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Tomb Raider: Underworld

A franquia Tomb Raider é velha conhecida das plataformas PlayStation. Jogadores mais velhos provavelmente acompanharam o sucesso estrondoso da primeira versão do jogo, ainda no Playstation, e seu constante desgaste com sequências atrás de suquencias até que a série perdeu totalmente seu rumo na estréia no Playstation 2. Porém, como todos sabem, há males que vem para o bem, e foi exatamente o que aconteceu com a franquia: o fracasso de Angel of Darkness fez com que a publisher Eidos Interactive transferisse a franquia para outra softhouse, e a escolhida foi a Crystal Dynamics – desenvolvedora de sucessos como Gex e Legacy of Kain.

Tomb Raider: Underworld é o terceiro título a ser desenvolvido pela Crystal Dynamics e marca a verdadeira estréia da musa Lara Croft na nova geração. O jogo continua a história de Legend, apesar de que certos elementos introduzidos na história do remake do título original também estejam presentes. Após descobrir conexões entre a Excalibur e o desaparecimento de sua mãe, Lara descobre que na verdade sua mãe não morreu, mas fora transportada para Avalon. De acordo com uma deusa do reino de Atlântida, Avalon e Helheim são o mesmo lugar, apenas recebendo nomes diferentes por subculturas que vieram depois. Lara então parte em busca de artefatos ligados a mitologia nórdica para entrar em Helheim, incluindo a marreta de guerra de Thor, em diferentes submundos espalhados pelo globo.

As mecânicas de jogo em sua grande parte são exatamente as mesmas que as vistas nos dois títulos anteriores, então não espere mudanças nesse quesito. Underworld conta, entretanto, com animações totalmente novas, feitas a partir de captura de movimentos, dando um toque de realismo ainda maior a aventureira. Na prática, isso significa algumas mudanças na jogabilidade, principalmente no combate do jogo que passou a ter um papel ainda menos relevante no jogo.

As oportunidades para confrontos contra chefes são desperdiçadas em prol de sequências cinemáticas. Ao contrário do que era capaz de fazer nos dois jogos anteriores, os movimentos de esquiva que Lara possui não a levam longe o bastante para salvá-la de um ataque. A melhor estratégia é a de pular da cabeça dos inimigos para ganhar uma distância segura e abusar das headshots, que ficaram mais fáceis de realizar – basta encher a barra de adrenalina com alguns tiros antes – e matam os inimigos com apenas um tiro. Lara também pode chutar os inimigos, independente do porte deles, então quando não estiver cercado por outros inimigos, não hesite em dar voadoras em quem ficar no seu caminho.

Os sete níveis presentes no jogo geralmente apresentam ao menos uma área vasta, como as sequências em mar aberto ou o percurso entre os templos no México, então cabe ao jogador encontrar os pontos de interesse para prosseguir. Enquanto isso possa parecer difícil para um novato, as áreas acabam se mostrando bastante simples uma vez que você se familiariza com elas, e falhando isso, você ainda tem ao seu dispor um mapa sonar tridimensional que pode ser visualizado através do inventário. Note que mesmo assim sempre fica óbvio para onde você deve prosseguir, dando uma certa linearidade ao jogo.

Os cenários são bastante variados, passando por ruínas no fundo de mares, florestas exuberantes e ambientes árticos. A própria mansão Croft deixa de ser um nível opcional de treino para se integrar a história, e apresenta um nível subterrâneo nunca antes visto. Entretanto, as demais áreas da mansão tornaram-se inacessíveis, excluindo a possibilidade de vestir Lara Croft em um biquini e levá-la para um mergulho em sua piscina.

Outro diferencial do jogo é o modo ‘player tailoring’, onde cada jogador pode aumentar ou reduzir diferentes aspectos do jogo (como energia e munição) para tornar a experiência mais fácil ou difícil. Através do inventário, você também pode optar por receber uma dica do que deve ser feito e até mesmo como deve ser feito. Este é um recurso que para muitos acaba sendo redundante, mas permanece de acordo com a filosofia dos desenvolvedores em tornar o jogo acessível a jogadores de todos os tipos.

Graficamente falando, apesar de não tirar proveito máximo das capacidades do console, o jogo não faz feio. É, sem dúvida, o jogo mais bonito da série e Lara Croft continua atraente como sempre, mas mesmo que os ambientes apresentem certo realismo, o design de personagens como um todo apela para um lado mais cartunesco. A combinação dos elementos não causa conflito entre eles, mas ainda não foi desta vez que vimos uma Lara Croft totalmente realista. Após sair da água ou rolar por algum tempo, seu corpo e roupas ficam molhados ou progressivamente sujos. Embora não seja perfeita, a interação com os ambientes também foi expandida: Lara protege o rosto de chamas e folhagens, por exemplo.

A parte de efeitos sonoros mantem o padrão da série, sem apresentar novidades ou grandes surpresas. Após correr por algum tempo, você pode ouvir a respiração ofegante da personagem. Por ter se aproveitado de captura de movimentos, a sincronia facial para os diálogos é praticamente impecável. A excelente dublagem é acompanhada por uma trilha sonora bastante eficaz, que varia bastante entre as locações, mas segue um mesmo padrão dentro dos submundos proprimanete ditos.

Controlar a exploradora, felizmente, continua fácil. Existe um mínimo atraso na resposta dos movimentos em comparação ao Anniversary, mas é fácil para se acostumar. Novas habilidades foram incluídas no repertório da moça, como atirar enquanto escala ou caminhar em barras estreitas. Para sequências longas ou jogadores impacientes, a maior parte dos movimentos pode ser executada mais depressa, mas são poucos os casos em que a velocidade é crucial. A integração de veículos aos níveis é mais natural que o visto em Legend, mas os controles para a motocicleta continuam bastante imprecisos. O novo sistema de freio permite fazer derrapagens, mas mesmo assim você acaba saindo dos percursos e colidindo em pedras ou muros.

Infelizmente, o título apresenta uma longevidade bastante curta. Ele pode ser terminado em menos de dez horas, e, após sua conclusão, há pouco o que fazer nele. O único modo extra de jogo é o Treasure Hunt: existem inúmeros tesouros e relíquias espalhados entre os níveis, e embora cada relíquia aumente a energia total de Lara Croft, o propósito de coletar os tesouros é apenas liberar artes conceituais. O jogo também não possui um sistema de troféus integrado (embora exista o anúncio de que um patch está sendo desenvolvido), então a busca pelos quase 200 artefatos acaba parecendo supérflua. Mesmo o modo time trial, que anteriormente era utilizado para destravar roupas extras e trapaças, foi removido.

Outro pequeno retrocesso é a ausência de novos personagens significantes. Quase todos os personagens vistos neste título são os mesmos de Legend ou Anniversary, o que fortalece a sensação de continuidade do jogo, mas acaba desgastando estes personagens ou mesmo deixando aqueles que não jogaram os títulos anteriores no escuro. Para tentar amenizar essa situação, o menu de extras traz uma pequena retrospectiva, mas esta infelizmente não é esclarecedora o bastante. O jogador também não tem mais a opção de rever as sequências cinematicas do jogo através de um menu de extras, só podendo assisti-las novamente se iniciar um novo jogo.

Underworld está longe de ser um jogo perfeito ou revolucionário como o primeiro título da franquia foi, mas prova que ela ainda tem potencial. A nova geração ainda é jovem, e embora a concorrência seja cada vez maior, é possível que o próximo título – que provavelmente será publicado pela Square Enix – explore melhor suas oportunidades e, quem sabe, leve Lara Croft de volta ao topo.

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TheTreeble
Jogador vitalício e fanático pela franquia Tomb Raider, gosta moderadamente de caçar troféus e conquistas. Enquanto sonha com a inclusão de Lara Croft em Super Smash Bros., "joga" como Samus em partidas online 2v2.