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Battlefield 6 é um retorno ao clássico sem abrir mão do futuro – Preview

Se tem algo que Electronic Arts estava ciente é que, após a recepção negativa de Battlefield 2042, a série havia chegado em uma espécie de encruzilhada. Qualquer passo errado a partir deste ponto poderia resultar em um prejuízo irreparável para uma das maiores franquias de jogos de tiro em primeira pessoa.

Diante desse cenário, a empresa decidiu reunir alguns de seus principais estúdios para desenvolver um jogo que não apenas resgatasse o que muitos consideram os anos de ouro de Battlefield, mas que também estivesse à altura das grandes expectativas criadas em torno de seu nome: Battlefield 6.

Para conferir de perto o potencial do multiplayer de Battlefield 6 em corresponder ao hype criado após seu anúncio, o PSX Brasil embarcou em um evento especial de dois dias realizado em Los Angeles. Durante esse período, participamos de diversas partidas ao lado de criadores de conteúdo de várias partes do mundo. A impressão que levamos do evento foi clara: o esforço conjunto dos estúdios envolvidos tem tudo para entregar a melhor experiência multiplayer da franquia desde o clássico Battlefield 4.

Battlefield 6

O mundo moderno está em guerra

Battlefield 6 se passa no ano de 2027, em um momento em que o mundo está à beira do colapso após o assassinato de um líder político importante. O choque causado pelo evento levou vários países europeus a abandonarem a OTAN, deixando os Estados Unidos e seus aliados lidando com as consequências. Em meio ao caos global, um grupo de mercenários conhecido como PAX Armata surge para explorar a instabilidade. Agora, eles entram em confronto direto com o que restou das forças aliadas da OTAN, em cenários marcados por destruição ao redor do mundo.

Esses conflitos se desenrolam em nove mapas que já estarão disponíveis no lançamento de Battlefield 6. Entre os cenários se destacam um movimentado bairro no Cairo, as ruínas urbanas de Nova York, um campo de batalha em Gibraltar e o aguardado retorno de Operation Firestorm, um cenário clássico de Battlefield 3.

Nas várias partidas que jogamos nos quatro mapas disponíveis, ficou evidente o cuidado dos desenvolvedores em fazer com que cada cenário transmitisse a sensação de um verdadeiro campo de guerra, que é uma das marcas registradas da franquia Battlefield.

Battlefield 6

O nível de destruição dos cenários em Battlefield 6 está impressionante. Em uma mecânica chamada “Destruição Tática”, é possível utilizar os equipamentos das classes e veículos para modificar drasticamente o ambiente, surpreendendo os inimigos. Seja para conquistar uma bandeira com mais eficiência ou até mesmo derrubar um prédio e eliminar um grupo adversário que estiver abaixo dele, a destruição se torna uma ferramenta essencial.

Além disso, a distribuição de pontos de cobertura e rotas entre os objetivos foi cuidadosamente planejada, permitindo movimentações táticas. Outro ponto importante, o nível de imersão proporcionado pelo áudio e pelas explosões é um dos melhores já vistos na série.

Durante os testes, também observamos que o map awareness foi significativamente aprimorado. A percepção da presença inimiga no mapa e a identificação da direção dos disparos estão mais intuitivas, permitindo reações mais rápidas, inclusive para fugir de um confronto iminente. Esse aprimoramento resolve um problema recorrente desde Battlefield V, oferecendo uma experiência mais estratégica.

Battlefield 6

Modos tradicionais e novas propostas

Em Battlefield 6, os modos tradicionais da franquia retornam com força total. Entre os de grande escala, destacam-se Conquest (Conquista), Breakthrough (Ruptura) e Rush (Investida). Todos mantêm o foco nos objetivos e no trabalho em equipe, funcionando de maneira eficaz nos mapas testados. Conquest oferece batalhas amplas com múltiplos setores, Breakthrough traz confrontos intensos entre atacantes e defensores, e Rush desafia equipes a avançar ou defender pontos estratégicos no mapa.

Além desses, existem também modos considerados de menor escala, caracterizados por uma jogabilidade mais rápida em mapas menores. Durante o evento, tivemos acesso aos modos Team Deathmatch, Squad Deathmatch e Domination. Além disso, foi confirmado que o modo King of the Hill estará disponível no lançamento do jogo.

A grande novidade é o modo Escalation. Embora não tenhamos tido a oportunidade de testá-lo durante o evento, o Battlefield Studios confirmou que se trata de uma versão alternativa do Conquest. A partida começa com várias bandeiras espalhadas pelo mapa, mas esse número vai diminuindo gradualmente até restar apenas a disputa pela área final. Parece ser um modo bastante promissor.

Battlefield 6

Jogabilidade clássica com um toque moderno

A movimentação do soldado é um aspecto fundamental em Battlefield 6. Apesar da proposta de ser mais pé no chão em comparação ao seu antecessor, a cadência da jogabilidade é equilibrada por animações mais ágeis e mecânicas que preservam a essência clássica, sem deixar de ser moderna. A maior referência continua sendo Battlefield 4, mas jogadores familiarizados com os títulos mais recentes também encontrarão outras semelhanças, como a possibilidade de correr abaixado, herdada de Battlefield V.

Embora o personagem corra mais devagar e pareça mais pesado, a função de pular sobre estruturas foi refinada, tornando a locomoção mais dinâmica. Outra mecânica popular, o slide, está menos eficaz, valorizando o posicionamento estratégico em vez de uma abordagem mais acelerada.

Isso não significa que não seja possível adotar um estilo de jogo mais agressivo para surpreender os adversários. Uma boa flanqueada ainda pode gerar momentos de tirar o fôlego ao eliminar um grupo de inimigos desprevenidos.

Também é possível apoiar as armas nas paredes para reduzir o recuo. Além disso, a função de arrastar companheiros para um local seguro durante a reanimação revitaliza esse sistema, tornando-o ainda mais essencial no campo de batalha.

Battlefield 6

Classes mais equilibradas e armas compartilhadas

As classes estão de volta em Battlefield 6, e bastam poucos minutos jogando com cada uma delas para perceber que essa é uma das melhores novidades do jogo. Embora a versão que testamos não tivesse limitações quanto às armas disponíveis para cada classe, as vantagens proporcionadas pelos gadgets e pelos benefícios ao equipar armas características podem fazer uma grande diferença.

Ter um esquadrão bem equilibrado voltou a ser um ponto chave durante as partidas. O Assalto, com sua habilidade de avançar rapidamente e flanquear os inimigos; o Engenheiro, responsável por consertar e destruir veículos; o Suporte, que revive os aliados mais rapidamente e fornece munição; e o Batedor, que marca constantemente os inimigos no mapa — todas essas funções têm grande impacto quando usadas corretamente. Cumprir tarefas específicas durante a partida gera uma habilidade especial, que pode ser bastante útil para mudar o curso de uma batalha.

As armas compartilhadas continuam sendo um dos tópicos mais polêmicos. Embora essa funcionalidade amplie consideravelmente as opções das classes, ela também gera problemas ao permitir que jogadores abusem das combinações no sistema de customização, criando versões muito poderosas que podem, inclusive, tornar a meta ainda mais restrita. Apesar da confirmação de que essa função ainda está em fase de testes, será interessante acompanhar o feedback dos jogadores durante o Beta aberto para entender qual direção a desenvolvedora tomará em relação a esse tema tão controverso.

Battlefield 6

Ampla customização de armas e equipamentos

E já que o assunto são as armas, vale destacar como a customização é divertida e pode ser o diferencial para tornar uma arma realmente poderosa. Cada arma pode receber acessórios conforme um limite máximo de pontos no loadout do jogador. Quanto mais vantajosa for a peça, mais pontos ela consumirá, exigindo escolhas estratégicas para equilibrar desempenho e funcionalidades.

Essa customização pode melhorar aspectos como o tempo de mira, a capacidade de disparo sem visada, a precisão dos tiros enquanto o jogador se movimenta, entre outras funções. Contudo, embora essa liberdade seja positiva, ela também passa a impressão de que algumas armas podem se tornar extremamente poderosas, gerando um desiquilíbrio entre elas.

Um exemplo disso foi uma escopeta que se mostrou eficaz até mesmo em média distância. Algumas submetralhadoras e fuzis de assalto também deram a impressão de eliminar os inimigos muito mais rápido do que o TTK esperado na maioria das configurações. Esse é o típico caso de uma funcionalidade que pode se tornar problemática se não for devidamente balanceada.

Vale destacar que tivemos acesso a apenas algumas armas e acessórios durante o evento, portanto esse é um tema que provavelmente gerará bastante discussão quando a versão final do jogo for lançada.

Battlefield 6 Portal

Os desafios do Crossplay

Uma novidade que gerou opiniões divididas em Battlefield 2042, o crossplay está de volta em Battlefield 6. Segundo a desenvolvedora, a prioridade será que a busca por partidas favoreça a plataforma na qual o jogador está, oferecendo uma experiência mais equilibrada.

Ainda que seja possível desabilitar a função, quem optar por mantê-la ativa encontrará um sistema de busca mais inteligente.

Claro que a latência continua sendo um fator importante em jogos multiplayer. Por isso, ainda existe a possibilidade de lobbies serem preenchidos por jogadores de consoles e de PC. No entanto, foi confirmado que há uma preocupação em separar melhor as partidas.

Tivemos a oportunidade de experimentar o jogo no PlayStation 5 Pro, enfrentando muitos jogadores de PC durante todo o período de testes, e a impressão que ficou é que a melhor opção ainda seria separar os jogadores pelo tipo de input que utilizam (controle ou mouse e teclado), algo que não parece estar sendo considerado.

Battlefield 6

Um Portal ainda mais robusto

O modo Portal foi uma grande novidade em Battlefield 2042, mas acabou deixando a impressão de um potencial desperdiçado. Em Battlefield 6, a promessa é de um modo com muito mais possibilidades de customização e um suporte pós-lançamento capaz de surpreender até os fãs mais exigentes.

O grande anúncio em relação ao modo Portal foi a introdução de uma ferramenta de edição de mapas, permitindo a criação e personalização das mais variadas experiências em Battlefield. Além disso, será possível acessar diversas opções de customização para limitar o uso de veículos, armas e inteligência artificial, além de criar experiências no estilo hardcore, que vão contar com uma busca mais refinada por servidores.

A desenvolvedora também reforçou o compromisso de oferecer um suporte pós-lançamento mais caprichado, com novos modos de jogo, mapas e armas sendo adicionados regularmente para manter o jogo sempre atualizado e envolvente.

Battlefield 6 Portal

Somente em Battlefield 6

Ao finalizar o teste e concluir nossa participação no evento, a impressão que tivemos é que Battlefield 6 está no caminho certo para voltar a ser a franquia multiplayer que conquistou tantos fãs ao longo dos anos. As mudanças na jogabilidade favorecendo o lado mais tático, e o empenho da equipe de desenvolvimento em trazer de volta aqueles momentos que fizeram essa série de jogos tão especial, nos deixou ainda mais entusiasmados para voltar para o campo de batalha quando a versão final chegar.

Battlefield 6 será lançado em 10 de outubro para PlayStation 5, Xbox Series e PC.

O PSX Brasil gostaria de agradecer a Electronic Arts pela oportunidade de participar do evento de revelação do Multiplayer de Battlefield 6.

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