Magnetismo é algo que me fascina desde criança. Adorava pegar dois ímãs de geladeira e ficar brincando com as diferentes possíveis combinações ao encostar cada lado de um no outro. Tenho um par que fica preso na minha frente e sempre pego quando preciso focar e pensar em algo intenso, funcionando para mim quase que como forma de relaxar.
DeMagnete é um jogo do gênero de aventura com quebra-cabeças (puzzle adventure) em realidade virtual feito pela desenvolvedora brasileira BitCake Studio que tem como premissa este exato tópico: magnetismo. Com uma história um pouco misteriosa que vai sendo desenvolvida ao avançar dos níveis, você é D. e não sabe como foi parar onde está e precisa realizar diversos quebra-cabeças com a ajuda de sua companheira Q para conseguir seguir caminho.
Para jogar DeMagnete VR é preciso, além do headset de realidade virtual PlayStation VR, de dois controles PS Move. Com cada mão você controla uma luva que possui o poder da polaridade positiva ou negativa, que são identificadas com as cores azul e vermelha. Você deve utilizar estes poderes para interagir com diversos objetos no mapa e resolver os puzzles de cada sala, que geralmente são de colocar cubos em locais específicos para que possam gerar energia e abrir alguma porta para que você possa prosseguir.
O título é dividido por capítulos e, como esperado, a dificuldade dos quebra-cabeças vão aumentando conforme você vai progredindo. Em alguns casos não há qualquer tipo de pista de exatamente o que você deve fazer, sendo necessário uma boa examinada em toda a sala e partir para a tentativa e erro. Em jogos deste gênero não gosto de buscar a resolução e, por isso, em níveis mais avançados acabava jogando apenas um capítulo por vez e parando em seguida para descansar, pois acabava ficando um pouco cansado e com a cabeça explodindo de tanto raciocinar. O título é bem curto caso você saiba a solução de cada enigma (existe até troféu de speedrun), mas mesmo cansando em alguns momentos, reforço que não recomendo procurar as soluções na internet para não perder a graça do jogo.
Falando um pouco da parte técnica, algo que me deixou bastante feliz em DeMagnete VR é a forma com que é possível controlar a câmera e locomoção. Quem já jogou qualquer coisa em realidade virtual sabe que um movimento mal feito vai te deixar tonto e/ou enjoado. Isso não acontece neste título. Utilizando um modo estilo “teleporte” onde você aponta para um local e já vai para ele, não há qualquer enjoo com a movimentação. É possível mover a câmera tanto com o corpo como com comandos nos PS Move, girando uma quantidade fixa para o lado ao pressionar. Pode parecer algo simples, mas já peguei diversos jogos que tentaram soluções semelhantes e ainda assim não foram bem executadas e ainda causavam desconforto visual. Parabéns para a desenvolvedora!
O restante dos controles continua sendo simples. Basicamente você utiliza além dos botões de movimentação e câmera, um outro para usar o efeito do polo magnético da luva escolhida aonde está apontando. Existem alguns pequenos locais onde você também pode interagir com o objeto apenas “encostando a mão”. Não havia necessidade de complicar os comandos e ter somente isto facilita a jogabilidade de todos os usuários.
Gostei bastante da experiência de DeMagnete VR, porém, tirando a vontade de fechar com uma platina e retornar para alguns troféus, não me vejo jogando-o novamente. Não me recordo de nenhum puzzle que tenha gostado o bastante de querer já fazer novamente e jogar agora já sabendo o que fazer acaba perdendo a graça. Ainda assim será um título que colocarei para que amigos experimentem em minha casa no VR pois acredito que seja uma imersão interessante em realidade virtual e vai divertir qualquer um que pegue para jogar.
Jogo analisado no PS5 (com PS VR) com código fornecido pela BitCake Studio.
