O texto abaixo foi publicado no PlayStation.Blog brasileiro.
O próximo jogo de tiro e patins da Roll7, Rollerdrome, é o nosso primeiro jogo a contar com uma trilha totalmente original, contendo batidas de sintetizador futurista-retrô do incrível Electric Dragon. Eu conversei com Ian, o artista por trás do Electric Dragon, para falar sobre o processo de trabalhar neste projeto e criar este álbum inédito.
Jemima Tyssen Smith: Olá, Ian! Eu tive o prazer de trabalhar com você enquanto você criava suas incríveis músicas inéditas para Rollerdrome. Este foi um projeto muito empolgante para a Roll7 porque é a primeira vez que nós criamos uma trilha sonora inédita e exclusiva para um jogo nosso. O que foi que atraiu você para este projeto?
Electric Dragon: Você me convocou!
Haha, é verdade! Sim, na verdade, eu fui o primeiro a entrar em contato com você. No começo, a gente queria apenas uma música, não foi?
Sim, foi isso mesmo. Eu não sabia de todos os detalhes do jogo na época, mas o que eu tinha visto era superinteressante para mim, então eu até me ofereci para compor um trabalho original naquele momento. Depois disso, eu tive uma reunião com alguns integrantes da equipe, e nós discutimos mais detalhes sobre o que seria necessário. Eu estava em uma rotina entediante com o álbum em que estava trabalhando, e falar com o pessoal da Roll7 realmente me deu um impulso de inspiração. Acho que tudo se encaixou muito bem para todos os envolvidos. Eu sempre quis trabalhar na trilha sonora de um jogo, e estar envolvido em Rollerdrome é incrível.
Eu acho que quando você falou na possibilidade de compor trilhas originais, foi perfeito para nós, já que a gente queria uma vibe bem específica nesta trilha sonora. Pode falar um pouco sobre isso?
Sim, bem, a sensação que queríamos era uma trilha sonora com a força do synthwave, mas com um toque distinto dos anos 1970. Parecia que seria difícil atingir esse equilíbrio, já que nós também queríamos muito evitar que se parecesse demais como as discotecas. O jogo tem algo de sombrio que precisa aparecer nas músicas. Mas, no fim das contas, tudo acabou acontecendo muito naturalmente. Basicamente, eu trabalhei nessa trilha sonora pensando como alguém dos anos 1970 olhando para o futuro, algo bem “Tomorrow’s World”, da BBC, sabe? E também fui um pouco inspirado por muitas coisas diferentes: pioneiros dos anos 1970 como Vangellis, Wendy Carlos, Phiip Glass, Giorgio Moroder, Tangerine Dream… muitas inspirações de muitos lugares.
Ver todas essas coisas legais que você tem é muito inspirador, são todas realmente muito interessantes. O que foi que atraiu você para a música e para o synthwave, afinal de contas?
Quando eu era pequeno, eu tinha um Commodore 64, e meu tio me deu um software que se chamava “Utilisynth”. Era muito complicado, mas eu conseguia tirar uns sons muito maneiros, e depois disso, eu meio que fiquei viciado! Eu comecei a tocar guitarra, fui DJ de house music nos anos 1990 e até fiz parte de uma banda de death metal por um tempo… mas acabei voltando para o synth.
E que bom que você voltou! Obviamente, este projeto é algo muito diferente de trabalhar em um álbum que não está tão diretamente ligado a um jogo e a um conceito. Como que foi para você?
É, eu não podia compor as músicas da mesma maneira que faria em um álbum que fosse totalmente independente, já que elas precisavam se encaixar com a jogabilidade, então foi um desafio muito interessante de encarar. Eu também precisei encontrar um equilíbrio entre a narrativa distópica e a jogabilidade empolgante: as músicas precisavam de agressividade, mas também precisavam passar uma sensação de diversão. Acho que esses momentos de positividade ajudam muito a fazer com que os momentos sombrios do jogo pareçam ainda mais sombrios, o que eu adoro. Uma coisa que realmente amei em todo o processo (e isso pode parecer bobo) é que a narrativa me ajudou muito a escolher os nomes das músicas. Eu sempre acho um pouco difícil dar nome às músicas, então foi um verdadeiro alívio já ter um conteúdo de onde eu pudesse tirar os nomes!
Por último, eu preciso perguntar: de onde vem o nome “Electric Dragon”?
É de um filme japonês de 2001: Electric Dragon 80.000 V. É sobre dois rivais que são eletrocutados e ganham superpoderes… e eles tocam solos de guitarra que arrasam demais.
Parece muito legal! Vou colocar na minha lista de filmes para ver agora mesmo. Muito obrigado pelo seu tempo, por conversar comigo hoje e por ter feito essa trilha sonora épica. Mal posso esperar para que as pessoas possam sentir as melodias no jogo.
Digo o mesmo!
Rollerdrome chegará para PlayStation 5 e PlayStation 4 no dia 16 de agosto.