Shuhei Yoshida

Os títulos independentes, mais conhecidos como jogos indie, estão tendo um espaço cada vez maior no mundo dos games. Quem nunca deu uma chance a um título pouco conhecido e se impressionou? Esse pensamento não se passa apenas na cabeça dos players, mas também na de diversos desenvolvedores, que em muitos casos deixam uma gigante do mundo dos videogames e resolvem desenvolver seus próprios títulos, geralmente com uma equipe pequena e de baixo orçamento.

No Brasil, por exemplo, os indies são cada vez mais populares, principalmente porque esses games tendem a ser mais acessíveis para o público, diferentemente dos Triple-A, que chegam a custar mais de R$ 300 no seu lançamento. Sendo que em terras tupiniquins, o iGaming também tem conquistado seu espaço, e uma análise da leovegas demonstra que a plataforma está entre as favoritas do público, principalmente pelo seu aplicativo, que conta com uma variedade de jogos projetados especialmente para o mobile, conseguindo assim simular com grande fidelidade as mesas de jogatina na tela do celular, sem contar os dealers ao vivo, que aumentam a imersão dos jogadores.

E quem melhor para falar sobre a ascensão dos games independentes que Shuhei Yoshida? Ele já foi o todo poderoso presidente da Sony Interactive Entertainment Worldwide Studios, mas atualmente chefia uma iniciativa de títulos indies da desenvolvedora japonesa. Recentemente o Voxel, portal especializado em games e tecnologia, entrevistou o executivo, esclarecendo algumas questões a respeito do momento atual do PlayStation em relação aos títulos independentes.

Diferença entre os AAA e independentes

O primeiro questionamento realizado para o executivo foi como ele se sente ao deixar de trabalhar com games Triple-A para chefiar produções independentes. De acordo com Yoshida, obviamente trabalhar com jogos que possuem grandes orçamentos é incrível, sendo que eles passam de três a oito anos desenvolvendo games impressionantes em conjunto com centenas de pessoas. Contudo, os Triple-A exigem muita paciência, já que todo o seu processo de produção é muito lento.

Enquanto isso, apesar dos jogos indie também levarem bastante tempo para ficarem prontos, há centenas de desenvolvedores fazendo coisas diferentes. Com isso, segundo Yoshida, ele sempre é surpreendido por algo novo e interessante.

Além disso, as pessoas que fazem os games independentes sempre se mostram felizes e empolgadas ao apresentarem seus projetos para alguém. Dessa forma, o executivo aponta que também fica contente ao dar um feedback aos produtores. Yoshida destaca que a grande diferença entre os AAA e os indies é a quantidade, já que existe uma imensa variedade de títulos sendo produzidos por desenvolvedores independentes. Por conta disso, ele se diverte todos os dias do ano ajudando essas pessoas com seus feedbacks.

PlayStation de olho nos indies

 Yoshida também foi questionado sobre o que os fãs podem aguardar da PlayStation em relação aos jogos independentes. Em resposta, o executivo apontou que se tornou muito mais simples colaborar com os desenvolvedores atualmente. Ainda mais com a facilidade de acesso a ferramentas como a Unreal e a Unity, onde basta os desenvolvedores baixarem um desses softwares e começarem a produzir seus jogos.

Com isso, até mesmo os desenvolvedores solo conseguem criar títulos impressionantes. A título de exemplo, Yoshida cita “Inscryption”, título de que ele é fã e foi produzido por apenas uma pessoa que mora no Canadá. Ainda assim, Inscryption impactou toda a indústria dos jogos, sendo que a mágica por trás disso é que ele poderia ter sido criado por uma pessoa do Brasil ou do Japão. Devido a isso, o PlayStation quer que seja mais fácil para os desenvolvedores criarem e lançarem seus títulos, para que dessa forma eles se preocupem apenas com a parte do desenvolvimento enquanto a companhia japonesa exclui o máximo de dificuldades possíveis  e assim lancem mais games em sua plataforma.