Entre os dias 9 e 13 de outubro aconteceu em São Paulo, no Expo Center Norte, o maior evento de games da América Latina: a Brasil Game Show, mais conhecida como BGS. O evento reuni milhares de fãs, ano após ano, e prova que o público gamer está cada vez maior. Porém, dias de luta e dias de glória também se aplicam à feira, que pecou em pontos de sua organização nesta edição.
A começar pela entrada. Embora houvesse acesso exclusivo para imprensa no 1º dia, foi feita uma “união” nos dias posteriores, onde a entrada VIP se misturava com a dos jornalistas. O feito poderia atrasar certos conteúdos que continham hora marcada, algo que de fato aconteceu em alguns casos.
Em cada um dos dias da feira, o sistema de segurança funcionava de uma forma diferente, pegando as pessoas desprevenidos. Nos dois últimos dias de feira, a apresentação do RG era obrigatória, e a revista nas mochilas já não estava mais sendo feita.
Já dentro da feira, era possível ver alguns estandes novos se destacando, como o da Fanta, Fortnite e a própria Nintendo, que fez uma aparição bem tímida na edição de 2018. Outros, como a Logitech G, por exemplo, se tornaram vistosas não só pelo enorme espaço dedicado a jogadores de consoles e PCs, mas também pelos lançamentos exclusivos, como o controle profissional Astro C40, desenvolvido exclusivamente para PC e PlayStation 4.
A área indie também estava lá, bem como a famigerada praça de alimentação, que se encontrava quase que colada aos pequenos estandes. No entanto, ambos os espaços estavam bem reduzidos, com poucas opções para os visitantes da feira que buscavam diversidade.
Para os jornalistas, a sala de imprensa foi um colírio para os olhos. Além do espaço estar maior, desta vez o local continha um pequeno palco, onde foi realizada a coletiva de imprensa com Marcelo Tavares, responsável pela BGS. Havia também um “open” de Fanta laranja para os que estavam ali presentes matarem sua sede.
As empresas veteranas da BGS também estavam presentes. Algumas unificadas, como Ubisoft dentro da Xbox e Activision com ativação na PlayStation com Call of Duty.
E por falar em PlayStation, o estande da empresa estava ofuscado. Primeiro que o famoso logo dos botões estava completamente apagado, enquanto que na edição anterior, tudo estava extremamente colorido e cheio de vida.
Os fãs que esperavam chegar e jogar coisas como Final Fantasy Vll Remake ou Concrete Genie, levaram um balde de água fria com o sistema de agendamentos. Além dele ser pouco funcional, pessoas que não estavam presentes no evento também podiam marcar horários. Isso era um grande problema, pois “haters” tinham a possibilidade de ocupar horários apenas para estragar o prazer alheio, por exemplo.
Outro grande problema do estande da PlayStation era o não favorecimento para a mídia. Mesmo como Jornalista, a empresa não fez questão de priorizar os veículos, então caso você não conseguisse o agendamento, Game Over. Nossa equipe conseguiu jogar apenas MediEvil e Iron Man VR.
Em determinados momentos, era possível ver as estações de gameplay vazias, porém, nem mesmo assim eles liberavam o acesso. De acordo com informações, era preciso ter uma credencial VIP com um selo dourado para ser “privilegiado” na fila de espera e ter acesso livre a qualquer momento.
Enquanto isso, no estande da Xbox, rolou a convencional fila para jogar os títulos da empresa. Além disso, o palco de Just Dance atraiu milhares de pessoas para o local e fez a alegria daqueles que passavam em frente à gigante verde.
Outras coisas legais aconteceram, como um Met com Ed Boon na Warner, que infelizmente, não cedeu entrevista nesta edição do evento. Presença do Jovem Nerd e professores profissionais que ensinaram os famosos passinhos de Fortnite nos estandes da Logitech G e PlayStation.
Nossos redatores Eric Oliveira e Caique, conseguiram acesso a dois títulos na feira. Abaixo, você confere os respectivos títulos que cada um deles teve acesso.
Brincando com a morte
O grande sucesso de Playstation One que terá seu remake lançado no dia 25 de outubro, estava com a demo disponível no evento e tivemos a oportunidade de testá-lo. O jogo, que foi construído totalmente do zero para o Playstation 4, mantém sua história original, onde você controla o cavaleiro Sir Daniel Fortesque que foi ressuscitado pelo feiticeiro Zarok, seu grande rival, e agora embarca em uma jornada de herói em sua “segunda vida”.
A cripta do Dan (Dan’s Crypt) é a primeira parte do jogo e possui uma breve introdução da jogabilidade por meio de livros no mapa que funcionam como pequenos tutoriais. Não há muita complexidade nos comandos deste hack ‘n slash e em poucos segundos você já está fazendo exatamente aquilo que o jogo promete: quebrando tudo e todos.
Com opção de equipar duas armas e alterar entre elas rapidamente com o botão triângulo, é possível adaptar cada luta ao estilo preferido do jogador. Nesta demo utilizamos como arma principal uma espada e como secundária (longo-alcance) adagas de atirar e uma besta. As armas de longo alcance possuem uma contagem de munição finita, que ao terminar você não consegue mais utilizá-las. Há um sistema de loja em pontos do jogo onde você consegue vender munições que não deseja utilizar ou recarregar o seu estoque.
Após explorar um pouco mais o ambiente do jogo, outra mecânica foi introduzida: modo de defesa utilizando um escudo. Ao pressionar o botão para defender-se, no lugar de receber dano, uma pequena parte da barra de durabilidade do escudo é consumida, e ao usá-la totalmente, o item é quebrado e você não consegue mais utilizá-lo. Isto não foi um grande problema nas fases jogadas, pois o tempo todo era possível recarregar tanto a barra de defesa como o de HP. Além disso, em vários momentos era possível conseguir um novo item caso você o tivesse perdido.
MediEvil também conta com um sistema de porcentagem de monstros mortos. Ao matar inimigos durante o cenário, este percentual vai aumentando e quando completado, você tem acesso a um item especial em algum momento próximo do fim do mapa. Não foi algo difícil de se conseguir, visto que antes mesmo de derrotar todas as criaturas da fase já havia fechado os 100%.
A demo termina com uma batalha contra um grande demônio, chefe do cenário, que exige um pouco de habilidade e paciência do jogador. A luta em si não é difícil de entender: fugir de golpes e atacar o inimigo quando ele estiver vulnerável. A maior dificuldade foi por conta de todas as armas e escudos estarem quebrados, obrigando a golpear o monstro com as própria mãos. Sim, uma outra opção de de ataque quando se está desequipado é lançar seu próprio braço para causar dano em uma quantidade bem menor do que o normal. Após intermináveis e exaustivos minutos fugindo de ataques e arremessando o próprio corpo, finalmente o inimigo foi derrotado.
MediEvil chega para PS4 ainda este ano.
“Eu sou o homem de ferro”
Uma das frases mais icônicas e marcantes do cinema nos últimos tempos torna-se ainda mais pessoal e palpável com a chegada de Iron Man VR, como eu pude descobrir na demo disponível nesta BGS.
Quando o jogo foi revelado no primeiro State of Play, muitos – incluindo este que vos fala – ficaram céticos por parecer algo mais linear, como um jogo “on-rails”, mas não é esse o caso. Iron Man VR te coloca na pele – e armadura – de Tony Stark e te faz se sentir como o próprio, com controles intuitivos, um visual ótimo e muito capricho por parte da Camouflaj, desenvolvedora do game. Com poucos segundos de jogo (e até o final da minha sessão) eu já não podia conter um sorriso no rosto (e uma moleza nas pernas digna dos primeiros voos do herói).
A demo disponível no evento consiste de um pequeno teste sobre o mar (por isso a moleza nas pernas) logo à frente da mansão Stark em Malibu. Você aprende a voar, atirar lasers de suas mãos (que são perfeitamente físicas, visíveis, conectadas aos seus braços e corpo e não se atravessam como boa parte dos jogos em realidade virtual), dar socos e a misturar essas três técnicas. Elas funcionam exatamente como você imaginaria: mãos na direção oposta para voar com seus propulsores (braços para trás como a pose de voo do herói para ir para frente, por exemplo), palmas apontadas para seus alvos para lançar os lasers e um movimento de soco para atingir seus alvos. Claro que cada uma dessas ações requer também que o botão correspondente seja pressionado, mas você entendeu a ideia.
Manobrar no espaço aéreo tridimensional leva um tempo pra se acostumar (especialmente para virar 180 graus), mas tudo flui perfeitamente, e em pouco tempo você estará experimentando movimentos diferentes, enquanto enfrenta alguns drones, ouve rock ‘n roll, e conversa com Pepper Potts. E algo que devo acrescentar, mas não sei se há alguma confirmação oficial: acredito que o dublador de Tony em português do Brasil é o mesmo dos filmes.
Por fim, dada a popularidade enorme que o herói conquistou graças ao universo cinematográfico da Marvel e o ótimo trabalho que a Camouflaj está fazendo, Iron Man VR é, não só um daqueles jogos que te faz acreditar no potencial da realidade virtual e é perfeito para apresentar aos amigos e família, como também parece ter tudo para ser um game divertido e bem completo, com a promessa de uma boa história e campanha. Vale a pena conferir!
Iron Man VR chega ao PS VR em 28 de fevereiro de 2020.
Texto escrito por Rui Celso, Caique Barsil e Eric Oliveira.