenas congelavam e “desmontavam” no chão ao serem abatidos.
Horizon Forbidden West no PC é mais uma ótima surpresa da Nixxes. O port é bem otimizado, traz todo o esplendor gráfico que vimos no PS5 para o PC, sem cortar pontas. Possui diversos recursos para melhorar performance e enriquecer a experiência, além de contar com uma ótima experiência do usuário relacionado aos menus e interface do jogo.
Deixo aqui duas recomendações de vídeo: o pessoal do Adrenaline testou o game em uma porrada de hardware, desde placas monstruosas como a RTX 4090 até gráfico integrado do processador. Se quiser ver como o jogo pode rodar no seu PC, dá uma conferida no vídeo.
A outra recomendação é o vídeo de configurações otimizadas do Digital Foundry, feito pelo Alexander Battaglia. Ele analisa configuração por configuração e comenta quais delas valem a pena reduzir para melhorar performance sem prejudicar a qualidade da imagem. Mesmo o vídeo estando em inglês, super recomendo dar uma checada.
Jogo analisado no PC com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment.