VA-11 HALL-A: Cyberpunk Bartender Action foi um dos maiores lançamentos indies dos gêneros mais nichos do ano passado na plataforma Steam, vendendo mais de cem mil cópias, e, em 2017, chega nos consoles exclusivamente para o PlayStation Vita, fechando o ano com chave de ouro.
Desenvolvido pela Sukeban Games, uma dupla de desenvolvedores baseada na Venezuela, e publicado pela Wolfgame, outro desenvolvedor responsável pela versão de PlayStation Vita, VA-11 HALL-A (pronunciado “Valhalla”) conta um breve período da vida de Jill, uma bartender de um bar, que curiosamente tem o mesmo nome do jogo, atendendo clientes, ouvindo suas histórias e servindo bebidas.
O jogo em si se passa durante o mês de Dezembro, após Jill receber uma certa notícia sobre o bar em que trabalha, enquanto tem que balancear seu trabalho, sua vida pessoal e todos os clientes e amigos que fez durante esse tempo. Apesar de sua aparência distante, o jogador começa a entender o que se passa na vida da protagonista para se comportar assim e como o contato com as pessoas ao seu redor muda sua perspectiva de vida.
Todo o jogo se passa na balcão do bar (e, ocasionalmente, na casa da protagonista ou no beco atrás do bar enquanto ela fuma), então se resume nas conversas entre os personagens. A jogabilidade, fora os diálogos, são as bebidas que Jill precisa preparar para os clientes, cada uma com ingredientes e formas de preparo diferentes. Também, após o final de cada expediente, você volta para casa, onde pode ler notícias sobre o mundo do jogo, comprar vários itens ou decorar seu apartamento.
O estilo do jogo e dos personagens é baseado no console PC-98 de muito tempo atrás, então além de ter um lado bem descolado, também se inspira muito em jogos japoneses, principalmente em visual novels antigas. Os personagens, aliás, são parte do grande destaque do jogo. O diálogo em momentos é hilário, em outros bem profundo, e cada personagem tem personalidades bem marcantes e distintas, além de se passar num futuro muito distante e distópico. Desse modo, espere de tudo no jogo, incluindo cachorros falantes donos de grandes empresas.
A trilha sonora, então, não tem igual. A cada turno no bar, você pode escolher quais serão as músicas que tocarão no “jukebox”, dentre mais de trinta trilhas. São composições que evocam nostalgia sem ao menos o jogador já tê-las ouvido antes, e não é difícil se ouvir cantarolando algumas delas durante o dia após uma noite jogando.
O jogo em si não é longo, nem tem uma história com começo e fim muito definidos. É literalmente algumas semanas na vida da personagem, sendo que o que aconteceu antes é referenciado e o que acontece depois aparece em alguns dos finais. Finais esses que são todos adicionais, não alternativos, ou seja, se o jogador acertar todas as bebidas (inclusive algumas secretas), pode ver todos os finais ao terminar o jogo.
Após as dez horas para terminar o jogo, ver todos os finais, comprar todos os itens, assistir o prólogo, capítulos adicionais, e inclusive jogar um mini game de tiro virtual, eu queria mais. VA-11 HALL-A espanta na qualidade, principalmente levando em conta que o jogo foi desenvolvido só por duas pessoas. Com certeza, um dos maiores e mais importantes lançamentos para o pequeno portátil.
Veredito
Um jogo como nenhum outro, VA-11 HALL-A resume perfeitamente o nicho criado pelo PlayStation Vita.
Jogo analisado com código fornecido pela Wolfgame.
Veredito
Veredict
A game like no other, VA-11 HALL-A perfectly sums up the niche created by the PlayStation Vita.