Análises

Dead Space 2

Dead Space 2 finalmente está aqui! Mais de dois anos após o lançamento do primeiro jogo da série, a sequência desenvolvida pela Visceral Games chega com uma tarefa difícil: superar um dos melhores jogos da geração (confira o nosso review clicando aqui) , um jogo que inovou de várias formas e conseguiu "reviver" o gênero Survival Horror, que há algum tempo sofria com jogos fracos. Muito aconteceu nesse tempo, e o protagonista Isaac Clarke passou por muitas transformações e hoje está muito mais preparado para o que deve enfrentar.

Antes de falarmos de Dead Space 2 (DS2), é importante falar sobre o que aconteceu antes dele. Desde o lançamento do jogo original a franquia já recebeu três outros jogos: Dead Space: Extraction (mais sobre ele a seguir), Dead Space Ignition para a PSN (que nós também analisamos, confira clicando aqui) e Dead Space para o iPhone/iPad. Também foram lançados três livros e dois filmes de animação, Dead Space: Downfall e Dead Space: Aftermath. Esse último se passa entre o jogo original e DS2 e é essencial para quem quer entender a história da série. Ele conta o que aconteceu com Aegis VII depois do final de Dead Space e como um pedaço do Marker foi obtido pelo Governo da Terra e usado para criar um novo, além de explicar o que aconteceu com Isaac. Ignition também é útil para entender a série, pois mostra como o caos começou na estação espacial onde DS se passa, e o final de Ignition é exatamente o começo de Dead Space 2. Para quem gosta da série, portanto, não falta material para jogar, ler e assistir.

DS2 mostra Isaac na estação espacial Sprawl, montada em um fragmento da lua Titã, de Saturno. O jogo começa com Isaac sendo acordado e brevemente informado do caos que está se instaurando na estação, com uma invasão dos inimigos do jogo, os necromorphs, monstros criados a partir de humanos infectados por um organismo alienígena. A história inicial tem muito pouco tempo para ser contada, pois em poucos segundos de jogo você já pode testemunhar uma morte brutal e deve escapar dos inimigos que começam a aparecer por todos os lados. Dead Space 2 é um jogo frenético, com muito mais ação do que o anterior, e isso é muito bem vindo.

 

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 /><noscript><img decoding=Outro fator que amplia a vida útil do jogo é a presença de um multiplayer. Nele jogam 2 times, com 4 jogadores de cada lado: humanos contra necromorphs. Os humanos devem realizar diversos objetivos, e os necromorphs devem impedí-los e matá-los das formas mais tortuosas possíveis. Nós já postamos extensas impressões sobre esse multiplayer em outro artigo (confira clicando aqui). É um modo interessante, mas que ao ser colocado lado a lado com o single-player parece um adicional e nada mais. Não é um modo obrigatório (nem para pegar troféus) para quem quer ter a experiência definitiva de Dead Space 2: é um multiplayer de nicho, que agrada alguns poucos fãs e que não consegue prender a grande maioria dos jogadores. Há diversos itens destraváveis ao subir de nível nesse modo, como novas armas, armaduras diferentes e assim por diante, mas não é o suficiente para criar uma experiência completa de multiplayer. Os recursos da Visceral Games teriam sido melhor aproveitados se tivessem sido focados apenas no modo principal.

Dead Space 2 começa com um susto e termina com a revelação de que as coisas são mais complicadas do que parecem, e há muito material para criar novos jogos. Um Dead Space 3 com certeza já está sendo planejado e deve sair nos próximos anos. A franquia começou revolucionando e hoje se mantém com material de alta qualidade, mas isso pode não durar para sempre. A desenvolvedora deve tomar cuidado com os próximos lançamentos, tentando manter a essência da série e ao mesmo tempo adicionando novidades que façam com que cada novo jogo tenha aquela mesma sensação boa de inovação que o primeiro teve. Caso consiga isso, a franquia tem tudo para estar entre nós no futuro visível, fazendo o merecido sucesso.

 

Outra opinião – Patrick Seabra (Machine_God)


Não vou entretê-los aqui com o que é bom em Dead Space 2 (DS2) – a análise acima já faz isso muito bem, e o jogo merece cada elogio dispensado a ele. O que vou me ater nestes 3 parágrafos é algo um tanto mais sutil e direcionado àqueles que gostam da parte de "Horror" dos "Survival Horrors". Desde que Resident Evil 4 mudou para sempre o esquema de controle do gênero, muitos jogadores reclamam que o aspecto "Horror" foi abandonado, e não se tem mais atmosferas envolventes como Silent Hill 2 e 3 ou Eternal Darkness. Este, talvez, seja o único ponto negativo que tenho com o jogo: DS2 cria uma atmosfera envolvente mas não a usa tão bem quanto deveria.
 

Esse problema se resume a duas palavras: previsibilidade e repetição. Os ambientes são fantásticos e macabros, mas a forma como o jogo assusta acaba caindo em mesmice, mais ainda para quem jogou o primeiro DS. Corpos mortos que se reanimam e túneis de ventilação que abrigam monstros foram truques usados à exaustão em DS e ainda são prevalentes ao excesso na sequência, e com essa repetição, o jogador consegue deduzir onde encontrará os inimigos uma boa parte das vezes (caixas são sinônimos de Stalkers 100% das vezes, apertar um botão vai trancar a sala grande e enchê-la de inimigos, seções de zero-g com Lurkers etc). Os momentos em que DS2 abandona os trilhos criados pelo predecessor são facilmente os mais marcantes e e surpreendentes – o início do jogo, Tormenter, o capítulo 10 e outros. Além disso, o excesso de encontros com os inimigos faz com que os Necromorphs fiquem cada vez menos assustadores e diminui o impacto que eles exercem sobre o jogador. Não é à toa que os momentos mais sufocantes de DS2 são justamente aqueles em que não acontece absolutamente nada e o jogador espera que aconteça. DS2 é frenético, mas seu ritmo é tão constante que acaba amenizando o terror proposto. De fato, o jogo é menos Ravenholm (Half-Life 2) e mais a Vila de Resident Evil 4 – menos "terror" e mais "pânico", por assim dizer.
 
DS2 não é de forma alguma ruim – longe disso, ele é fantástico. Mas não satisfaz a sede de terror que alguns de nós temos. Pode decepcionar um pouco aqueles que esperavam algo nas linhas de Silent Hill 2, mas é um jogo de ação espetacular, de jogabilidade rápida, gráficos estupendos acompanhados de um trabalho sonoro invejável e momentos de fazer qualquer um se contorcer na cadeira ("Cross your heart, hope to die"). A repetição e previsibilidade dos encontros são a única mancha num jogo que, de outra forma, seria perfeito.

Veredito

95
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