Lançado para o PC no final de 2023, Cuisineer finalmente chegará para os consoles em 28 de janeiro de 2025. A convite da XSEED Games, o PSX Brasil teve a oportunidade de conferir um pouco desse simpático simulador gastronômico, que também conta com um sistema de combate e de exploração de masmorras e até uma ligeira pitada do gênero roguelite.
Apesar de termos jogado apenas o início da história, ela deixa a impressão de não fugir da premissa da maioria dos jogos de simulação. O jogador assume o controle de Pom, uma jovem aventureira que retorna à sua cidade natal para tomar conta do restaurante de seus pais após eles decidirem se aposentar e sair em uma viagem ao redor do mundo.
Ao chegar no local, a acolhedora vila de Paell, a protagonista encontra seu recém-herdado negócio à beira da falência. Para tentar reerguê-lo, ela conta com a ajuda de sua amiga de infância, Biscotti. É ela quem fará a introdução das principais mecânicas de administração e de exploração.
Embora a jogabilidade possua dois princípios bastante distintos, o que percebemos é que eles atuam em harmonia para minimizar o efeito de repetição que é uma tendência em ambos os gêneros. A gestão do restaurante envolve preparar refeições das mais variadas culturas, gerando fundos para quitar as dívidas deixadas pelos pais de Pom e comprar melhorias para seguir ampliando seu negócio.
Ainda que haja pratos de diferentes níveis, o preparo dos alimentos não aparenta ser muito complexo. O grande trunfo para fazer o restaurante prosperar é conseguir descobrir receitas que são vendidas por valores maiores. Além disso, a disposição de móveis e a qualidade da decoração do ambiente determina que tipo de clientes frequentarão o recinto. Para atrair o interesse da nobreza, por exemplo, móveis mais requintados devem ser comprados do marceneiro na cidade.
Para conseguir aumentar o cardápio, será necessário concluir missões secundárias para os personagens espalhados pela cidade. Até o momento em que exploramos, a maioria dessas tarefas envolveu atividades simples, como entregar ingredientes e refeições. A tendência é que os pedidos se tornem mais exigentes à medida que mais lugares exploráveis forem revelados.
Toda vez que optar por abrir seu estabelecimento, o fator tempo entra em cena. Ele determina os pratos que são pedidos com maior frequência de acordo com a hora do dia. Durante o almoço e o jantar, um pico de movimento faz com que mais clientes cheguem em sequência. Nessas horas, é necessário produzir as refeições dentro do prazo e também tomar cuidado com os fregueses que tentarem fugir sem pagar a conta.
As características dos clientes também influenciam no controle do fluxo do restaurante. Os nobres, por exemplo, precisam ser servidos diretamente na mesa. Já os idosos retiram os pedidos no balcão, mas caminham lentamente para fazer isso. Por outro lado, eles são mais pacientes do que as crianças e os trabalhadores na hora de aguardar pelos pedidos ou por um lugar vago nas cadeiras.
Outra interferência do tempo ocorre conforme o ano avança. Na cidade, um calendário pode ser verificado para acompanhar a realização de eventos festivos. Durante esses dias especiais, os pedidos terão uma demanda maior por um ingrediente específico, e a cidade será decorada de acordo com a ocasião.
Conforme o nível de reputação do restaurante aumenta, cresce também a exigência dos clientes. Para cozinhar pratos melhores, além de instalar os quatro utensílios básicos de preparo, você também deve melhorá-los com os materiais encontrados no mundo. Sempre que um espaço adicional for comprado, também será possível alocar mais mesas, itens de decoração e equipamentos.
Tanto esses materiais quanto os ingredientes são recolhidos das masmorras exploradas por Pom. Para esta prévia, apenas o mapa das Ruínas Verdes estava disponível. Toda vez que entrar nessa masmorra, o layout do mapa e a distribuição dos inimigos são gerados aleatoriamente. Ao todo exitem seis andares exploráveis, com chefes aparecendo sempre no terceiro e no sexto pisos. A cada nível alcançado, os inimigos surgem em maior número e são mais difíceis.
Não bastasse a ameaça dos adversários, as masmorras também possuem diversas armadilhas espalhadas. No caso das Ruínas Verdes, espinhos e flechas são acionados sempre que Pom passa sobre o dispostivos. Também é possível tirar vantagem destas armadilhas atraindo seus inimigos para elas.
Outra função que se mostrou bastante útil é que você pode encerrar a aventura a qualquer momento para carregar para a cidade todos os ingredientes e os materiais em sua mochila. Essa é uma maneira de tirar o melhor proveito da exploração, já que boa parte dos itens acumulados são descartados em caso de morte. No início, o espaço de armazenamento é pequeno, mas a mochila pode ser ampliada com um alfaiate na cidade.
O sistema de combate do jogo é divertido. Todas as armas e os inimigos encontrados durante a realização desta prévia estão devidamente inseridos no universo da culinária. Para combater pimentas, galinhas, touros e muitas outras ameaças, Pom pode usar utensílios como uma espátula, um martelo de bater carne, um peixe-espada e até punhos de sal e pimenta. Cada arma possui um ataque básico característico e um especial. Esse arsenal pode ser melhorado na cidade para aumentar o dano ou temperado para adicionar modificadores.
Além disso, um item arremessável pode ser equipado para ajudar no controle de grupos de inimigos e acertar alvos posicionados em lugares de acesso mais problemático. Entre essas armas secundárias estão um prato, uma bomba de ovo e outra de durião, uma frutinha conhecida no oriente por seu cheiro nada agradável.
Um sistema de efeitos adversos permite que você construa algumas builds ao combinar os bônus das armas com outros gerados aleatoriamente nas luvas e botas obtidas como recompensas de inimigos especiais e de baús. Alguns outros bônus servem para atribuir habilidades passivas para Pom, como uma chance maior de causar dano crítico, um efeito ao realizar uma esquiva, espinhos para devolver parte do dano aos inimigos, entre alguns outros.
Para ampliar suas chances de concluir a masmorra, um prato preparado no restaurante pode ser consumido antes de cada run para conceder um bônus específico e um ganho de vida. Também é possível comprar um Bubble Tea na loja da cidade para levar como um consumível durante a exploração. Essas bebidas retornam uma porção de vida a Pom e também dão outros benefícios únicos.
Uma impressão que tivemos ao explorar por repetidas vezes o mapa das Ruínas Verdes, é que as mecânicas roguelite parecem ser limitadas. Não há muitos power-ups espalhados pelas arenas e nem habilidades aleatórias. Talvez esses elementos apareçam com maior frequência conforme outros mapas estiverem disponíveis.
Ainda assim, as alternâncias na jogabilidade causaram a impressão de que Cuisineer pode se manter interessante por muitas horas. O combate é divertido e a gestão do restaurante não se mostrou complicada. Ficaremos de olho na evolução dessas mecânicas quando o jogo for de fato lançado. Por enquanto, acreditamos que ele possui potencial para agradar tanto aqueles que gostam de uma abordagem mais leve do gênero de simulação, quanto os que apreciam a exploração de masmorras.
Prévia realizada no PS5 com código fornecido pela XSEED Games.