Diablo IV

Ainda que seja o quarto jogo de uma franquia com literalmente décadas de história, games antológicos e obras em diferentes mídias que aprofundam um dos universos mais intensos da cultura pop, Diablo IV não é daqueles que exigem toda essa bagagem pregressa de seus jogadores. Claro que conhecer aquilo que veio antes, principalmente Diablo II e Diablo III, pode ser ótimo tanto para questões narrativas quanto de jogabilidade, mas se esse é o seu primeiro embate com estas entidades capirotísticas, preparamos um guia completo para que você tire o melhor proveito desta experiência.

A campanha principal é incrível, mas é só o começo

Se você é daquelas pessoas que adoram passar dezenas – quiçá centenas – de horas explorando o mundo de um game depois de concluir a sua meta original, vai se dar muito bem aqui. A campanha é relativamente longa, sobretudo para aqueles que adoram uma missão secundária, mas também é a porta de entrada para tudo o que o game tem a oferecer. Além de dar acesso às duas dificuldades mais intensas – Pesadelo e Suplício – há também masmorras mais complicadas e os chamados Campos de Ódio que vão fazer a alegria de todo grande combatente. E tudo isso antes mesmo dos conteúdos complementares para as temporadas que devem começar a chegar logo logo em um plano ousado tanto para quem gosta de se aventurar sozinho como para quem prefere estar bem acompanhado.

Não há vergonha em começar de baixo

Ainda que o jogo tenha duas dificuldades iniciais e mais duas que são mais desafiadoras depois, não há nenhum problema em começar pela menos difícil, principalmente se esta é a sua primeira experiência com Diablo. Na verdade, esta é uma ótima forma de conhecer melhor cada uma das classes, experimentar poderes e combinações, se dedicar à história e até se permitir erros de estratégia, porque ainda assim haverá momentos onde o jogo vai testar suas capacidades. Claro que, se ao começar, você perceber que não há recompensa no desafio, é só voltar, iniciar um novo personagem e já partir para o segundo nível, mas não se preocupe em chegar ao fim de uma forma menos complexa porque não faltarão oportunidades para você ver o quão opressor pode ser o desafio de Diablo, incluindo o temido e quase masoquista Hardcore, com direito a morte permanente.

Não tenha preguiça de explorar o mundo

Mesmo antes, quando ainda não se pretendia um mundo aberto, Diablo era uma verdadeira lição de paciência, com mapas extensos e labirínticos, além de masmorras que parecem não ter fim. O mapa de Diablo IV é realmente grande e cheio de entradas que vão tomar dezenas de horas até mesmo dos jogadores mais objetivos. A sugestão é não ter pressa, porque mesmo que assuste procurar em cada corredor, cada canto, cada sala secreta, a recompensa é sempre válida. Cada peça de ouro encontrada em um toco seco de árvore, cada equipamento ultrapassado, cada ponto de XP ganho em batalha fazem diferença para que, ao chegarmos onde realmente importa, estejamos preparados.

Lá pelo Ato IV, quando as montarias finalmente são liberadas, fica mais fácil revisitar lugares distantes, mas quanto mais tivermos passado por lá antes, mais parrudos estaremos para os desafios da aventura. Some tudo isso a uma dica que é óbvia, mas sempre válida: sempre que encontrar um povoado, vilarejo ou algo do tipo, desbloqueie os pontos de viagem rápida, pois elas ajudam a economizar um tempão de caminhada, principalmente se você decidir deixar uma masmorra ou uma missão secundária lá por perto para depois. E se tudo ainda não bastar de justificativa, há recompensas especiais para cada região onde for feita aquela limpa geral. Não precisa obrigatoriamente esgotar tudo de um lugar antes de seguir adiante, mas vale a pena se você assim escolher fazer.

Não tenha dó dos seus equipamentos favoritos

Eu confesso, sou um grande acumulador. Em RPGs, principalmente, mesmo sem nenhum tipo de benefício direto, gosto de ficar guardando itens eternamente, principalmente aqueles mais raros ou com algum significado especial, como prêmios de missão e coisas assim. Diablo IV, entretanto, não dá espaço para sentimentalismos, e mesmo que seja possível guardar uma coisa ou outra só por simbolismo, é muito mais proveitoso torrar quase tudo para deixar seus melhores itens mais poderosos.

Não é recomendado ficar só com um conjunto principal, porque afinal o desgaste causado por inevitáveis mortes podem esgotar suas coisas e te deixar com uma mão na frente e outra atrás, mas de nada vale ter um inventário abarrotado (como na imagem acima) e ter que descartar todas as coisas novas que encontrar pelo caminho. Por fim, compensa fazer viagens rápidas a mais só pra não deixar loot para trás, mas é sempre bom começar uma jornada com a bolsa vazia para não enche-la rápido demais.

Não seja desapegado demais também

Não se afeiçoar a itens já ultrapassados não significa que tudo é descartável. Com seis níveis de raridade possíveis – os dois mais importantes acessíveis só a partir da dificuldade III e da IV – alguns são importantes demais para nos livrarmos deles porque sempre há a possibilidade de atualizarmos algum para momentos importantes. Por exemplo, há vários equipamentos com uma vocação elemental mais forte que outros e que pode não parecer importante no momento em que o encontramos, mas que se torna indispensável quando revelamos tipos novos de inimigos. Seja bastante seletivo, mas mantenha um estoque razoável de coisas diferentes no baú, nunca consigo. Além disso, se você tiver a intenção de começar novos personagens de outras classes – e você vai querer, acredite – não descarte os itens específicos de classes que não a sua atual, porque uma vez que estejam no baú, seus novos personagens podem acessá-los. Claro que itens comuns ou de raridade baixa não farão muita diferença, mas raros e lendários podem ser de grande adianto para já começar uma nova aventura bem preparado.

Tenha coragem na cara e não dispense os desafios dinâmicos

Uma das ótimas adições do jogo em termos de coisas a se fazer, além de missões primárias e secundárias, masmorras e salas secretas são as tarefas que surgem, de tempos em tempos, em certas áreas do mapa. Pode ser, por exemplo, uma pessoa presa debaixo de destroços de uma carroça, ou alguém cercado por criaturas bizarras pedindo ajuda, ou algo que o valha. Não importa o plot, é algo que sempre resulta em hordas volumosas de inimigos te atacando incansavelmente que, uma vez vencidas, geram premiações bastante generosas, incluindo itens de qualidade e raridade elevadas. Grande parte dos meus equipamentos mais poderosos foram obtidos desta forma. Os perigos são enormes, e por vezes é algo ainda mais complicado que muitos chefes equivalentes ao nosso nível atual, mas a vitória é de um ótimo custo-benefício.

Não deixe de gerenciar suas habilidades e equipamentos

Um mundo aberto e cheio de possibilidades é algo que facilmente conecta cada uma das missões que encaramos. Uma coisa leva a outra, sair de um chefe já nos leva a novos confrontos, e muitas vezes só nos damos conta de que estamos ficando defasados quando a coisa começa a apertar. A dica é não deixar de sempre atualizar seu personagem, seja desbloqueando novos poderes passivos e ativos na árvore de habilidades conforme se ganha pontos ao subir de nível, seja alternando para equipamentos com atributos mais imponentes. No primeiro caso, é preferível sempre deixar suas habilidades preferidas no auge de sua potência antes de abrir uma nova, porque mais vale dois ou três golpes bem desenvolvidos do que um monte de coisas diferentes em seu nível mais básico.

Não tenha pressa também em substituir um poder por outro e só o faça quando o novo estiver bem avançado. O mesmo vale para armas e armadura, porque não é raro coletar algo mais forte do que temos em mãos e deixa-lo lá no inventário mofando. Antes, porém, não deixe de comparar item por item em seus detalhes, e não só pelos seus pontos mais explícitos, porque nem sempre o geral é melhor do que o específico porque, afinal, atributos elementais são importantes, bem como bônus complementares. Eu mantive, por exemplo, um cajado de raridade relativamente baixa por muito tempo, mesmo tendo coletado coisas um pouco melhores, só porque ele me dava alguns pontos a mais de defesa que os outros não davam, o que eu julguei importante naquele instante. Esteja atento ainda a alguns equipamentos que, por si só, já liberam novas habilidades na árvore, economizando pontos de experiência caso estes sejam relevantes.

Não subestime os efeitos de um bom produto natural

Quando começamos nossas primeiras missões, é fácil ficarmos acostumados a utilizar a poção padrão de saúde, e é comum também investirmos em aumentar o nosso espaço para carregar cada vez mais delas. Contudo, conforme a campanha avança, ou mesmo quando ficamos ousados em subir de nível de dificuldade, nos esquecemos que há uma série de alternativas e melhorias que podem ser desbloqueadas via alquimistas que estão espalhados aos montes pelo mundo de Santuário. Não caia nesta armadilha.

Elixires que concedem atributos de efeito temporário, tais como aumento de força, de agilidade ou mesmo de experiência são relativamente abundantes e podem ser melhorados, criados ou comprados – ainda que, uma vez mais, só gaste seu rico dinheirinho se não houver mais nenhuma alternativa, porque as coisas são realmente muito caras – e vale muito a pena aprender a equipá-los dinamicamente para se aproveitar de seus benefícios durante batalhas mais ferrenhas. Não se esqueça, porém, de coletar todas as ervas que encontrar – aproveite que elas não ocupam espaço no inventário – mesmo que não saiba para que servem porque, acredite, em algum momento elas serão essenciais para a boa saúde do seu personagem.

E as classes?

Se há algo que sempre causa um certo furor toda vez que temos um novo Diablo é a seleção de classes e o que cada uma tem a oferecer. Não falaremos delas agora porque, sejamos sinceros, esse é um assunto que merece um pouco mais de atenção em um momento dedicado e que virá muito em breve aqui no site.

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