A Double Eleven anunciou Blindfire, um jogo de tiro em primeira pessoa multijogador que se passa no escuro. Ele já está disponível em Acesso Antecipado para Xbox Series e PC via Steam e Epic Games Store, sendo que uma versão para PlayStation 5 será lançada no final de 2024.
O texto abaixo foi publicado no Xbox Wire.
Confiar em seus instintos é fundamental em Blindfire, um novo jogo de tiro em primeira pessoa revelado durante o Xbox Partner Preview.
A proposta é simples: como você jogaria um FPS no escuro? Com as luzes apagadas e visuais limitados, você deve confiar em equipamentos, habilidades e, acima de tudo, em seus outros sentidos para garantir a vitória.
Esse é um conceito fantástico, e com o lançamento surpresa do jogo na apresentação Xbox Game Preview, conversamos com a equipe para responder a algumas perguntas sobre o ciclo central único do jogo.
Sozinho no escuro
O conceito de Blindfire nasceu de um exercício de design que o designer líder, Matt Dunthorne, realiza todos os meses, conhecido como ‘Shatterday’, no qual a equipe da desenvolvedora Double Eleven se divide em grupos e enfrenta desafios de design hipotéticos.
Em um desses Shatterdays, um grupo apresentou uma ideia que ele achou impossível de ignorar.
“Assim que ouvi a proposta, soube que era algo especial – havia eletricidade na sala quando falaram sobre isso e não consegui tirar da cabeça por dias”, diz Dunthorne. “A coisa mais bonita sobre o conceito, na minha opinião, é a pureza da ideia central, não há excessos e pode ser explicada em uma única frase.
“É uma sala completamente escura, você tem uma arma, assim como seus inimigos… boa sorte!”
Essa ambientação, por mais simples que seja, muda imediatamente as regras em comparação com a experiência usual de um jogo de tiro, segundo Dunthorne: “Percebemos muito rapidamente que o ambiente escuro significava que muitas das regras típicas de design para um jogo de tiro não se aplicavam mais. Parece exagero, mas apagar as luzes muda tudo.”
Nessas arenas completamente escuras, a ênfase é colocada em um jogo mais lento e tático, durante o qual os jogadores são forçados a considerar as consequências de cada tiro que dão. Quando uma arma é disparada, o barulho – combinado com o clarão da boca do cano, típico de filmes de Hollywood – essencialmente coloca um alvo nas suas costas para todos os outros.
No entanto, qualquer um que se mova para te derrubar também acabará destacando sua própria posição, e isso pode rapidamente se transformar em caos.
“Eliminações são menos sobre pura habilidade de tiro e mais sobre o uso inteligente de pistas no ambiente”, diz Dunthorne. “Mover-se com cautela, ouvir atentamente e pensar em qual alvo atacar, além de considerar quem pode estar esperando nas sombras para te eliminar também. É um desafio único que força você a jogar de maneira diferente.”
Entrando no jogo
O modo típico de Blindfire, Bodycount, pode ser jogado nas variantes Free-For-All ou Team, permitindo que os jogadores entrem sozinhos ou em grupo com amigos. Bodycount é uma partida para marcar o maior número de pontos em cinco rodadas, mas cada jogador tem apenas uma vida por rodada.
A maneira mais direta de vencer a partida é se posicionar bem em cada rodada, mas se esconder no escuro e aparecer apenas para o tiro final não vai te render muitos pontos. Jogadas habilidosas, como acertar tiros na cabeças, múltiplas eliminações, primeiro dano ou sobreviver sem sofrer nenhum dano, resultarão em mais pontos – você é incentivado a se envolver na ação para obter os melhores resultados.
“Vencer é sobre encontrar o equilíbrio certo entre simplesmente sobreviver e ser ousado”, acrescenta Dunthorne. “O placar pode ser virado de cabeça para baixo a qualquer momento, o que torna as partidas muito emocionantes e disputadas até o último momento.”
Não são apenas as posições dos inimigos que você precisará rastrear – você também vai precisar estar ciente de onde estão seus próprios companheiros de equipe, pois fogo amigo é um perigo real no escuro.
Os jogadores são destacados com cores diferentes para ajudar a diferenciar entre amigo e inimigo, mas você ainda vai precisar pensar rapidamente no calor da batalha para não ferir um dos seus.
“Uma grande parte do jogo é entender quando atirar e quando não atirar, e queríamos garantir que isso permanecesse intacto nos nossos modos de equipe”, explica Dunthorne.
“No Team Bodycount, essa importância é multiplicada, você precisa ter certeza de que os passos que acabou de ouvir atrás de você são de um inimigo e não de um companheiro de equipe.”
Se você tiver o azar de ser eliminado, o jogo ainda não acabou. Blindfire apresenta várias armadilhas baseadas em luzes para pegar jogadores desatentos. Luzes de palco acenderão e apagarão intermitentemente, portões de segurança se iluminarão quando atravessados, e um holofote aéreo iluminará jogadores desavisados se não estiverem atentos.
A beleza desse sistema é que, quando os jogadores estão fora da rodada, eles assumem o controle dessas armadilhas, permitindo que perturbem os oponentes sobreviventes com pistas visuais e sons potencialmente devastadores.
O som da violência
Falando em ruídos, Blindfire coloca uma grande ênfase no som em vez de sua visibilidade limitada, e o design de áudio é a pedra angular de toda a experiência: “Queríamos garantir que os jogadores pudessem ter confiança suficiente na localização dos inimigos para arriscar um tiro usando apenas o áudio”, explica Dunthorne.
“Isso foi um grande desafio, mas usamos todos os truques possíveis para tornar a paisagem sonora ao seu redor legível, com o posicionamento e a intensidade de cada som dando uma ótima compreensão do que está acontecendo no escuro o tempo todo.”
Com isso em mente, os jogadores têm duas opções ao realizar qualquer ação que faça barulho – rápida e alta, ou lenta e silenciosa – e o método escolhido dependerá da situação.
“Por exemplo, durante um tiroteio caótico, você pode não se importar tanto em [usar a função de recarga rápida], inserindo um novo carregador rapidamente e jogando o antigo no chão. Mas quando você está perseguindo alguém, terá a opção de inserir o carregador cuidadosamente com o mínimo de ruído possível”, acrescenta Dunthorne.
Felizmente, você não está apenas se esgueirando no escuro esperando que alguém se revele – Blindfire oferece a cada jogador uma habilidade chamada Echo, que revela brevemente os contornos do seu entorno imediato.
O jogo também possui um recurso chamado “Last Known Position” (Última Posição Conhecida em tradução livre) – que revelará os últimos movimentos de um oponente se ele estiver dentro do alcance da varredura.
“Navegar no escuro é muito mais fácil durante um Echo, então pode ser realmente útil para se aproximar de alguém que você está rastreando ou para ajudar a evitar o fogo cruzado quando as balas começam a voar”, diz Dunthorne. “Echo é realmente poderoso, então há um grande tempo de recarga entre os usos. Você realmente precisa guardá-lo para quando ele tiver o maior impacto.”
Quanto ao seu equipamento, Blindfire está mantendo as coisas simples para o lançamento de acesso antecipado. Todos os jogadores têm acesso às mesmas habilidades e armas, o que cria um campo de jogo verdadeiramente equilibrado.
Hoje, você terá a escolha de duas armas: A Mantis é uma pistola precisa e poderosa, enquanto a Abolition é uma espingarda feroz que pode ser disparada rapidamente.
“A Mantis é a arma clássica de Blindfire – há algo incrivelmente puro em usar uma arma tão simples em nossa ambientação de jogo único”, diz Dunthorne. “O jogador precisa acertar vários tiros para derrubar seu alvo com esta arma, o que significa que ele deve ter certeza de que pode vencer o tiroteio rapidamente ou corre o risco de ser iluminado como uma árvore de Natal.”
“A Abolition é uma fera de espingarda. A curta distância, é absolutamente mortal, então se você ouvir alguém por perto, pode querer pensar em atirar primeiro. No entanto, se você errar a distância do tiro, ficará completamente exposto. Essa dinâmica adiciona um toque caótico à fórmula de Blindfire.”
A equipe planeja adicionar armas adicionais regularmente à medida que Blindfire se desenvolve, mas por enquanto, o foco é se familiarizar com seus elementos táticos únicos, em vez de uma variedade de armas.
O objetivo, como explica Dunthorne, é eliminar “equipamentos tradicionais” e garantir que a vitória dependa da estratégia e execução, e não do equipamento que você está carregando.
“Como todos estão em igualdade de condições, o sucesso depende de quão rapidamente os jogadores se adaptam às condições em constante mudança e tomam decisões táticas sob pressão”, acrescenta Dunthorne. “Descobrimos que essa abordagem tem promovido um ambiente mais competitivo, onde nenhum jogador tem vantagem.”
Faça-se luz
Suas táticas podem até levar em conta quanto tempo passou. Enquanto o mapa começa completamente no escuro, a luz será introduzida lentamente de várias maneiras durante o curso de uma rodada.
Dunthorne nos diz que o objetivo é manter as rodadas de Blindfire rápidas, e uma maneira de impedir que as pessoas se escondam em cantos escuros por longos períodos de tempo é expulsá-las com luz. Pense nisso como um battle royale – as luzes são acesas lentamente nos cantos das arenas, depois nas laterais, e as partes escuras do mapa vão diminuindo gradualmente.
Eventualmente, todas as luzes da arena se acenderão, e um tiroteio ocorrerá quando todos os jogadores se tornarem visíveis uns para os outros. “Essa onda de tensão e alívio sobe e desce várias vezes por rodada e é uma sensação incrível. Honestamente, não é como nada que já vimos”, diz Dunthorne.