Lançado inicialmente em agosto de 2006 exclusivamente para Xbox 360, Dead Rising trouxe uma outra perspectiva para o conceito de mortos vivos da Capcom. Com uma pegada mais engraçadinha e exagerada dessa trupe, o jogo é considerado um clássico mais modesto da empresa – pelo menos se comparado a Resident Evil. Um dos grandes diferenciais de Dead Rising foi a possibilidade de utilizar uma miríade de itens do cenário como armas, desde armas brancas até objetos completamente aleatórios, como manequins, cadeiras, CDs, arminhas de água e várias outras coisas. Esse conceito foi carregado para os outros jogos da franquia e se tornou uma marca registrada da série.
Caso não se lembre do que o jogo se trata, Dead Rising narra a história de um ambicioso fotojornalista chamado Frank West. O protagonista vai investigar os rumores de que a cidade Willamette, no estado de Colorado, EUA, está sob cerco militar devido a um incidente misterioso. Chegando de helicóptero perto da cidade, West se depara com hordas de mortos vivos matando sobreviventes e causando todo o tipo de terror possível. O piloto deixa Frank no terraço do maior shopping de Willamette e diz para ele que voltará em 72 horas para buscá-lo. Então se inicia os três dias mais caóticos da vida de Frank, enquanto tenta desvendar o mistério da cidade e o que acarretou aquele pesadelo.
Por mais que estivesse recheado de bons conceitos, algumas coisas do jogo original não envelheceram muito bem. A IA dos sobreviventes que você precisa escoltar para a área segura nunca foi muito incrível, os modelos dos personagens estavam datados, enfim. Visto que remasters e remakes estão mais populares do que nunca, a Capcom agora fortalece ainda mais seu catálogo de relançamentos com o anúncio de Dead Rising Deluxe Remaster. Levando em conta o ar cômico da franquia, o nome escolhido não poderia ser melhor. “DRDR” tem um objetivo bem definido: ser um remake disfarçado de remaster e trazer uma edição definitiva do primeiro jogo, modernizando-o para a atual geração de consoles e PC.
A grande diferença é a troca de engine. Dead Rising Deluxe Remaster roda na versão mais atual da RE Engine, trazendo consigo todas as melhorias gráficas que essa engine popular pode oferecer. Os modelos dos personagens foram melhorados e estão mais detalhados, a iluminação do jogo está mais bonita e realista, o cenário conta com texturas em maior resolução e vários efeitos foram refinados, como o sangue e mutilação dos zumbis causadas pelas diversas armas do jogo. O remaster também conta com a adição de melhorias de qualidade de vida que são muito bem-vindas, como salvamento automático, controles mais intuitivos, UI melhorada e a possibilidade de andar e atirar ao mesmo tempo. Frank finalmente teve umas aulinhas com os jogos mais recentes de Resident Evil.
Assim como o original, existe uma quantidade absurda de roupas e customizações disponíveis para Frank. O shopping conta com várias lojas de roupas e é possível combinar peças e deixá-lo do jeito que quiser. Fantasias de vários jogos da Capcom também estão disponíveis, como o uniforme da RPD de Leon, um traje do Mega Man Battle Network etc.
Todas essas mudanças dão uma bela repaginada no jogo, deixando a matança de zumbis ainda mais divertida. Entretanto, encontrei alguns probleminhas que – espero eu – serão consertados para o lançamento final em setembro. Um dos piores problemas que encontrei foi com a IA de alguns sobreviventes, me causando uma tremenda dor de cabeça. Por certos momentos tive flashbacks bem desagradáveis do jogo original. Basicamente, não conseguia conversar com eles e fazê-los me seguir. Os personagens só ficavam correndo de um lado para o outro, totalmente desordenados. Quando resolvi ignorá-los e seguir com a missão principal, recebo uma mensagem na tela pouco tempo depois que eles morreram. Trágico.
Não é difícil também desses NPCs ficarem presos na geometria do cenário ou simplesmente ignorarem seus comandos. Escoltar mais de dois sobreviventes ao mesmo tempo enquanto infinitos zumbis tentam te agarrar é uma tarefa tragicamente estressante. Alguns bugs gráficos também foram perceptíveis, como objetos aparecendo repentinamente na tela. Reparei nisso mais no comecinho do jogo, quando Frank está chegando de helicóptero na cidade.
Tirando esses contratempos, outra coisa que estranhei foi a troca de alguns dubladores. TJ Rotolo, dublador original do Frank, não está de volta para repetir o papel. Aparentemente o ator simplesmente não foi contactado pela Capcom e ficou de fora da dublagem desse remaster. Fora esse exemplo, também achei as vozes de Brad e Jessie diferentes, embora não tenho certeza se os dubladores mudaram ou não. E por falar em dublagem, o game está totalmente localizado para o português do Brasil.
Joguei essa preview de Dead Rising Deluxe Remaster no PC e fiquei satisfeito com os níveis de configuração e ajuste de qualidade e performance. Seguindo o padrão da RE Engine, o jogo não é muito pesado e consegui rodar com uma boa taxa de quadros, sem quedas muito bruscas – mesmo com a quantidade enorme de zumbis na tela. Imagino que a performance no PS5 também deva seguir o mesmo caminho e trazer uma boa experiência para quem for jogar no console.
Dead Rising Deluxe Remaster será lançado dia 19 de setembro para consoles e PC.