A convite da Ubisoft, nós do PSX Brasil tivemos o prazer de conversar com Olivia Alexander, a escritora do enredo de Far Cry: New Dawn. De forma alegre e contagiante, Olivia contou mais sobre seu papel na trama e como foi trabalhar as vilãs da história.
Para saber mais sobre as gêmeas sanguinárias e a nova Hope County, leia na íntegra a nossa entrevista.
Rui Celso: No que vocês pensaram exatamente quando trouxeram as gêmeas para serem vilãs da história?
Olivia Alexander: Nós sabíamos que as queríamos como vilãs quando os rascunhos dos personagens começaram a sair. E como os vilões de Far Cry possuem um papel muito importante, decidimos então escrever uma história onde dois inimigos unidos por laços familiares lutariam contra você que, no caso, não partilha da sensação de ter algum familiar do lado.
RC: Há alguma inspiração na Faith, de Far Cry 5?
OA: Honestamente? Não (risos). A Faith era muito persuasiva, e seu objetivo era manipular as pessoas para trazê-las para o lado de Joseph. Mickey e Lou estão num mundo pós-apocalíptico, então nada mais importa, apenas a sobrevivência.
RC: Falando de personalidade. Foi muito difícil escrever sobre o comportamento de Mickey e Lou? Pra você, qual das duas deu mais trabalho?
OA: Na verdade, as duas foram complicadas. São gêmeas, mas não compartilham necessariamente a mesma personalidade. Elas fazem tudo isso porque acreditam que está certo, mesmo que seja um monte de coisa errada. Uma complementa a outra, há nuances. Então, em certos momentos, você verá uma sendo mais estratégica, enquanto a outra estará sendo mais agressiva.
RC: O fato de vocês trazerem mulheres como vilãs está ligado de alguma forma ao feminismo?
OA: Nós trabalhamos com pessoas. Não importa se seja homem ou mulher, escolhemos os melhores vilões para aquele título. No caso de New Dawn, quisemos focar no novo. É um mundo diferente que merece novos rostos, novas histórias para serem contadas. Nós realmente quisemos que este Far Cry trouxesse novas perspectivas aos jogadores.
RC: Há algo do jogo anterior que vocês quiseram reaproveitar no novo título?
OA: Diversos rostos conhecidos do jogo anterior poderão ser vistos em New Dawn. O Pastor Jerome, por exemplo, continua lá, tentando tornar Hope County um lugar melhor. O que quisemos trazer, na verdade, eram os cenário nesse mundo pós-apocalíptico. A igreja, por exemplo, está lá, no mesmo lugar, porém, totalmente destruída. O que era importante acabou se tornando apenas um lugar abandonado no título atual.
RC: E por que uma história pós-apocalíptica?
OA: Nós fizemos diversas pesquisas e descobrimos que no deserto, por exemplo, há um fenômeno chamado “Superbloom”. São coisas que estão aparentemente mortas, porém, quando chove, elas florescem de um jeito incrível! E foi justamente isso que quisemos trazer com New Dawn, mostrar como a vida pode sim se reerguer, mesmo após um ataque nuclear.
RC: Então Hope County é só uma desculpa para esse enredo?
OA: Pela primeira vez, Far Cry não se passa numa ilha, mas sim no mundo todo. Hope County não é necessariamente uma desculpa. Poderíamos sim ter usado outro lugar, afinal, o apocalipse aconteceu em todo o planeta, porém, os acontecimentos do título anterior acabaram nos trazendo de volta (risos).
RC: Para finalizar. Eu vi seu perfil no Linkedin e notei algo curioso: você está trabalhando num projeto não anunciado. Podemos esperar algo grande?
OA: (risos). Bom, não posso falar sobre o assunto, mas dá uma olhada nos meus trabalhos anteriores, quem sabe você não consegue extrair algo? (risos)
Far Cry: New Dawn já está disponível em mídias físicas e digitais. Você confere a análise do PSX Brasil nos próximos dias.