Ghostwire Tokyo

Nas imortais palavras de Frank Sinatra, “e então parece que o fim está próximo”. E há medida em que nos aproximamos e olhamos para o fechar das cortinas da relação entre Bethesda e PlayStation com o lançamento de Ghostwire: Tokyo na próxima semana, fica uma leve sensação de saudosismo.

E digo isso mesmo como alguém que nunca foi muito fã da publisher em si, mas é inegável que ela é um dos maiores exemplos de conhecer as suas forças e se manter fiel a elas, o que, com grande frequência, sempre significou entregar experiências de alta qualidade em primeira pessoa. E é bem possível que ele fique marcado na história como uma das melhores da longa história dela.

Pelo menos essa é a sensação que eu venho tendo ao longo dos últimos dias jogando o vindouro exclusivo (nos consoles) de PS5. Apesar desse preview ser baseado nas experiências iniciais com o jogo (os dois primeiros capítulos, o que rendeu cerca de 5h de gameplay), já deu pra ver bastante coisa do que ele promete ser.

Ghostwire: Tokyo

Antes de falarmos mais sobre o jogo, um aviso importante: se você pretende jogar Ghostwire: Tokyo, eu recomendo fortemente que você leia a Visual Novel gratuita que foi disponibilizada pela Bethesda na última semana. Ela adiciona bastante contexto ao mundo ao explicar quem é KK e alguns outros importantes personagens daquele universo.

Isso não quer dizer que o jogo principal não faça um bom trabalho em apresentar seu plot. O jogador assume o controle de Akito, um jovem que sofre um acidente enquanto ia ao hospital visitar sua irmã Mari, mas que é salvo da morte ao ser possuído pelo espírito de um detetive paranormal chamado KK. À medida que Akito vai se aproximando do hospital, eventos misteriosos vão acontecendo e Mari é atacada pelo mesmo grupo de criminosos que KK estava investigando.

Essa é a motivação para que ambos trabalhem juntos e, ao longo desse começo da história, o jogo vai explorando com calma os mistérios do mundo, o porquê das coisas estarem como estão e a natureza dos poderes de KK. É tudo muito bem ritmado, te mantendo interessado em cada novo desenrolar sem encher o jogador de sessões expositivas que te fariam parar de prestar atenção. Cabe dizer também que, apesar de não ser um jogo de terror em nada, há um constante clima de mistério e tensão muito bem-feitos e que tornam o jogo bem único em sua proposta e que demonstram a expertise da Tango Gameworks.

Ghostwire: Tokyo

O sistema de combate também segue esse mesmo princípio. Como todo bom jogo, ele começa te dando acesso a apenas uma forma de Tecelagem Etérea, Vento, e ao longo do segundo capítulo você vai desbloqueando o acesso ao Fogo e Água. Cada uma delas possui uma utilidade diferente, então esse começo serve bastante para experimentar com a efetividade delas contra diferentes tipos de inimigos.

Nesse aspecto, GWT também usa esses primeiros capítulos para te apresentar ao arco e flecha, sua única arma de combate sem relação com a Tecelagem Etérea nesse começo. Ele é bem eficiente, mas um pouco mais complicado de acertar seus tiros do que com a magia, então é importante testar para aumentar a sua proficiência com ele.

Por último, cabe dizer que o jogo também apresenta uma variedade surpreendentemente alta de inimigos logo nesse começo. À medida em que você vai avançando, novas criaturas vão surgindo com diferentes resistências, padrões de movimentação e ataque, então há sempre um constante aprendizado sobre como lidar com elas, bem como o funcionamento de cada uma em grupos maiores, que é como você quase sempre as enfrentará.

Ghostwire: Tokyo

A exploração e o sistema de progressão do personagem, naturalmente, são um pouco mais limitadas logo nesse começo, visto que se trata realmente do comecinho do jogo. Você irá avançar pouco a pouco por Tóquio, purificando os portões Torii e limpando a névoa que tomou conta da cidade e que é fatal caso você entre em contato com ela. Ainda assim, elementos demonstrados em trailers do jogo, como o uso de tengus para subir em prédios e a planagem ficam abertos logo cedo e dão uma bem-vinda verticalidade ao jogo.

Ao longo disso, você ganhará experiência e, consequentemente, subirá de nível, o que te dará pontos de técnica para desbloquear melhorias consideráveis para Akito. A árvore de habilidades do jogo é até bem grande, mas não tanto quanto em outros jogos de mundo aberto. Ao contrário, o foco aqui fica em fazer com que suas melhorias sejam realmente significativas ao invés de pequenos incrementos de 3% de um tipo específico de dano.

Algo que trouxe uma surpresa é que já no começo você irá desbloquear uma quantidade bem legal de missões secundárias ao purificar cada portão. Felizmente, cada uma possui uma história única e traz recompensas valiosas que te ajudarão a evoluir seu personagem num ritmo bem legal. O mapa, aliás, parece ser bem grande, já que neste começo só uma pequena parte central foi aberta apesar de ter focado bastante em fazer tudo que o jogo permitia.

Ghostwire: Tokyo

Esses elementos tem me deixado bem feliz com a experiência inicial com Ghostwire: Tokyo. A dublagem e localização do jogo em português também tem sido muito boa, com um trabalho notório em fazer com que aqueles diálogos se mantenham fiéis ao conteúdo original mas estejam adaptados ao idioma dos ouvintes. Caso você seja mais purista, o jogo também te permite jogar com o áudio em japonês ou inglês, algo bem legal.

A performance também é algo que precisa ser elogiado pois tanto no modo de Qualidade quanto de Performance o jogo tem sido bem agradável aos olhos, sem qualquer bug ou problema técnico que realmente chame a atenção. E olha que o jogo tem loadings bem curtos no PS5.

No geral, Ghostwire: Tokyo tem agradado bastante nesse começo de jornada com ele. Em breve teremos uma análise completa do jogo aqui no PSX Brasil, mas se a experiência se mantiver próxima do que temos visto até aqui, é bem provável que esse seja mais um exclusivo incrível na cada vez mais impressionante biblioteca do PS5 e outro título fortíssimo em um 2022 cada vez mais potente.

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