Black Ops 6 é o título do ano para o novo Call of Duty em 2024. Talvez já consolidada como a segunda maior sub série da franquia, atrás apenas de Modern Warfare, e novamente pelas mãos da Treyarch, a sensação ao observar o marketing e reação de fãs para esse ano é algo mais animador do que a recepção do fraco Modern Warfare 3.
Como sempre, um beta é disponibilizado para que jogadores possam experimentar e ter uma ideia da porção multijogador antes do lançamento final. Sem mais acordos de exclusividades para o PlayStation após a compra da Activision pela Microsoft, o beta agora é uma experiência única e disponibilizada a todos interessados de uma vez, mesmo que ainda haja algumas barreiras, como códigos restritos a portadores da edição mais cara e outros.
No que promete ser um multijogador com fortes novidades, Black Ops 6 remodelou algumas partes de suma importância para a estrutura do jogo, principalmente a movimentação. Usando o que é chamado agora de movimentação omnidirecional, o jogador tem um controle total do giro e visão do personagem em até 360ª, em pé e no chão. Além disso, se lançar para frente, trás, lados é possível e permite mesmo atirar e responder durantes essas ações.
Confesso que é um passo imenso para um franquia que tentou melhorar nessa aspecto e viu somente sua comunidade se tornar especialista em saltitar e deslizar freneticamente para ter alguma vantagem. Obviamente a “realidade” do combate ficava inexiste e até meio caricata. Nas mais de 5 horas que aproveitei a beta, não vi um extenso uso das novas opções pela maior parte dos jogadores, com todos seguindo o tradicional movimento e vez ou outra alguns que aproveitavam da situação de estar deitado no chão para atirar em várias direções.
Apesar de ser a maior mudança na jogabilidade da franquia, carece ainda de ver como a comunidade irá aceitar e usar isso. Como já acontece inúmeras vezes, diversas mudanças sempre são feitas quando as solicitações constantes de uma comunidade enfurecida por pequenas coisas podem acabar acontecendo. Não acredito que essa movimentação esteja livre de críticas no lançamento e muito ainda pode acontecer.
Fora isso, dos mapas apresentados, alguns pareceram desbalanceados em locais de cobertura e pontos de objetivo. Por exemplo, em um mapa onde há uma grande antena de comunicação destruída, um dos pontos de captura servia mais como um miolo de tiros entre uma visão clara de dois extremos, colocando qualquer um ali como um alvo fácil.
Acredito, como já vi diversas vezes, que o grande problema nesse balanceamento nem sempre diz mais aos mapas, mas como os jogadores decidem jogar o título. Qualquer partida baseada em objetivos em Call of Duty sempre vai ser transformada em um mata-mata desenfreado que, justificado pelo time-to-kill rápido do jogo, vai se basear apenas em apontar e atirar testando o melhor reflexo dos participantes. A falta de teamplay, modos de jogo que façam jus à cooperação e principalmente o formato do jogo justificar partidas por objetivos sempre vai deixar em xeque um balanceamento de mapas e partidas.
Agora, algo que realmente foi bastante estranho no beta, mesmo ainda em fase de desenvolvimento, foi a qualidade do netcode. Diversas vezes vi registrar tiros segundos depois e, em alguns momentos, até depois do personagem morto. Jogadores casualmente congelados em alguns momentos, ping alto e travadas constantes nas partidas me mostraram o pior beta de parte técnica em um Call of Duty que já participei.
Até o lançamento em 25 de outubro e as portas do multijogador serem abertas para todos, muita coisa deve acontecer e diversas melhorias serem realizadas no jogo. Como disse, parte das novidades precisa ser aceita pela comunidade para podermos perceber o impacto disso ao longo do tempo e em futuros jogos, mas de forma principal, o netcode de Black Ops 6 parece preocupante desde agora.