O texto abaixo foi publicado no PlayStation.Blog brasileiro.
Com a nossa semana de comemorações #25YearsOfPlay chegando ao fim, queremos deixar vocês com uma surpresa especial. Falamos com alguns dos maiores nomes do Worldwide Studios da SIE e fizemos uma pergunta simples: “Qual seu jogo PlayStation favorito de todos os tempos?”
Continue lendo para dar uma olhadinha dentro da mente de criadores do Santa Monica Studio, Sucker Punch, Guerrilla Games, e mais — até o novo chefe do WWS, Hermen Hulst, reservou tempo para compartilhar sua escolha!
Agora que temos as respostas desses 10 criadores, é a sua vez: depois de ler tudo isso, conte-nos nos comentários: Qual o SEU jogo PlayStation favorito de todos os tempos?
Nenhum jogo lançado para o PlayStation nesses anos influenciou de forma mais concreta a maneira como eu faço jogos do que a incrível mistura de plataformas, ação, aventura e RPG de Koji Igarashi – Castlevania: Symphony of the Night.O tom, o mundo, as mecânicas, o ritmo e o design das fases são todos uma obra de arte. Este jogo é tão atemporal que me vejo retornando a ela quase todos os anos, e ele AINDA é incrível!
Shadow of the Colossus é um clássico. Se tornou um favorito instantâneamente quando o joguei. A cor, luz, atmosfera e música contribuem para um ambiente misteriosos e sinistro que é tão sombrio e belo ao mesmo tempo. As mecânicas eram novidade na época, e eu curto especialmente a maneira que a luz o guia pela sua espada durante a exploração. Incrível.O jogo tenta de todas as formas entregar uma experiência cinemática que me marcou para sempre. A animação da cavalgada e o tamanho dos colossus pareciam tão únicos e à frente de seu tempo.
Para mim, Shadow of the Colossus é uma obra de arte que providenciou combustível criativo para a minha carreira inteira como criador de games.
Com Metal Gear Solid, senti que os games deram um enorme salto para frente. No meio do caminho entre o realismo e a fantasia, é um jogo que me envolveu completamente com sua ação furtiva.A jogabilidade era inovadora na época e amei a maneira que o jogo surpreende o jogador de várias maneiras. Também possui uma mensagem profunda que ainda fala conosco após todos esses anos. MGS V talvez seja o melhor jogo da série, mas este é o mais icônico.
Tão difícil, ter que escolher um filho preferido. Ok, vou escolher God of War. Que bela história, tão imersiva com a tomada de câmera contínua, o foco no relacionamento de Kratos com seu jovem filho Atreus. Como o pai de um garoto de 14 anos quando o jogo saiu, me identifiquei muito com a história. Atreus jogando tudo de volta na cara de Kratos no sonho dele – ‘Só queria que fosse melhor’. O diretor criativo Barlog me ganhou ali.Reboots podem ser arriscados, mas o SMS conseguiu o impossível, tornar Kratos um personagem amável.
Amei tanto o mundo inspirado pela mitologia Nórdica, que recentemente fui até Jotunheim.
Fiquei indo e voltando entre MGS1 e MGS3, mas no fim do dia tive que escolher MGS3. Amei completamente a decisão de levar a série do volta ao passado, para os anos 60, a mudança para um ambiente mais natural, além de uma maior ênfase em sobrevivência. Ah, e aquela luta contra o sniper velhinho The End — acho que nunca fiquei tão estressado durante uma luta de chefe!Mas são os personagens exagerados que sempre me trazem de volta à esta franquia histórica, e Snake Eater tem alguns dos melhores. Do maluco coronel Russo Volgin ao impetuoso (e bem mais novo) Ocelot, suas história e motivações únicas eram tão boas quanto suas performances memoráveis. E mesmo assim, sempre que me lembro de Snake Eater, é The Boss quem eu nunca vou esquecer. A mentora de Snake é a definição do “herói de sua própria história”. E se descobrir sua motivação não for doloroso o bastante, ter que puxar o gatilho e acabar com a vida dela (ou a cena não acaba) me conquistou. Para mim, foi um momento eterno dos games.
Cresci na era das histórias onde “coisas estranhas acontecem” – o Triângulo das Bermudas e OVNIs, coisas assim. Adorava histórias do tipo “escolha sua aventura”, histórias de fantasmas, mistérios e contos de fada assustadores. TUdo isso me aterrorizava, mas adorava. Então não é nenhuma surpresa que amo terror e a idéia que o inesperado pode acontecer e completamente mudar tudo a nossa volta.Na vida real, Resident Evil seria muito assustador. Em um game, nos permite acreditar em tudo aquilo, fazer parte daquele mundo e tentar salvá-lo. Adoro a sensação de estar dentro de um episódio maluco de Arquivo X, mas podia lutar matando zumbis e depois criar poções. Mudou a minha perspectiva do que os jogos podiam fazer, e vi então que se juntariam aos filmes, teatro e literatura como meios de expressar uma variedade enorme de experiências, emoções e motivações.
Esta série é a razão pelo qual crio games, e já inspirou vários antes de mim. Adoro ver o gênero de terror sendo desenvolvido em Dreams. Que a diversão e a exploração de “coisas estranhas acontecendo” continue por muito tempo!
Ico é um jogo tão memorável para mim, não apenas pela beleza de seu mundo, sons e história, mas por ter sido a primeira vez que uma mecânica de jogo me afetou emocionalmente de verdade. A história sobre um jovem menino tentando salvar alguém é apoiada por jogabilidade inovadora – segurar a mão de alguém e guiá-los para resolver puzzles juntos. A ressonância deste game é fruto disso e torna tudo extremamente coerente de maneira motivada pelo jogador..A experiência deste jogo grudou em mim como uma ‘sensação’ desde que terminei pela primeira vez. Todos os jogos do Team Ico possuem uma qualidade igualmente poderosa e memorável em sua jogabilidade e mundos (todos os quais eu amo!), mas Ico ainda é meu favorito. Fui completamente surpreendido da primeira vez que joguei, e expandiu meus horizontes sobre o que os games poderiam alcançar como mídia.
Um caso de jogabilidade e narrativa trabalhando juntos em perfeita harmonia.O design corajoso da Naughty Dog destruiu as fantasias de poder convencionais, construindo mecânicas em torno das limitações físicas e desenvolvimentais de cada personagem, o que levou à encontros altamente imersivos e familiares. No confronto final nos corredores do hospital, enquanto lutava contra os soldados Firefly, a minha mente enchia de tristeza sobre o destino de Ellie, a ponto de eu tentar uma barganha emocional racionalizada para tentar criar um fim teórico onde eu pudesse viver caso ela morresse.
Em Left Behind, joguei como Ellie em uma noite fatídica com sua melhor amiga em um shopping abandonado e descobri camadas do relacionamento delas através de jogabilidade criativa como tirar fotos em uma cabine, vestindo máscaras de Halloween, e uma batalha divertida com pistolas de água. Senti em primeira mão como seria para alguém que nasceu em um mundo perigoso e sem esperança desejar coisas como liberdade, idealismo e amor.
Nunca habitei tão por completo a mente e as emoções de outro personagem em um jogo, mas a Naughty Dog conseguiu este feito duas vezes em um só pacote, e é por isso que The Last of Us é o meu jogo PLayStation favorito de todos os tempos.
Um game que me comoveu profundamente, e sempre permaneceu comigo é Journey. É visualmente arrebatador e com design de som impecável, e o leva até um mundo único e misterioso ao mesmo tempo que cria conexões emocionais com seus personagens e eventos. Combina de maneira bela um design de jogo sutil com uma história profunda e significativa.Um clássico como nenhum outro.
Demon’s Souls, pelo menos no Reino Unido, foi um sucesso de nicho por muito tempo. Me lembro de conseguir uma versão Americana e ligar meu PS3 sem muita noção dos desafios à minha frente… Do início ao fim, Demon’s Souls foi uma brisa de ar fresco – um RPG original sem rede de segurança – sem paredes invisíveis para impedi-lo de cair de penhascos, sem restrições de matar um NPC importante sem querer pressionando o botão errado, sem poder sequer pausar o jogo!Todo combate era uma luta de inteligência, toda armadilha, evitada por pouco – a experiência era estressante mas altamente única. O multiplayer era realmente pioneiro – completamente integrado à experiência para um jogador, as invasões dos black phantoms e aquela luta de chefe, o Old Monk, onde tinha que vencer outro jogador para prosseguir – original até hoje.
Foi o precursor espiritual de jogos como Dark Souls e Bloodborne. Foi, e ainda é, uma obra de arte absoluta.
Que lista! Obrigado à todos que participaram desta história, e à você por ter lido.
Por último, obrigado pelo seu apoio pelo último quarto de século. Da mesma maneira que um console só é tão bom quanto os jogos que pode jogar nele, a PlayStation não seria nada sem seus fãs. Feliz 25 anos galera!