Já analisei aqui alguns jogos de procurar gatos, então vamos direto ao ponto: são sempre produtos simples, leves e divertidos para quem gosta de buscar objetos escondidos em grandes e simpáticas ilustrações. A fórmula é a mesma, então o que os diferencia uns dos outros são as nuances implementadas para dar um sabor a mais.
É isso que Hidden Cats in Tokyo tem: sabor e conteúdo. Dos vários títulos desse humilde estilo que joguei até agora, é um dos meus dois favoritos (o outro é A Castle Full of Cats) e o que oferece a maior quantidade de coisas para fazer, algo naturalmente refletido na duração da brincadeira.
São 15 cenas com mais de 1.700 objetos, gatos e pessoas para encontrar. Para ter uma ideia, o padrão dos títulos anteriores da desenvolvedora, a brasileira Nukearts, era ficar perto de 1.000 objetos. O preço também aumentou, subindo da média de R$ 22,90 para R$ 33,90 nesta obra. É raro que eu mencionei o preço em minhas análises, mas acho válido indicar quando como uma qualidade positiva do jogo quando vemos a combinação de “bom e barato”.
É bastante perceptível que o oitavo título da série Hidden Cats resolveu subir o patamar. Tem até uma história bobinha para incrementar a receita: os gatos de Tokyo estão sendo contaminados por uma ameaça desconhecida que os transforma em monstros e, para evitar a “gatástrofe”, precisamos vacinar todos os gatos que encontrarmos e as pessoas próximas a eles.
Nessaa tarefa, contamos com a ajuda simbólica de uma equipe de super heróis felinos no maior estilo Super Sentai, com breves diálogos cômicos entre as fases. A imagem de capa já deixa clara a pegada otaku: as ilustrações passam por lugares-comum desse imaginário, passando por enormes ilustrações urbanas, eventos de cosplay, karaoke, café de gatos e por aí vai, com muitas referências à cultura pop e até variedade musical.
Procuramos os gatos à vontade, mas as pessoas que temos que encontrar aparecem em grupos de cinco e cada uma que achamos dá lugar a outra na lista. Na prática, essa ideia é apenas um gargalo para não sairmos clicando em todo mundo e terminarmos rapidamente, mas combina com o objetivo de busca atenta. Há ainda gatos monstros e outros bichanos especiais com nome e foto em cartinhas colecionáveis.
Os cenários variam entre a visão lateral e a isométrica, ambientes internos e paisagens urbanas. Alguns deles vão sendo pintados aos poucos, à medida que encontramos todos os gatos de determinado local. Isso ajuda a saber onde já completamos, mas acaba facilitando bastante a busca por diminuir o nosso campo de busca, evitando ficar arrancando os cabelos quando falta encontrar apenas os últimos objetos/pessoas/bichos.
A mancada da história é a falta de revisão no português brasileiro, algo agravado pelo fato da desenvolvedora ser nossa conterrânea. Espero que a Nukearts (ou a publicadora Silesia Games, responsável por um vasto catálogo no gênero de gatos escondidos) melhorem a localização para nosso idioma.
Esse tipo de jogo é bom para relaxar a cabeça e para curtir junto com crianças. Desta vez, até minha mãe, que não gosta nem um pouco de videogames, se juntou aos netos na caça aos gatos. A tia das crianças também foi fisgada pelo tema dos gatos e passou um bom tempo na jogatina com os sobrinhos. Já espero que cheguem ao PS5 os Hidden Cats mais recentes, ue já saíram no Steam: Rio de Janeiro e Istambul.
Hidden Cats in Tokyo está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series, Switch e PC com legendas em português do Brasil. Esta análise é da versão PS5 e foi realizada com um código fornecido pela Silesia Games.